Ring of Honor PPV- All Star Extravaganza V - Video + Análise
A Ring of Honor regressou a Toronto para o “All Star Extravaganza V” e em destaque para além de vários combates pelo torneio para coroar o novo campeão houve ainda vários regressos como Young Bucks, Brian Kendrick, Paul London, a estreia de KUSHIDA e ainda a primeira defesa dos títulos de equipas por parte dos novos campeões Forever Holligans....
Inicialmente fiquei confuso com o booking deste combate: o Kushida é um bom jr heavyweight da New Japan e a ROH trá-lo do Japão para estar num opener contra basicamente um jobber da ROH?
A verdade foi que o Adam Page apresentou-se em boa forma física e ajudou o Kushida a apresentar-se ao público da ROH. Combate muito básico na sua contrução, com o Kushida a brilhar nos primeiros minutos, falha uma dive para começar a heat do Page que fez o papel de heel mas sem ser uma personagem heel, e o segredo deste combate foi que, a partir de moves muitas vezes simples, como hip tosses, foram teasando o comeback do Kushida mas sempre com o Page a retomar o domínio com mini heat spots a quebrar os inícios de comeback do japonês.
O único senão foi um pequeno botch do Kushida ao fazer o Handspring Back Elbow do Tajiri (talvez por não estar habituado às cordas), mas de resto, o público comeu totalmente os minutos finais e adorou o Corkscrew Moonsault no finisher.
Ótimo opener para dar início ao show e os comentadores deram a entender que o Kushida voltará para fazer tag com o Alex Shelley, o que seria muito bom. Combate com cerca de 9 minutos
Nota 7.2/10
VÍDEO COMPLETO DO EVENTO
International Showdown
NEW JAPAN'S Kushida vs. Adam Page
Inicialmente fiquei confuso com o booking deste combate: o Kushida é um bom jr heavyweight da New Japan e a ROH trá-lo do Japão para estar num opener contra basicamente um jobber da ROH?
A verdade foi que o Adam Page apresentou-se em boa forma física e ajudou o Kushida a apresentar-se ao público da ROH. Combate muito básico na sua contrução, com o Kushida a brilhar nos primeiros minutos, falha uma dive para começar a heat do Page que fez o papel de heel mas sem ser uma personagem heel, e o segredo deste combate foi que, a partir de moves muitas vezes simples, como hip tosses, foram teasando o comeback do Kushida mas sempre com o Page a retomar o domínio com mini heat spots a quebrar os inícios de comeback do japonês.
O único senão foi um pequeno botch do Kushida ao fazer o Handspring Back Elbow do Tajiri (talvez por não estar habituado às cordas), mas de resto, o público comeu totalmente os minutos finais e adorou o Corkscrew Moonsault no finisher.
Ótimo opener para dar início ao show e os comentadores deram a entender que o Kushida voltará para fazer tag com o Alex Shelley, o que seria muito bom. Combate com cerca de 9 minutos
Nota 7.2/10
Ring of Honor World Title Tournament- First Round Match
Tommaso Ciampa vs. Silas Young
Tommaso Ciampa vs. Silas Young
O Ciampa é um lutador com tamanho acima da média para as indys (mas que na WWE não singrou de todo) e que tem bom look e boas expressões, motivo pelo qual vai recebendo bookings e pushes em várias federações, mas que me continua a não convencer porque parte da sua ofensiva parece fraca (os seus big boots, o seu finisher que ele parece ter sempre fazer demasiado em esforço) e depois as suas joelhadas em cabeças não parecem seguras de todo, mas isso só quem lá está é que sabe se doem ou não, por isso podem ser boas joelhadas workadas.
Tal como no primeiro combate, optaram por “contar uma história” em vez de despejar moves. Começam com um lock up agressivo que levam para fora do ringue onde se empurram com as barricadas, depois fazem algumas sequências com headlocks mas TRABALHAM OS HEADLOCKS de forma a mostrar que estavam a apertar a cabeça um ao outro e que era preciso esforçarem-se para sair da hold. O Silas usa strikes muito simples e tem montes de heat com o público, o Ciampa consegue as melhores pops do combate ao tentar arrancar o bigode do Young.
Buildam para um high spot: um suplex da borda do ringue para o chão (tapetes) que o público adora e VENDEM o move no chão até a uma contagem de 14 e depois, no ringue – e porque toda a gente anda vidrada em New Japan – começam a trocar headbutts de gatas à lá Shibata vs Goto/Ishii e se tivessem acabado o combate pouco depois isto teria sido excelente mas exageraram um pouco na sequência final, o Ciampa deixou de vender por completo e perderam um pouco o público com isso. Até aí, estavam a ter um combate surpreendentemente bom. O Silas teve uma prestação fantástica e é um lutador em quem a ROH pode confiar para este spot de ser um heel no midcard a jobbar e a ajudar babyfaces em emergência. O Ciampa não teve o seu pior combate, mas tem muito a trabalhar ainda. É óbvio que é um lutador dedicado e está a voltar de uma lesão complicada, por isso não desisto completamente dele. O Ciampa ganhou pelos 10 minutos com a sua péssima powerbomb into a double knee e segue em frente para defrontar o vencedor de BJ Whitmer vs Mike Bennett nos quartos de final
6.8/10
Ring of Honor World Title Tournament- First Round Match
Michael Bennett vs. BJ Whitmer
Michael Bennett vs. BJ Whitmer
Este foi, como se sabe, o combate que acabou com o Bennett a quase matar o Whitmer com um Piledriver no apron. É sempre bom poder ver isto já sabendo que o Whitmer está vivo e de boa saúde mas foi um spot muito, muito assustador.
Mais um combate dos oitavos de final. O Whitmer é um cancro na ROH e tem de ser corrido. Tem muitos amigos no management mas a verdade é que é hoje um lutador pior do que o que era há 10 anos atrás. Pior, mantém o hábito de tentar compensar a falta de talento com spots arriscados. Lembram-se do que eu disse sobre o Silas e o Ciampa fazerem um Suplex da borda do ringue para o chão e o tratarem como um mega spot? Aqui há crossbodys para fora do ringue, dives, Suplexes e Slams fora do ringue e um piledriver na borda desprotegido.
O Bennett é o melhor lutador nas indys a saber usar uma vallet, e ter a Maria Kanellis como vallet e namorada ajuda muito.
Até estava à espera que o corpo do combate fosse bastante pior mas entre o Bennett fazer bem o seu papel habitual de heel, a expulsão da Maria levada pelo Nigel McGuinness e o comeback do Whitmer como máquina de suplexes a sair melhor do que o habitual, isto estava a ser um bom combate até ter tido um final assustador.
É difícil dar uma nota a um combate que acaba assim mas, para todos os efeitos, eles fizeram a maior parte do combate antes de o interromperem, aliás, o finisher bem ser mesmo aquele mas sem a parte do Whitmer ficar paralisado por umas horas. É de elogiar o facto da ROH ter cortado nas imagens da assistência ao Whitmer pós combate.
6.4/10
Ring of Honor World Title Tournament- First Round Match
World TV Champion Matt Taven vs. Roderick Strong
World TV Champion Matt Taven vs. Roderick Strong
Normalmente gosto da Scarlet mas não faço ideia que tipo de angle querem fazer com ela. Aqui limitaram-se a proibi-la de estar no ringside e a sentar-se com os comentadores por não ter ~licença~ enquanto o Truth Martini e a outra tipa continuavam a interferir.
É mais um combate dos oitavos de final do torneio e o Roderick Strong é babyface pela primeira vez em anos na ROH. É um turn que se saúda porque a sua personagem estava completamente stale.
Ao contrário dos outros combates, este não segue uma forma tão clara de heat/domínio do heel e é mais taco-a-taco, também com mais abuso de pontapés, suplexes, backbreakers. Hey, desde que não sejam todos os combates, assim tudo bem!
O Taven vai-se afirmando como um lutador made in ROH e é sempre bom apostarem em lutadores que não chegam já com nome feito. Boa prestação, a mostrar que se aguenta num combate com o Roddy com moves a 100 à hora.
Bom combate, mas faltou alguma consistência (mais selling, alguns momentos mais pausados) para ser muito bom. Roddy ganha depois de combo de backbreakers, sick kick e o seu suplex into the knees. Defronta nos quartos de final o vencedor de Kevin Steen vs Brian Kendrick
7.4/10
Ring of Honor World Title Tournament- First Round Match
Paul London vs. "Unbreakable" Michael Elgin
Paul London vs. "Unbreakable" Michael Elgin
Combate de powerhouse contra high flyer com o Elgin a apanhar o London quando este voava para ele e o London a escapar-se das tentativas de moves do Elgin. Começam com alguns spots engraçados de gato e rato mas o público, na verdade, não estava a comer o combate. Conquistam o público quando o London salta da parte exterior da segunda corda para apanhar o Elgin na borda do ringue com uma rana para os mats.
Felizmente para eles, meteram esse spots quando ainda tinham tempo para meter muita ação depois e a fase final do combate é sempre em crescendo até à vitória do Elgin.
O London faz as suas double stomps loucas, standing SSPs, etc. e parece estar motivado como nunca tinha estado desde que deixou a WWE. O Elgin procura sempre o “combate perfeito” o que às vezes pode jogar contra ele (beneficiava em relaxar pouco mais), mas regra geral faz dele o competidor acima da média que é hoje em dia, com muita atenção ao detalhe de cada move e o cuidado de vender e trabalhar cada hold.
Num show com muitos combates de boa qualidade na ordem dos 10 minutos, este foi o primeiro a ter por volta dos 20, e o primeiro também a ter uma near fall clara: o London acertou uma Reverse Rana no Elgin e seguiu com um Shooting Star Press da terceira corda que o público comeu como finisher: boa near fall que beneficiou do facto de não ter havido kick outs de finishers em combates anteriores.
Um combate muito bom apesar de até ter começado num ambiente morno.
8.0/10
Triple Threat Tag Team Action
The
Young Bucks (Nick & Matt Jackson) vs. C&C Wrestle Factory
(Caprice Coleman & Cedric Alexander) vs. Adrenaline RUSH (ACH &
Tadarius Thomas)
O regresso dos Young Bucks à ROH e tudo o que se espera de um combate dos Young Bucks. Os Bucks trabalharam como heels mas nunca houve momentos de domínio, foi um combate cheio de acção com double teams, dives e superkicks.
O ACH ganha por volta dos 12 minutos com um 450º splash sobre o Coleman que tinha tentado um splash sobre um dos Young Bucks, mas aterrou em cima de dois joelhos levantados.
A acção foi excelente e não houve saturação de moves pelo que nada a apontar a este combate.
7.7/10
Ring of Honor World Title Tournament- First Round Match
Kevin Steen vs. Brian Kendrick
Kevin Steen vs. Brian Kendrick
Último combate dos oitavos de final do torneio com o vencedor a defrontar o Roderick Strong a seguir.
A história aqui é que o Steen é mais forte e o Kendrick não quer ter nada com ele e por isso foge e tenta escapar-se dos moves a todo o custo. Têm um ótimo spot quando o Kendrick volta ao ringue à contagem de 17 e volta a sair logo depois, o Steen vai atrás dele, apanha-o, tenta uma Powerbomb na borda do ringue, Kendrick agarra-se às cordas, sobem os dois à borda, Steen mete o Kendrick num Sleeper e o Kendrick contra-ataca para um Sliced Bread #2 na borda.
Depois disso, o combate simplesmente não teve qualquer linha de continuidade e o Kendrick nesta altura pura e simplesmente recusa-se a bumpar e todos os combates dele têm sido medianos. Compensa com alguma personalidade e com boa execução de moves simples como Forearms, mas neste momento não compensa tê-lo em qualquer roster porque ele se esforça mais para fazer os seus videos de youtube com desenhos de bonecos do que com wrestling.
É sempre um nome para fazer o job e o Steen ganha isto com um Sharpshooter que já tinha tentado prender antes no combate. O show é em Toronto e o Steen usou uma t-shirt “Fight Steen Fight” com os “fights” a cor-de-rosa, fazendo desse modo a sua homenagem ao Bret Hart. Ah, também houve um spot estranhissimo em que o Steen não vendeu um Low Blow do Kendrick e lhe acertou com um Chokeslam, não faço ideia do que é que aquilo era suposto ser...
Pior combate da noite, mas nem por isso nada escandalosamente fraco.
6.0/10
Ring of Honor World Title Tournament- Quarter Final Match
Adam Cole vs. Jay Lethal
Adam Cole vs. Jay Lethal
Este combate diz já respeito aos quartos de final. Nos tv tapings, Adam Cole tinha vencido o Mark Briscoe com um Jay Driller, e o Lethal ganhou ao Sonjay Dutt.
É mais um combate de grande qualidade. O Lethal e o Cole gostam de construir os seus combates com chain wrestling e aqui começam com longas sequências de headlocks com alguns spots de escapadas a headlocks excelentes (tipo um tentar apanhar o outro para um headlock takedown mas o outro tirar a cabeça a tempo e contra-atacar).
Depois, foi um combate em que cada wrestler se ia superiorizando ao outro move a move, com sequências que davam origem a um move maior que era vendido e que ia sendo acertado mais ou menos à vez ora pelo Cole, ora pelo Jay Lethal.
Muitos teases de Superkicks que depois foram usados nos momentos finais. A chave aqui é um spot em que o Adam Cole simula uma lesão para tentar surpreender o Lethal, voltando a ser indiciado um heel turn à medida que o torneio se vai desenrolando.
Cole ganha com German Suplex da segunda corda seguido de um superkick e o seu arm trapped german suplex.
8.0/10
ROH World Tag Team Championship
Forever Hooligans (Rocky Romero e Alex Koslov) (c) vs. The American Wolves (Davey Richards e Eddie Edwards)
Não tenho muito a dizer sobre isto a não ser que não pareceu um main event da ROH de todo. Os Forever Hooligans têm personalidade e alguns spots mais coloridos, mas há uma diferença entre estar num opener da New Japan e num main event de um show que teve muito bom wrestling. Ainda assim, quem esteve totalmente ao lado foi o Davey Richards que, quando se pedia exatamente que ele estivesse no seu clássico modo sério, intensidade aos níveis mais altos, etc., decide apresentar a sua versão mais descontraída e desvairada.
Claro que o combate teve bons momentos à mesma, mas no final acho que os títulos perderam mais prestigio do que ganharam com este combate. Também não se percebe o reinado de uma semana dos Forever Hooligans.
Um combate ok que talvez tivesse sido um bom combate noutra posição do show mas que aqui pareceu anti climático e mesmo o público não esteve particularmente vibrante.
7.1/10
Comentários finais
Bom show com combates não muito longos, finishers protegidos e bom wrestling. Esta precisa de ser a imagem de marca da ROH, ter um standart alto de qualidade no ringue, combates que envolvam o público, mas sem provocar saturação com pessoas a sobreviver a finishers em todos os combates.
Faltou um ou outro grande combate para ter sido um evento memorável, mas de forma geral foi um bom show.