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MMA: UFC Fight Night: Shogun x Sonnen - Antevisão + Pesagens


Seis combates, seis potenciais pancadarias com enorme chance de não dar trabalho aos juízes laterais. Este é o card principal do UFC Fight Night 26, um dos melhores que a organização já montou, para a estreia do canal FOX Sports 1 nos Estados Unidos....

O evento, que acontece neste sábado no TD Garden de Boston, Massachussets, é liderado por mais um confronto de Chael Sonnen contra um ícone do MMA. O figurão da vez é Maurício Shogun, que tenta reverter a incômoda gangorra que se tornou sua carreira no UFC para iniciar uma nova corrida rumo ao cinturão dos meios-pesados..

Na categoria de cima, o holandês Alistair Overeem também busca redimir sua carreira, mas o havaiano Travis Browne vai tentar impedir para alcançar o grupo da elite da divisão. Eles sucederão no octógono o combate de pesos galos que reunirá o astro Urijah Faber e o brasileiro em ascensão Iuri Marajó.

Em duelo de dois lutadores reinventados, Matt Brown tenta a sexta vitória seguida contra Mike Pyle, que vai atrás da quinta pela categoria dos meios-médios. O card principal abre com o “Sr. Bônus” Joe Lauzon contra Michael Johnson, sucedido pelo violento Uriah Hall, que será o oponente do retorno de John Howard ao UFC.

O card preliminar é um dos melhores já apresentados em todos os tempos, com um duelo pré-candidato a luta do ano entre os galos Michael McDonald e Brad Pickett, que até separados são sempre garantias de excelentes lutas. Uma das maiores apostas para o futuro do peso pena, Conor McGregor enfrenta outro prospecto, Max Holloway. Também nomes fortes da promissora divisão, o brasileiro Diego Brandão e o americano Daniel Piñeda entram em rota de colisão, enquanto Mike Brown contra Steven Siler e Manny Gamburyan versus Cole Miller complementam o desfile da categoria chefiada pelo cada vez mais absoluto José Aldo.

A divisão dos leves apresenta o combate de abertura do evento entre Ramsey Nijem, vice-campeão do TUF 13, e o semifinalista da décima quinta edição, James Vick. Quando saírem do octógono, dois meios-pesados que estrearam com vitória buscarão dobrar o cartel na organização: Ovince St-Preux encara Cody Donovan.

O card completo do UFC Fight Night: Shogun x Sonnen é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Peso-meio-pesado: Maurício Shogun x Chael Sonnen
Peso-pesado: Alistair Overeem x Travis Browne
Peso-galo: Urijah Faber x Iuri Marajó
Peso-meio-médio: Matt Brown x Mike Pyle
Peso-médio: Uriah Hall x John Howard
Peso-leve: Joe Lauzon x Michael Johnson

CARD PRELIMINAR

Peso-galo: Brad Pickett x Michael McDonald
Peso-pena: Conor McGregor x Max Holloway
Peso-pena: Mike Brown x Steven Siler
Peso-pena: Diego Brandão x Daniel Pineda
Peso-pena: Manny Gamburyan x Cole Miller
Peso-meio-pesado: Cody Donovan x Ovince St. Preux
Peso-leve: Ramsey Nijem x James Vick



O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 17:0 horas do Brasil e 21:00 horas de Portugal 

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Maurício Rua (BRA) vs Chael Sonnen (EUA)

Os quarentões Chuck Liddell e Mark Coleman foram os únicos que Shogun bateu em sequência no UFC. A partir daí foram vitórias sobre Lyoto Machida, Forrest Griffin e Brandon Vera entremeadas com derrotas para o mesmo Lyoto, Jon Jones, Dan Henderson e Alexander Gustafsson, seu último compromisso.

A gangorra de Shogun não é só de resultados. O ex-campeão tornou-se uma incógnita física. Se as vitórias sobre Machida e Griffin mostraram um Maurício “nos cascos”, a derrota para Jones e até a vitória contra Vera deixaram expostas sérias dificuldades para o brasileiro. Já contra Hendo e Gustafsson, raça e coração para suportar batalhas cansativas.

Se fosse possível descartar o lado físico, Shogun seria top 5 peso por peso. O muay thai agressivo e explosivo faz par com um jiu-jítsu acima da média, embora nem tão usado, principalmente da guarda. O boxe foi promovido de “soco de menina” para “pancada de homem”, de acordo com o treinador Freddie Roach, que lhe passou valiosas dicas de equilíbrio e postura para aumentar a potência dos golpes. O wrestling não era um ponto forte, mas tem sido trabalhado com intensidade desde que ele anunciou mudanças em seu staff. Ainda assim, o talento natural já o fez derrubar até Hendo, um ex-wrestler olímpico. Mas o condicionamento físico…

Rua está com 31 anos e tem 1,85m de altura e 1,93m de alcance. Seu cartel é de 21-7, sendo 5-5 no UFC. Ele tem uma incrível taxa de 86% das vitórias por nocaute, a maioria delas por cortesia de grosseiros tiros de meta e pisões na cabeça da concorrência no PRIDE. Além dos 18 nocautes, Shogun finalizou Kevin Randleman e não vence por decisão há sete anos.

* * *

Por conta do wrestling e da língua de elite, Sonnen só tem se metido em lutas de alto calibre. Nos últimos três anos, disputou o cinturão dos médios duas vezes, quando venceu todos os cinco rounds disputados por completo contra Anderson Silva, e uma vez o dos meios-pesados, mesmo sem ter feito uma única luta na categoria antes. Mas, diferentemente dos duelos contra o Spider, Sonnen foi aniquilado implacavelmente por Bones.

É importante se destacar que Sonnen não consegue seus objetivos apenas pelo falatório. Ele é um dos mais competentes wrestlers do MMA, muito bom tanto no clinch sufocante contra a grade como nas quedas explosivas, que acabam num controle posicional igualmente asfixiante – e agora, cada vez mais evoluído no jiu-jítsu, ainda que arrisque pouco as tentativas de finalização. Sair de baixo da pressão de Sonnen é coisa para raros.

O grande problema do Gângster de West Linn é a dificuldade de infligir dano com seus punhos de almofada. Ele até mandou Anderson a knockdown, por exemplo, mas foi mais uma junção de precisão com desequilíbrio do brasileiro do que potência. A situação também se repete no solo: se o ground and pound é ótimo para pontuar, não lhe garante uma interrupção há seis anos.

Aos 36 anos, Sonnen acumula cartel de 27-13-1, com 6-6 no UFC (5-4 na passagem atual). Ele venceu sete duelos por nocaute (e fez um pedir para parar debaixo de socos) e finalizou três oponentes. Por outro lado, coleciona oito derrotas por submissão, metade delas via triângulos, a maioria por oferecimento de brasileiros. Chael tem a mesma altura de Maurício e cinco centímetros a menos de envergadura.

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Sonnen é conhecido por sair em busca de uma queda logo nos segundos iniciais dos combates. Ele até deve repetir a tática contra Shogun, mas provavelmente vai lançar mão da aproximação da greco-romana, buscando o clinch e uma queda cinturada, evitando inicialmente atacar as pernas do brasileiro para não dar de (ou com a) cara com uma joelhada. A ideia do americano certamente é fazer Shogun consumir seu curto gás com muito combate corporal.

Para sair da armadilha de Chael, Maurício tem duas alternativas. A primeira é controlar a distância. A segunda é aproveitar a histórica defesa de submissões esburacada de Sonnen caso seja derrubado, até mesmo porque o americano adora trabalhar dentro da guarda de seus oponentes.

Quando a luta começar, inicia também uma disputa entre Shogun e seu gás. Ataques implacáveis nos dois primeiros rounds serão fundamentais. Como o brasileiro não precisa de muito para dar fim em um combate, ele deve conseguir impor a terceira interrupção seguida a Chael. Mas se o combate passar do terceiro round, crescerá demais a chance de o americano vencer por decisão.

Alistair Overeem (HOL) vs Travis Browne (EUA)

O holandês chegou ao UFC carregando os títulos do Strikeforce, DREAM e K-1, além de uma quantidade assustadora de massa muscular de procedência duvidosa. Assim ele mandou Brock Lesnar para a aposentadoria às custas de violentas caneladas e joelhadas no corpo. A marra então tomou proporções bíblicas. Mesmo depois de amargar suspensão pelo finalmente desmascarado doping, Overeem desprezou Antonio Pezão e acabou pagando caro, caindo nocauteado assim que o brasileiro colocou suas mãos gigantescas no queixo de vidro do holandês.

Verdade seja dita, The Reem é um competente lutador numa categoria carente de talento. Além de ser um implacável nocauteador, dono do thai clinch mais feroz entre os grandalhões, Alistair tem um wrestling bastante decente, capaz de derrubar seres do porte de Pezão. Com este arsenal, não é difícil para o holandês mudar o panorama de um combate, dependendo de como ele se apresente. No chão, Overeem também colecionou vitórias, incluindo uma finalização sobre Vitor Belfort quando ambos eram meios-pesados.

Radicado em Miami e treinando na Blackzilians com Rashad Evans e o próprio Belfort, Overeem está com 33 anos e é profissional desde os 19. Ele tem 1,95m de altura, 2,03m de envergadura e hoje em dia precisa cortar peso para atingir o limite de 120 quilos da categoria. Ostenta retrospecto profissional de 36-12, com 19 triunfos por submissão e 15 por nocaute (isso mesmo, apenas duas decisões). Sete derrotas vieram por nocaute e duas por submissão, sete delas para brasileiros.

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Assim como Overeem, Browne foi outro que sucumbiu à marra diante de Pezão. Já perto de se colocar como desafiante, depois de quatro vitórias e um empate no UFC, o havaiano se achou no direito de quicar no octógono contra o brasileiro, como se tivesse o peso de Dominick Cruz. Resultado: estourou o joelho e recebeu os severos punhos educativos de Big Foot no meio da cara. A recuperação aconteceu em seguida, ao nocautear Gabriel Napão com polêmicas cotoveladas no clinch.

Segundo lutador mais alto do UFC, ex-jogador de basquete, Browne é bem ágil para seu tamanho. Ele começou no mundo das lutas pelo muay thai antes de migrar para o MMA. Hoje ostenta faixa roxa de jiu-jítsu na Jackson’s MMA, graduação que ficou latente no passeio aplicado em Chad Griggs, ainda que o adversário não seja parâmetro muito grande.

Com 2,01m de altura e dois centímetros a mais na envergadura, Browne tem retrospecto profissional de 14–1-1, com 5-1-1 no UFC. Foram dez vitórias por nocaute e duas por submissão. Antes do UFC, ele tinha três nocautes em 52 segundos combinados, dois deles em oito e nove segundos, o primeiro com um acrobático chute na cabeça.

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Browne é um lutador tecnicamente em desenvolvimento, com um condicionamento atlético exemplar. Ele vai enfrentar um oponente muito mais versátil e incomparavelmente mais experimentado, mas sem a mesma resistência física.

A maior diversidade ofensiva de Overeem será seu principal trunfo para o combate. Ainda que Browne se movimente bem, o holandês conhece os atalhos para atacá-lo com potência. Mesmo se esta abordagem não der certo, Alistair pode levar a luta para o chão. Seja num nocaute técnico via ground and pound ou com uma finalização, provavelmente Overeem conseguirá uma interrupção.

Urijah Faber (EUA) vs Iuri Alcântara (BRA)

Primeiro lutador do UFC a conquistar duas vitórias em 2013, Faber usou o mata-leão para dar cabo do antigo rival Ivan Menjivar e do amigo Scott Jorgensen. As grandes atuações, somadas ao carisma e à popularidade, novamente colocaram o Califórnia Kid na rota do cinturão.

Líder da Team Alpha Male, Faber é quem dita o estilo da equipe, baseando o jogo num wrestling de muita qualidade técnica, ritmo frenético no solo, ground and pound feroz e um leque versátil de finalizações, principalmente no pescoço. A luta em pé vinha melhorando gradativamente, mas recebeu um upgrade considerável desde que a equipe deu a Duane “Bang” Ludwig o cargo de head coach. A partir de então, os pequenos Alpha Males passaram a lutar ainda mais agressivamente.

Com 33 anos, o “California Kid” tem compensado a explosão de menos por experiência de mais. Faber mede 1,68m de altura e 1,75 de envergadura, ostentando cartel profissional de 28–6, com 4-2 no UFC. Ele conquistou 16 triunfos por submissão e outros sete por nocaute. O queixo duro (e grande) só foi superado por Brown, que o nocauteou no WEC, e Tyson Griffin, ainda antes disso. De resto, apenas derrotas por decisão, inclusive para José Aldo.

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Depois de ver sua ótima série de 13 vitórias (inclusive sobre Massaranbuda como leve, Viscardi como meio-médio e três no UFC como pena) ser quebrada por Hacran Dias, Iuri resolveu baixar de categoria. Como galo, massacrou Pedro Nobre, mas não levou a vitória por causa de polêmicos golpes na nuca do oponente. Em seguida, deu as boas-vindas a Iliarde Santos espancando-o por meio round em Jaraguá do Sul. Agora, depois de uma série de combates em cards preliminares de eventos no Brasil, Marajó recebe um senhor upgrade.

Originado na luta marajoara, ramificação do wrestling desenvolvido na Ilha de Marajó, Iuri é um atleta especialista na luta agarrada que derruba fácil e sabe sufocar os adversários tanto no clinch quanto no chão. Também é um faixa preta de jiu-jítsu, agressivo no chão e com veia finalizadora. Apesar das mãos pesadas, o boxe e o muay thai não acompanham o nível do grappling, mas não significa que Marajó seja ruim na troca de golpes.

Alcântara tem 32 anos, 1,68m de altura, 1,80m de envergadura e cartel de 28-4, além da luta sem resultado contra Nobre. Os triunfos são igualmente divididos em 12 nocautes e 12 finalizações.

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Marajó é capaz de levar dificuldade a qualquer oponente da categoria, mas Faber é superior em todos os ramos do jogo.

Os lutadores devem se machucar na abertura do confronto, mas o ritmo intenso de Urijah vai prevalecer, conduzindo-o a uma vitória por decisão no mesmo âmbito tático que o consagrou.

Matthew Brown (EUA) vs Michael Pyle (EUA)

Os tempos de baranga na corda bamba fazem parte do passado. Brown hoje tem a terceira maior sequência de vitórias entre os meios-médios (5), sendo quatro violentos nocautes sobre Chris Cope, Luis Beição, Mike Swick e Jordan Mein. Na única decisão da série, uma atuação inteligente contra o kickboxer de elite Stephen Thompson.

A recuperação dos resultados de Brown passa pela reeducação técnica do lutador. Saiu de cena o porradeiro alucinado para dar lugar a um indivíduo com abordagem meticulosa, capaz de entender o que se passa no combate para poder aplicar seu jogo. E o melhor, Matt passou a agir assim sem precisar deixar de lado a agressividade. Hoje, Brown pode tanto usar o wrestling e o jogo de pressão na luta agarrada, como pode aplicar o muay thai, onde se destaca o selvagem clinch repleto de cotoveladas e joelhadas. O velho buraco do jiu-jítsu defensivo vem sendo trabalhado com o ex-UFC Jorge Gurgel e com o “Mago” Matt Hume, que o dirige na AMC Pankration.

Matt subirá ao octógono com 32 anos, 1,83m de altura e 1,93m de alcance. Seu cartel, que chegou quase a ficar empatado em vitórias e derrotas, hoje é de 17-11, com 10-5 no UFC. Brown conquistou dez vitórias por nocaute e mais cinco por submissão. Jamais foi nocauteado na vida, mas curtia cair num estrangulamento das mais variadas formas.

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Outro meio-médio em fase mágica é Pyle. Desde que foi enterrado pelo ground and pound de Rory MacDonald, são quatro vitórias seguidas, três por nocaute no primeiro round (uma sobre um brasileiro no Brasil e uma virada sensacional), além de uma dura batalha contra Rick Story, também vencida com uma virada depois de quase ter sido nocauteado no round inicial.

Praticante de taekwondo na infância, Pyle é mais um caso de lutador que se apaixonou pelo MMA depois de ver Royce Gracie em ação nos primeiros eventos do UFC. Correu atrás de seminários da família número um da luta brasileira e passou a treinar em casa o jiu-jítsu. Mike se tornou um lutador versátil, que se vira bem em todas as áreas. Ele costumava ser mais perigoso na luta de solo, mas tomou gosto pelo nocaute nos últimos anos.

Aos 37 anos, Pyle tem 1,85m de altura e 1,88m de alcance. Seu cartel é de 25-8-1, com 16 submissões e cinco nocautes.

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Se o bônus de luta da noite escapar de um dos explosivos confrontos das preliminares, provavelmente parará aqui.

O agressivo Brown e o queixo de pedra Pyle podem fazer o confronto durar bastante. Já o reinventado wrestler Brown terá um bom teste às suas defesas de submissão contra o perigoso Pyle, que é capaz de atacar mesmo estando de costas para o chão, sendo golpeado.

No fim das contas, a maior volúpia de Matt dará resultado.

Uriah Hall (EUA) vs John Howard (EUA)

Hall já havia começado a espalhar sua fama no Ring Of Combat, mas apenas os fãs mais antenados estavam ligados. O ápice chegou no TUF 17, quando ele mandou dois adversários para o hospital, fez um ter ataque de nervos quando soube que ia enfrentá-lo e conquistou o mais brutal nocaute da história do reality show. Na final, a auto-confiança exagerada provocou um apagão e ele foi dominado pelo raçudo Kelvin Gastelum, que ficou com o contrato de seis dígitos.

Na troca de golpes, Hall é assustador. Sua movimentação é técnica e fluida, usando saídas laterais e atacando de ângulos imprevistos, fruto da boa base obtida no caratê, que também lhe desenvolveu a arte do contra-ataque. Como o golpe que nocauteia é aquele que não é percebido pelo oponente, Uriah se tornou uma máquina de aniquilação baseado em violentas pedradas e chutes monstruosos. Porém, há um longo caminho a evoluir na luta agarrada, principalmente na defesa de quedas e no movimento de saída de uma posição desfavorável no solo, situação muito explorada por Gastelum na final do TUF. Apesar desta dificuldade, Uriah tem punhos tão monstruosos que já aplicou nocaute socando a partir da guarda, com as costas no chão.

Nascido na Jamaica, mas criado no Queens, em Nova York, “Primetime” Hall tem 1,83m de altura e incríveis 2,00m de envergadura. Seu cartel apresenta sete vitórias, quatro delas por nocaute e apenas uma por decisão, além de três derrotas (fora Gastelum, Hall foi superado por Chris Weidman e Constantinos Philippou em disputas de cinturão no Ring Of Combat).

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Campeão do mesmo ROC que Hall, mas como meio-médio, Howard teve um bom começo no UFC, com quatro vitórias seguidas. Ele então foi promovido de nível e passou a enfrentar a elite da categoria. Como resultado, foi nocauteado por Jake Ellenberger e controlado por Thiago Pitbull e Matt Brown. Depois de passar no RH da Zuffa, voltou à categoria de origem e venceu seis em sete, recebendo convite para retornar ao octógono.

Forte fisicamente, Howard costuma superar seus oponentes no combate corporal de curta distância ou lançando golpes mais significativos. Ele aguenta pancada, como mostrou contra Ellenberger, Pitbull e Brown, mas falta-lhe mais fluência na luta agarrada, algo que seria fundamental neste sábado. A faixa marrom de jiu-jítsu já lhe garantiu bons resultados, mas não tem dado as caras ultimamente.

Aos 30 anos, Howard é mais de dez centímetros mais baixo que Hall e tem envergadura cerca de vinte centímetros mais curta. Seu cartel é de 20-8, sendo 4-3 na passagem anterior pelo UFC. Ele anotou nove vitórias por nocaute e outras seis por submissão. Nos últimos seis anos, só foi parado por Ellenberger.

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A vantagem física que Howard tinha sobre a maioria dos meios-médios simplesmente não existirá contra Hall. E a pouca aptidão a levar os adversários para o solo representará ter que entrar no olho do furacão para conseguir alguma coisa.

Com muito maior envergadura e melhor movimentação, a tendência é que Hall domine a distância e faça o combate transcorrer do modo que preferir. Assim que achar o tempo correto, um violento ataque surgirá. E aí será caixão e vela preta para Howard (em se tratando de Hall, é bom evitar este tipo de piadinha. Vai que ele leva a sério).

Joseph Lauzon (EUA) vs Michael Johnson (EUA)

Ganha duas, perde uma. Ganha outra, perde de novo. J-Lau talvez nunca chegue a uma disputa de cinturão, talvez nem ao top 10, mas uma coisa ele já conseguiu. Com 12 bônus pós-luta, metade de finalização, ele é o recordista destes prêmios, empatado com Anderson Silva, mostrando o quão empolgantes são suas apresentações.

O ex-administrador de redes de computadores e viciado em videogames levou sua sanha de conhecimento para o jiu-jítsu, modalidade que sequer ostenta a faixa preta, mas que o tornou capaz de finalizar muita gente (na última luta, quase que o faixa preta Jim Miller foi para o saco). Em pé, a trocação desengonçada já mandou Melvin Guillard a knockdown, mas o queixo de titânio torna as lutas um martírio para os oponentes, que precisam se desdobrar para fazer Lauzon se aquietar.

Cria do TUF 5, Lauzon tem 29 anos, 1,78m de altura e envergadura. Ele tem cartel de 22-8, com 9-5 no UFC e incríveis 18 vitórias por submissão, sete delas no UFC (fica atrás apenas das onze de Royce Gracie e das oito de Frank Mir). Mostrando que segue o lema matar ou morrer, perdeu três por nocaute e outras três por finalização.

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Depois de surpreendentemente perder a final do TUF 12, Johnson emendou boas vitórias sobre Shane Roller, Tony Ferguson (campeão da edição seguinte) e Danny Castillo, em grande virada. Quando parecia ter resgatado o crédito perdido no reality e na derrota para Paul Sass, deu de cara com a locomotiva Myles Jury e foi atropelado em dezembro. Neste ano, viajou à Suécia e foi finalizado por Reza Madadi.

Primeira escolha de Georges St-Pierre no TUF, Michael tem se apresentado com uma trocação cada vez mais sólida e um poder de nocaute que lhe salvou na luta contra Castillo, quando era dominado até achar o golpe decisivo. Além da trocação, seu jogo se baseia na luta olímpica, modalidade que pratica desde a adolescência. Depois que passou a treinar na Blackzilians, começou a corrigir o problema de queda de rendimento durante os combates, algo que é potencialmente mortal contra Lauzon.

Johnson está com 26 anos, tem 1,78m de altura, 1,83m de envergadura e cartel profissional de 12-8, com seis nocautes e duas submissões. Foi finalizado em seis de suas oito derrotas, mas jamais foi nocauteado como profissional.

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O que esperar desta luta? Nada menos que um animado quebra-pau, sobrando bifas para todos os lados. Johnson terá que ser mais cuidadoso do que nunca, pois Lauzon não para.

O vice-campeão do TUF 12 vai conseguir vantagem nos primeiros momentos de trocação, mas pouco a pouco o fluxo quase doentio do oponente vai miná-lo até que J-Lau consiga uma finalização no terceiro round.

Antevisão original de MMA-Brasil 
http://www.mmabrasil.com.br/

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A presença de Chael Sonnen na pesagem oficial do UFC Fight Night Combate - Shogun x Sonnen indicava que alguma provocação ou brincadeira pudesse acontecer a qualquer momento, mas o que se viu no TD Garden, em Boston, foi justamente o contrário. Sem nenhuma provocação ou encarada mais tensa, o evento teve como destaque a criatividade dos atletas na hora de escolher suas roupas para subirem ao palco e na balança. Todos os lutadores bateram o peso e estão confirmados no evento. Apenas Matt Brown precisou ficar sem roupa no palco para atingir o limite da categoria dos pesos-meio-médios e ter confirmada a sua luta contra Mike Pyle.

Mostrando o respeito de sempre, Chael Sonnen não ensaiou qualquer provocação a Maurício Shogun, mas enquanto tirava a blusa e a bermuda para subir na balança, perguntou a Joe Rogan se haveria a tradicional entrevista após a encarada. Diante da negativa do apresentador, resignou-se e apenas cumpriu o protocolo.

Com muito bom-humor, os lutadores fizeram alusão a todo tipo de personagem, como Super-Homem (Steven Siler) e Tartarugas Ninjas (Cole Miller). As tentativas de ganhar a simpatia do público também se fizeram presentes, como James Vick, que usou uma cueca com trevos de quatro folhas (símbolo celta de boa sorte), ou uma camisa do Boston Red Sox, o time de beisebol da cidade, e o mais popular entre todos os esportes locais.

Entre os brasileiros, apenas Iuri Marajó levou uma bandeira para o palco da pesagem: a do seu estado, o Pará, agitando-a antes de subir na balança. Diego Brandão mostrou a disposição de sempre na encarada, mas não chegou a tocar o adversário, Daniel Pineda. Com cara de poucos amigos, Brandão cumprimentou rapidamente o rival e desceu do palco.

Para não dizer que não houve nenhum momento mais tenso, o queridinho da torcida local, o irlandês Conor McGregor, chegou a tocar a testa de seu adversário, o havaiano Max Holloway, na encarada após a pesagem, sendo preciso que Dana White ensaiasse separá-los. Mas não aconteceu nenhuma provocação mais acalorada.

Em um momento curioso, Matt Brown tentou jogar o seu boné para a torcida, mas errou o alvo, e acabou acertando uma parte da audiência que estava vazia. O lutador ficou sem jeito e riu muito antes de subir na balança.

Confira os pesos dos atletas:

CARD PRINCIPAL


Peso-meio-pesado (até 93,4kg): Maurício Shogun (93kg) x Chael Sonnen (93kg)
Peso-pesado (até 120,7kg): Alistair Overeem (115,9kg) x Travis Browne (107kg)
Peso-galo (até 61,7kg): Urijah Faber (61,4kg) x Iuri Marajó (61,7kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Matt Brown (77,5kg) x Mike Pyle (77,1kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Uriah Hall (83,4kg) x John Howard (83,9kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Joe Lauzon (70,8kg) x Michael Johnson (70,8kg)

CARD PRELIMINAR

Peso-galo (até 61,7kg): Brad Pickett (61,4kg) x Michael McDonald (61,4kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Conor McGregor (66,2kg) x Max Holloway (65,8kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Mike Brown (66kg) x Steven Siler (66kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Diego Brandão (66,2kg) x Daniel Pineda (65,5kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Manny Gamburyan (66kg) x Cole Miller (66,2kg)
Peso-meio-pesado (até 93,4kg): Cody Donovan (92,5kg) x Ovince St. Preux (93,2kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Ramsey Nijem (70.8kg) x James Vick (70,3kg)

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