Polêmica: Vince McMahon é o maior gênio que já existiu
Das divisões de território para a maior empresa de esportes-entretenimento do mundo atual. Vince McMahon entra para a história como um dos maiores empreendedores da história. Um gênio. Idiota. Mas um gênio.
Dos vários mistérios que provém da luta-livre, destaca-se de certeza a personalidade de Vince McMahon.
Egocêntrico mas, sobretudo inconstante, McMahon provou-se como barreira para triunfo de muitos lutadores de sucesso no desporto. Pessoas que, por ínfimas características ou trejeitos são escorraçadas completamente de chances ao sucesso.
Polêmico, atitudes como esta sempre foram como que álcool para incendiar discussões sobre o quão realmente bom o dono da WWE consegue ser no que diz respeito a gerir a modalidade dos esportes-entretenimento.
Há anos nesse ambiente, seu padrão com toda a certeza é alto e é justamente por este motivo que se fazem cobranças. Estas podem parecer superficiais em muitos casos, porém acabam tornando-se basilares.
Acima de tudo, McMahon é gestor de programas de televisão que carecem de respostas de audiência semanalmente para não terem seus contratos quebrados e acabarem a não ter transmissão.
A internet veio a agregar na degradação do wrestling. O consumidor já não é mais burro, apesar de saber que para apreciar a boa arte da luta-livre precisa-se destoar um pouco de sapiência. Hoje em dia sabe-se tudo sobre como as coisas são feitas, quem é posto de lado nos planos ou o porquê disto ocorrer.
Vince passou por todas as fases e segue no topo com ratings sólidos que vem se tornando arquétipo nos anos recentes.
Apesar da vertiginosa queda de mais de sete milhões de telespectadores semanais, prossegue defendendo o bem do pro wrestling, que por mais que seja destoado com outros temas muito mais ostentosos, mantém-se puramente wrestling. A essência é a mesma. As mudanças, entretanto, fazem como que uma miscigenação de vários fatores a resumir na única finalidade. O produto é o mesmo dos anos 80. A forma como é apresentada não.
E isto não é ruim.
Sua genialidade não limita sua mente de terceira idade a pensar como um velho. Vince vê através do comprador/consumidor e toma os riscos necessários.

E assim foi se desenvolvendo a WWE ao redor de eras onde se precisavam modelos e heróis americanos ou rebeldes para uma geração liberal e exigente o suficiente.
O Monday Night RAW, programa de maior proeminência no cenário, está no ar há vinte anos. Poucos programas conseguem tal galardão porque em ampla parte não há renovação.
A renovação só vem pelo pulso firme que várias vezes não é entendido por pessoas sem experiência em administração como nós, da comunidade de wrestling online. A internet como aliada nos traz informações, mas é enganosa. Apesar de nos mostrar o sentido do wrestling e como muitas vezes ele é apresentado, ela não ensina a geri-lo.
Certamente Vince também não foi ensinado, porque quando tomou controle dos negócios de seu pai, a primeira coisa que deve ter feito foi simplesmente jogar ao vento o que havia de limites.
Primeiramente a limitação territorial, depois a limitação de competição.
Quem matou a WCW foram figuras de balneários que tentavam serem líderes. Quiçá passem pelo mal da IWC de achar que sabem de tudo e justamente por isso tentavam pôr suas noções em prática. Saldo acabou sendo disputa hierárquica que afetou o que se via na televisão.
Por outro lado, na WWE havia um líder. McMahon era como que o juiz. Ele era a verdade e somente ele deliberava as conjunturas. Não é a toa que foi na WWE que Vince Russo escreveu o segmento com maiores ratings da historia da modalidade, com 8.5 na escala Nielsen.
Quando Russo foi para a WCW, teve liberdade. Acabou colocando-se como campeão mundial. Acabou colocando David Arquette como campeão mundial.
Quando Russo foi para a TNA, teve liberdade. E apesar de ter tido erros piores, só foi demitido na chegada de seus velhos inimigos Eric Bischoff e Hulk Hogan, na ineficiência de Dixie Carter perceber o que havia de mau. O resultado é que se trocou seis por meia dúzia (isto já foi tópico deste artigo e também não vou ser eu que irei golpear em empresas mortas).
Sua maneira de pensar certamente não é convencional, mas o grande segredo de pessoas com inteligência super desenvolvida é verdadeiramente não ser convencional.
Foi assim que buscou o seu melhor, por mais brutal que possa ser. Desta maneira que perseguiu a todos nos balneários da Jim Crocket Promotions para tomar o seu horário de sábado. Apesar do disparate, continuou a deteriorar a concorrência das piores maneiras.
Sua falha não foi incomum no Black Saturday, pois em uma vida de décadas certamente advieram muitos erros; alguns irremediáveis. Mas que homem não erra?
Erra-se hoje para desenvolver no amanhã.
Sua figura inabalável o tornou gênio. Nós como meros mortais não podemos perceber o quão produtivo McMahon foi ao longo dos últimos anos e não podemos medir suas contribuições para a indústria de maneiras cabíveis.
A imagem de abertura do artigo é a definição do seu ser: rico, sorridente, homem de sucesso, ainda que prestes a abrir a conferência de imprensa do seu maior fiasco até os dias presentes. Um gênio.
Para o wrestling, o maior que já existiu.
Já na semana seguinte abordaremos a situação da WWE quanto a sua classificação etária, sob tema: “PG Era VS. Attitude Era”.
Enquanto isto continuem muito bem de saúde. Encontramos-nos outra vez no final de semana.
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