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Mac in Touch #43 (extra!) - Money in the Bank 2013 - Análise combate-a-combate - parte I


Mais um PPV, mais uma análise. Esta chega bem cedinho, como os leitores do Wrestling Notícias merecem. Houve disponibilidade para isso e aqui fica já a primeira parte de análise escrita ao Money in the Bank.

Por uma questão de coerência, deixei os combates Money in the Bank para último, assim como os combates pelos títulos a que os vencedores das contendas de escadote terão direito a lutar....

Fica aqui a análise a uma primeira parte (sem, lá está, o combate MITB da mala azul) de um show que prometeu ... antes do mesmo, mas que não teve seguimento (excluindo, claro, o MITB da mala azul... que fique bem claro!)


Money in the Bank 2013 - Análise combate-a-combate (parte I)


Combate pelos títulos de Tag Team
Shield (Roman Reigns e Seth Rollins) (c) vs The Usos (Jimmy e Jey Uso)

A storyline que trazia esta combate até aqui não era muito forte, mas era a possível. Os Usos tornaram-se, de forma inequívoca nos candidatos principais aos títulos de Tag Team e isso, apesar de não ser acompanhado de jogos psicológicos ou palavras azedas, é suficiente para se justificar uma contenda - o merecimento de uma equipa.

O combate funcionou surpreendentemente bem em termos de psicologia de ringue. O público aderiu quando os Usos tiveram por cima pela 2ª vez no combate e os intervenientes fizeram crer que era possível a mudança de títulos... depois veio o spot do “escadote humano” (Superplex+Eletric Chair+Power Bomb) que, juntamente com a negação do tag aos The Shield (que vieram, anteriormente negar que a equipa adversária fizesse o mesmo), pôs os fãs completamente dentro da disputa dos títulos de tag team. O finish foi adequado e surgiu no timing certo.

Em termos de storytelling, houve algumas falhas mas nada de muito grave. O domínio inicial foi credível, com o domínio dos Uso beneficiando do fator surpresa para tentar derrotar os adversários e ficar com a vantagem do encontro, a passagem para o domínio dos Shield foi gradual, como se pede e também teve lógica sendo sustentada por Rollins, ao impedir o tag dos Usos numa altura em que o hot tag estava iminente e que o tornou, mais tarde, super efetivo na reacção do público, assim como quando os Usos responderam na mesma moeda (spot já referido em cima) quando estavam por cima (algo que também foi credível, de resto)... contudo, o domínio que os Shield tiveram para culminar o combate foi um pouco descrível. Pareceu um pouco feito à pressa, com pouco tempo de selling da parte dos The Shield e fulgôr a menos dos Usos para uma equipa que ia conseguindo ganhar pontos no combate.

O entrosamento conheceu algumas lacunas, nomeadamente na primeira situação de domínio dos The Shield, quando Roman Reigns entrou. A duração do combate foi a ideal para um combate de PPV e há que congratular os intervenientes e quem por trás do mesmo esteve.







Total: ** 3/4


Combate pelo título Intercontinental
Curtis Axel (c) vs The Miz

Entendo as intenções da WWE em querer dar a vitória “limpa” a Curtis Axel, mas a retirada de Heyman e a tática usada por The Miz para que isso acontecesse acabou por retirar a aderência do público ao combate, tendo um impacto considerável na psicologia de ringue. Esta caiu bastante após a saída de Heyman, apesar do uso do Figure Four Leg Lock e contra-ataqie respetivo ter criado enorme burburinho.

Em termos de storytelling há pouco a apontar a um combate mediano, mas que também não arriscou muito nisso mesmo. Destaque para o ataque às pernas de Axel por parte de Miz para facilitar o Figure Four e a inteligência de Axel em atrair Miz ao ringue quando ambos estavam fora dele para lhe ganhar vantagem e assumir a vitória...

... que chegou de forma um pouco abrupta, no uso de um finisher pouco ou mal aplicado ou desconhecido pelo público... uma falha grave de um lutador que não compromete neste tipo de coisas e que foi responsável pelo atleticismo/técnica existente neste combate (justiça lhe seja feita!).







Total: **


Combate pelo título das Divas
AJ Lee (c) vs Kaytlin

Regra geral, os combates de mulheres não serem acompanhados com tanto fervor como os do sexo aposto, mas este tinham um truque na manga, designadamente a construção do combate em termos de história, com todas as incidências à volta deste combate a apimentarem-no (toda a situação do admirador secreto e consequente humilhação de Kaytlin, assim como a conquista do título por parte de AJ)...

... e fez-se uso disso mesmo para trazer lógica à contenda, com o ataque de Kaytlin ao torso de AJ depois do que se passou na SmackDown!  - uso da mesa da assinatura de contrato para atacar a sua adversária. Contudo, o bom storytelling ficou-se por aí já que depois disto seguiram-se sucessivas trocas de domínio e over ou underselling que prejudicaram a fluidez e credibilidade do mesmo. Até ao final, foi assim, apesar do brilhantismo do mesmo, com uma espetacular (mais uma) aplicação do Black Widow e um bom suspense criado à volta do mesmo.

Resumindo: em termos de storytelling tratou-se de um combate um pouco bipolar mas com maior incidência para o seu aspeto negativo, a psicologia de ringue foi ajudada pelo passado das duas atletas mas também aqui houve algo a prejudicar a contenda – o público de Philadelphia não aderiu como seria de esperar. A duração foi a “standard” para um combate de mulheres e isso é de lamentar pelos fatores históricos em jogo e o contexto em que o mesmo se inseria (PPV).







Total: * 3/4


Ryback vs Chris Jericho

Um monstro implacável, que faz da destruição o seu modo de viver, por mais “heelish” que possa ser, não poderá ter atitudes de cobarde. Traduziram-se num eufemismo que roça a mentira – inteligência – mas que até acabou por servir para o Ryback ganhar domínio no combate, mas que acaba por não ser devidamente pontecializada no que toca à elevação da personagem. Ou seja, o queixume de Ryback tirou alguma credibilidade ao combate... isso e uma ou outra manobra aplicada por Jericho (lembro-me de um Northern Lights Suplex) de forma sobrehumana e completamente impossível de ser usada em condições normais. Sim, foi executada e merece atenção, mas acaba por dar ao embate uma aura “cartoonesca”... tal como o final, completamente ridículo pelas razões já mencionadas.

A presença de uma estrela tão respeitada e famosa como Jericho gera sempre burburinho entre o público e qualquer combate em que ele esteja inserido beneficiará, em termos de psicologia de ringue pelo simples fato de Y2J estar presente. Assim, e também com a crescência de popularidade de Ryback entre os fãs da WWE e o facto de ele ter andado algum tempo na corrida pelo título principal da companhia fazendo frente à bandeira da mesma, o combate ganhou pontos em termos de psicologia de ringue pese embora o péssimo build-up para o combate, que não conheceu qualquer desenvolvimento, por exemplo, na última RAW!

Creio que houve uma extensão do combate para além do tempo desejável. O final foi mau.






Total: ** 1/4

P.S.: A segunda parte já está a ser feita. Tentarei publicá-la o mais depressa possível, talvez ainda hoje ou  amanhã,  mas não posso assegurar  um horário de postagem. Fiquem a contar com ela para breve ;). Entretanto, comentem e digam de vossa justiça.
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