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Mac in Touch #42 - "ROH's Best in the World- Análise do Main Event e do combate pelo título de TV"



Na passada quarta-feira, Gorilla Monsoon, colaborador deste blogue, deixou-nos uma excelente análise ao PPV da Ring of Honor, Best in the World (podem lê-la aqui). Contudo, devido a problemas de transmissão da companhia que se encarregou da difusão do evento, o nosso caro Gorilla Monsoon não pôde fazer a análise completa do mesmo, deixando dois combates "de fora" do seu radar de avaliação, nomeadamente o main event e o combate pelo título de TV.....

Assim, e sendo eu um fanático por análises e pela própria companhia análisada, quis, de certa forma, completar o trabalho do nosso colega com o meu cunho e fazer as análises que estiveram em falta (entretanto foi disponibilizada uma versão sem "saltos" na transmissão) e que fazem, assim, parte do Mac in Touch desta semana. 

Uma nota para as virgens ofendidas da semana passada que não gostaram do título do meu artigo - lamento ser a causa das vossas apoplexias e que o simples nome de um artigo vos faça afastar do trabalho dessa pessoa. Revela muito da personalidade das pessoas em questão. Quer dizer, é só uma. Por isso, à pessoa ofendida, as minhas desculpas e fica o apelo para que se mantenha afastada dos meus artigos. Se não resistir, pode vir a encontrar algum material "impróprio".

Aqui fica:

ROH's Best in the World- Análise do Main Event e do combate pelo título de TV

Matt Taven (c) vs Jay Lethal  vs Jimmy Jacobs numa “three way” pelo título de TV

A forma como Jacobs entra no combate, um pouco de paraquedas perante a insistência de Steve Corino, acaba por prejudicá-lo no sentido lógico da história... contudo, aumenta o star power que contribui para um maior envolvimento do público no combate pelo “appeal” que traz, juntando-se a Lethal nesse leque e a um campeão desprovido da atenção devida pela estrelas que o rodeiam e o ofuscam –Truth Martini e as “martinetes” (ou “Hoopla Hotties”).

O tal star power de que falei ajudou à psicologia de ringue, obviamente, mas nem seria preciso isso dado o spotfest que teve lugar neste combate! Tratou-se, nesse aspeto, de uma contenda de cortar a respiração pois não houve praticamente pausas no “flow” do combate que começou, e ainda bem para os “adrenalyn rushers”, a um ritmo frenético e não baixou disso mesmo ao longo do que dele restou, com manobras a três executadas de forma atlética e excitante (por falar nisso... nah, piada fácil).

Psicologia de ringue em alta, portanto, mas à semelhança de outros combates com muito atleticisimo e manobras a revelar um entrosamento ímpar não andou de mão dada com o storytelling que, não sendo desastroso (muito longe disso) acabou por não ser credível e retirou alguma lógica ao combate, principalmente por terem sido executadas manobras de deixar KO (finisher’s legítimos) os intervenientes que se foram levantando, na minha ótica, cedo demais. Mas esse terá sido o único (ainda que grave) reparo a este combate.

Jay Briscoe (c) vs Mark Briscoe pelo título da ROH

Perante a saída de duas figuras que são autênticas bandeiras na Ring of Honor, e o contexto em que se inseriu – com o título da companhia em disputa – acho que não era preciso muito mais para alimentar o entusiasmo, entre o público que estaria presente na arena e o público-alvo da ROH em casa, antecedente a este combate . Mas Jay Briscoe fez questão de colocar, permitam-me a expressão, o “p*to aos saltos” (as minhas desculpas às virgens ofendidas pelo palavreado ofensivo) com a promo que fez diretamente de Sandy Fork para o mundo da ROH através da Youtube, onde revelava a ingratidão do irmão por o desafiar pelo seu título quando dele recebe uma das fontes de rendimento e a preocupação com ele pelo fato de ficar completamente “passado” quando pisa o ringue. Acentuou a sua incredulidade com o combate que iria ter dizendo “era supostos ser eu e tu contra o mundo”, uma frase marcante que deixa no ar um corte de um laço fortíssimo. A excelência da promo pode ser vista aqui.

Todos estes ingredientes (contexto, história) e a inclusão da família Briscoe na Arena, que se fez ouvir e sentir druante este combate, contribuiram para que o combate se tornasse em algo especial e, diria eu, histórico pelo gigantesco peso simbólico que acarretava. Assim sentiu-se o tal big fight feel que antecedem todos os combates marcantes da nossa indústria.

O combate teve um início credível. O domínio e a “raiva” de Mark é credível relativamente à procura incessante do ouro que o irmão possui, o querer  chegar ao seu patamar e torna-se ele o motivo de orgulho da família. Algo que, aliado ao que foi trabalhado em termos históricos antes do combate e pelo aperto de mão rejeitado pelo adversário/irmão, justifica o tal início.

O desenrolar do combate também não teve nada de “corrigível” no que toca ao storytelling a não ser o “underselling”, principalmente de Mark Briscoe que se levantou demasiado cedo de algumas manobras aplicadas pelo irmão, inclusivé um “kickout” de um assentamento que não passou da contagem de 1, antecedido por dois (DOIS!!) Jay Driller’s (finisher de Jay Briscoe)... mas até aí se pode alegar a enorme vontade de Mark em se superar e bater o irmão perante a família. Mas, regra geral, seria sempre um ponto a menos para a lógica do combate.

Destaco a inteligência de ambos os lutadores em não avançar cedo para o pin. Afinal, “se não tens a vitória eminente, para quê tentar?”, e essa mesma tentativa demorou a acontecer por ambos se conhecerem tão bem ao ponto de descortinar manhas, manobras e o quão estaria afetado o seu adversário/irmão. Assim se explica que não tenha havido um lutador dominante por um largo período de tempo ao longo de combate, estando devidamente explicado o equilíbrio e a imprevisibilidade (que são bons neste caso), pese embora a presença do underselling (como referido acima).

Ajudada por tudo o que já foi referido no primeiro parágrafo, a psicologia de ringue esteve ao rubro desde início e o combate teve a felicidade de ter autênticos cheerleaders entre a família Briscoe, que espalharam a “magia” de estar dentro do combate pelo resto da arena, embora esta já estivesse possivelmente influenciada pelos fatores anteriores ao combate e ao próprio carisma dos dois lutadores... que ajudaram, sobremaneira, a que o público “entrasse” dentro do combate – Mark com os seus dentes e o Redneck Kung Fu  e Jay no papel de heel Redneck duro de bater, com barba a condizer e expressões faciais perfeitamente adequadas à sua “personagem”.

O entrosamento do combate foi o esperado de dois irmãos que se conhecem há quase três decadas e partilham ringues desde há quase 15 anos a esta parte – perfeito.

Tudo somado, um combate a fazer jus ao simbolismo daquilo que os Briscoes foram na Ring of Honor e no wrestling indy em geral. Não foi um primor técnico, teve pozinhos de uma brawl aguerrida mas não foi um Steen-Generico nesse aspeto... mas, no geral, foi um combate do car*lho (as desculpas às virgens ofendidas, novamente).






Total: ****
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