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Análise e Pensamentos do WWE RAW: A diferença que faz um show ao vivo!


A WWE está na Austrália e para isso deixou o RAW embrulhado para ontem ser apresentado em formato gravado. Ainda assim, as feuds foram desenvolvidas em virtude do Summerslam, destacando John Cena vs. Daniel Bryan, com ambos a terem papeis fundamentais nos dois main events do programa. Tudo e muito mais será analisado nos próximos parágrafos.

Todo programa de wrestling gravado é pior que um transmitido em directo. Não há como se contrapor. Talvez seja simplesmente uma questão psicológica, mas o ambiente parece conspirar a favor desta teoria. O público esmorece, o booking é cansativo. Em geral, é apenas um programa que é produzido pois tem de o ser. É encher chouriços.

E não foi diferente. Isto entretanto não tira a piada de se passar duas horas e trinta a assistir um show que excepcionalmente apresentou mais combates que segmentos. Deveria anotar o dia de 29 de julho, a propósito - isto não irá se repetir tão logo.

Diga-se de passagem, o segmento mais duradouro do show foi justamente o de abertura. E acabou sendo totalmente desprezível. Quando Mr. McMahon coloca-se frente a frente com Daniel Bryan, poderia-se esperar mais. Muito mais, aliás. Foi uma simples conversa para trazer-nos mais do mesmo: o chefe desgosta do contender. Se essa é a história para o principal combate do Summerslam, deveriam repensá-la. A maneira que está a ser coordenada é errônea. Acredito que seja uma oportunidade para elevar o buzz da storyline dos McMahons mas ao mesmo tempo é o desfoque do que já deveria estar apenas em Cena vs. Bryan. Não gosto da forma como ambos se respeitam. O wrestling é bom quando o combate é sujo e isso só ocorre quando temos adversários que querem matar um ao outro. Seria mais atrativo se fosse assim, mas adverso, a WWE coloca a luta em plano de fundo de um devaneio de feud entre Triple H e Vince McMahon.

Já lá se vão dois meses da rivalidade entre dono e COO e não se saiu da estaca zero. Desse jeito vagaroso que vai-se construindo, a TNA vai acabar antes disso engrenar.

Fico decepcionado por termos tido a six-man tag team match entre Mark Henry e Usos vs. Shield no RAW. Já estava ansioso para isso no Summerslam. Parte pois gostaria de ver Henry trabalhar com a dupla de Jimmy e Jey e outra parte porque não quero ver duas contendas separadas, a contrapor Mark vs. Dean Ambrose e a repetição do pré-show do MITB pelos tag team titles.

A peleja fixou-se com qualidade. O World's Strongest Man foi o fator diferencial que precisou ser colocado à parte pelo trio de justiceiros. Novamente, é impressionante ver a vitalidade de Mark a trabalhar. Sua qualidade é fora do normal. Os Usos, em seu estilo ágil, formaram belo par com o powerhouse, como já era de se esperar por inúmeros outros exemplos na história do wrestling onde se conciliou destruição e destreza. Ambrose, Rollins e Reigns conseguiram a vitória ficando na espreita, continuando e tentando reafirmar a imagem do grupo inteligente que calcula os riscos para serem recompensados com ganhos no final.

Fandango perdeu via count out outra vez. Ou isso marca um combate entre Rob Van Dam vs. o dançarino para o Summerslam ou é mais um caso de desperdício do jovem. Quando venceu Chris Jericho na Wrestlemania, acreditei que a partir de então poderia emergir como um dos principais mid-carders e essa proposta chegou a vingar quando era favorito a suceder Wade Barrett como Intercontinental Champion, isto no Payback. Sua lesão retardou e muito este processo, tornando-no ao fim da fila. Dentro do ringue, ele é rápido e isto ajudou no ritmo com RVD, ainda que tenha sido um fraco embate. Para o Summerslam, é muito mau o papel do veterano ao se colocar contra alguém que lhe dará o pior combate do evento.

Por quê um combate de divas abriu a zona das 22 horas do RAW? A sério, isto deverá ter os piores números de rating na faixa horária em muitos anos. E a disputa sequer ajudou. AJ vs. Kaitlyn tem a sua graça mas não foi neste caso que se repetiu as boas qualidades do Payback e Money in the Bank.

O que me alegrou foi o pós-match. Já aguardava um Dolph Ziggler vs. Big E Langston há bom tempo. E acabei realizado com o entreveiro. Sempre é uma boa história contada a da velocidade contra força. Ziggler e Big E tiveram ambos momentos de domínio, com o Show Off a esquivar e estar na ativa em contra-ataques do powerhouse, que apesar de pesado é ágil. Langston mostrou que na desforra que os dois terão no Summerslam, Dolph deverá fazer-se mais preparado, pois nos poucos ataques que teve, conseguiu desgastar bastante ao ex-namorado de AJ.

A cada semana que passa, parece que o beijo entre Big E Langston e AJ Lee está mais próximo.

E a menos que minhas previsões estejam erradas, tivemos em Christian vs. ADR um quarto combate seguido que estará no card do próximo PPV. Não sou totalmente contra contendas levarem a construção de um evento pago, apesar do sentido disto ser confuso. Afinal, porque irei eu comprar um show para assistir a lutas que já vi gratuitamente no RAW? E vejamos que RVD vs. Fandango e Ziggler vs. Big E Langston tiveram finais tramados, para denotar ao menos que teremos ganhadores limpos no Biggest Event of the Summer. Por spoilers do Smackdown, sabe-se que Christian vencerá uma triple threat pela posição de contender. Então qual o sentido de vencer o campeão aqui? Aliás, sentido é o que menos fez o show desta semana.

No que concerne a contenda em si, tivemos qualidade acima da média. Christian e Alberto del Rio trabalharam aceleradamente, com o Captain Charisma a ser focado para vencer e com isso cometendo poucos erros. Por outro lado, del Rio foi o técnico de sempre a destruir o braço. Mas o inteligente Senhor dos Peeps esteve atento e estudou o finisher do campeão para contra-atacá-lo efetivamente num pinfall. Estes dois devem estar outra vez em alto para o Summerslam.

Wade Barrett como jobber pelo menos tem tempo de mostrar sua boa música de entrada. Espero que orem pelo bem-estar do inglês, porque esse depush demora a passar. Na religião desses squashes na WWE, só a Money in the Bank salva!

E Damien Sandow que o diga. Sua promo após a vitória de Cody Rhodes foi fantástica. Adoro o intelectual, que é grande ator, podendo oscilar entre cômico e intenso de maneira versátil. Contra seu antigo parceiro, deverá estar sedento por vingança. Para mim, a par de Punk vs. Lesnar, esta é a melhor história por enquanto em direção ao Maior Evento do Verão. Até a forma da maleta se envolver é inovadora e interessante. Fico na espera para ver como irão resgatá-la do Golfo do México.

Das mais-valias este programa, destaca-se com toda a certeza Kane vs. Daniel Bryan. Após um ano da sua luta que alavancou uma das melhores tag teams dos últimos anos, os dois mostraram-se ainda mais experientes e maduros. Maduros em relação a química que apresentaram. A contenda simples do RAW deixa o gosto de querer ver algo mais desenvolvido, com mais tempo e uma feud por detrás. Os dois tiveram aqui uma atuação comum e ainda assim conseguiram roubar o show - como esperado.

A história foi interessante do primeiro ao último minuto. Quando soou a sineta, Bryan logo voou contra o antigo amigo, mostrando que o WWE Title é o mais importante nesse momento. Isto quebrou a confiança de Kane, que batalhou igualmente pelo orgulho de estar a ter uma amizade quebrada. E o ataque com um chokeslam dado o fim da luta mostrou bem isto, um Big Red Machine irado pelo repúdio que recebera.

Logo o ambiente se fechou para a Wyatt Family. Os efeitos de vídeo antes de aparecerem são ruins, mas são recompensados pela atuação de Wyatt a descer a rampa de olhos arregalados. Kane estudou o grupo e foi astuto a tentar atacar o líder, mas logo viu-se sem saída perante os dois reforços. A stable é totalmente de gigantes. Isto é perfeito para o que representam, como uma seita, sendo Luke e Erick tenebrosos seguidores do esquisito Wyatt. Desta vez, a promo cumpriu o efeito, sendo o melhor segmento deles no roster principal até então.

O combate Brie Bella vs. Natalya foi o segundo de divas da noite. Já que o primeiro tinha sido mediano, a WWE foi clara em fazer um segundo para mostrar que a divisão é pior. Então foi-se lá fazer algo vergonhoso. É o tipo de coisa que se cava um buraco e se enterra a cabeça para não ter de ver. A interferência de Nikki Bella foi mais estúpida que a campanha do Benfica em 2012-2013.

O destaque de Curtis Axel vs. R-Truth foi a prestação do árbitro. Quando Punk surgiu, ele não sabia se devia marcar DQ ou fingir que não via, então ele levantava a cabeça para ver o ataque. Quando a câmera focava, ele disfarçava a olhar para Truth. Resultou em vitória do campeão Intercontinental que desde que conquistou o título não teve uma contenda em que ficou over, sequer.

A interferência de CM Punk para tentar atacar a Paul Heyman foi o esfriar da feud que esteve em nível alto nas duas últimas semanas. Isto não é ruim pois na semana que vem, Brock Lesnar estará no show então deveremos ter algo épico de novo, desta com Heyman a usar do seu monstro para vingar-se. Já fico no aguardo.


Fraquíssimo Main event do RAW, mas não se esperava diferente. Foi algo melhor que o Payback, podendo-se comparar ao que vimos no Extreme Rules. Ryback só serve para segmentos como o que teve nos balneários, pois dentro do ringue é pior que os Young Bucks.

Não entendi o final do show. Temos ainda dois RAWs para o Summerslam e somente nessa semana tivemos faíscas entre os oponentes pelo WWE Title. A situação de Daniel Bryan vs. John Cena é complicada. Neste momento, parece que na luta que terão, a partir do momento que a sineta soar, vão buscar cadeiras e fazer tricot como damas. É de estado emergencial que se ponha-os a atacar na próxima semana.


Quack quack

As transmissões gravadas da WWE evoluíram tanto que até se previam os trending topics desta segunda-feira na semana passada

 RVD vs. FDG

O quão bom foi Ryback a lançar o funcionário pela mesa?!

Daniel Bryan corporativo: http://t.co/chJ9GT8bHm

Bray Wyatt merece um aumento por descer toda a rampa a caminhar e sem piscar

Começo a acreditar que ele seja sobre-humano

Os ataques de AJ Lee em Dolph Ziggler foram mais reais que o episódio de estreia do Total Divas

Os silicones de Nikki Bella também são.


Na próxima semana, pelo regresso das aulas, não deverei estar aqui. De qualquer forma, muito obrigado pela recepção excelente nas duas passadas semanas. Nos vemos outra vez em dezembro!

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