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MMA: UFC Fight Night 28: Teixeira vs. Bader - Antevisão + Pesagens


A minimaratona da maior organização de MMA do mundo chega ao fim com o quarto evento em dezoito dias. Na segunda visita a Belo Horizonte, o Ginásio do Mineirinho recebe o UFC Fight Night 28: Teixeira vs. Bader, liderado por três disputas essenciais em suas divisões.....

A luta principal, que deveria ter acontecido no UFC 160, envolve dois integrantes do top 10 na categoria dos meios-pesados. Glover Teixeira receberá diante de seus conterrâneos o americano Ryan Bader, podendo se tornar desafiante número um em caso de vitória que impressione.

Outro que pode ficar perto de uma disputa de título é o peso médio Ronaldo Jacaré, que terá um difícil compromisso com o ex-desafiante Yushin Okami. O terceiro na mesma situação é o americano Joseph Benavidez, que pode ser indicado como desafiante dos moscas em caso de triunfo sobre o ex-número um do mundo Jussier Formiga.

Os dois duelos que abrem o card principal não impactam a linha de frente dos rankings, mas os fãs podem esperar combates animados. O peso médio Rafael Sapo, que luta em sua cidade natal, pega o sueco ex-TUF 17 Tor Troéng, enquanto o favorito dos torcedores Francisco Massaranduba tenta a quarta vitória no UFC contra o estreante polonês Piotr Hallman.

 O card preliminar desta quarta-feira tem como principal atração a estreia de três campeões do Jungle Fight, o maior celeiro de talentos para o UFC em terras brasileiras.

Em combate muito chamativo na divisão dos penas, Felipe Sertanejo dá as boas vindas ao octógono para o talentoso Edimilson Kevin, dono do cinturão do Jungle na mesma divisão. Enquanto isso, os dois campeões das divisões imediatamente acima no evento de Wallid Ismail cobrem ausências por contusão e fazem a sonhada estreia no UFC: o meio-médio Elias Silverio enfrenta João Zeferino, ao passo que Ivan Batman, recém-empossado chefe dos pesos leves no Jungle, debuta contra Keith Wisniewski, também em 77 quilos.

Ainda nos meios-médios, Yuri Villefort tenta a recuperação contra o valente Sean Spencer na luta de abertura. Já Lucas Mineiro terá todo o apoio de seus conterrâneos na sua primeira luta como peso galo diante do americano estreante no evento Ramiro Hernandez J

O card completo do UFC Fight Night 28: Teixeira vs. Bader é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Glover Teixeira x Ryan Bader
Yushin Okami x Ronaldo Jacaré
Joseph Benavidez x Jussier Formiga
Francisco Massaranduba x Piotr Hallmann
Rafael Sapo x Tor Troeng
Marcos Vina x Ali Bagautinov

CARD PRELIMINAR

Felipe Sertanejo x Kevin Souza
Lucas Mineiro x Ramiro Hernandez
João Zeferino x Elias Silvério
Keith Wisniewski x Ivan Batman
Yuri Villefort x Sean Spencer


O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 17:00 horas do Brasil e 21:00 horas de Portugal 

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Glover Teixeira (BRA) vs Ryan Bader (EUA)

A ascensão de Teixeira nos rankings mundo afora foi tão acentuada quanto era a expectativa de sua estreia no UFC na época do problema com o visto de entrada nos Estados Unidos. Resolvidos os trâmites burocráticos, ele estreou há pouco mais de 15 meses e não perdeu tempo, liquidando Kyle Kingsbury, aplicando a maior surra da carreira de Fabio Maldonado, dominando inteiramente Quinton Jackson e passando por cima de James Te Huna, que substituiu o próprio Bader no UFC 160.

O furacão Glover foi causado pelo enorme repertório ofensivo do lutador. Ele soca e chuta com a potência de um peso pesado, mas com agilidade maior que a maioria de seus pares meios-pesados. Também derruba como um wrestler americano e tem um jogo de solo que não renega as origens, tão justo quanto ofensivo. Base para isto ele tem (há mais de dez anos): foi sparring de Chuck Liddell e treinou com John Hackleman em muitos anos de The Pit, quando morou nos Estados Unidos. No Brasil, aprimorou o wrestling com a seleção brasileira de luta olímpica (foi bicampeão nacional de greco-romana até 120 quilos), o kickboxing com Pedro Rizzo e o jiu-jítsu com a Nova União. Poucos lutadores brasileiros conseguem tamanha eficiência em tantas áreas do jogo como Teixeira.

O mineiro de Sobrália está com 33 anos e tem a mesma altura de Bader, mas possui cinco centímetros a mais no alcance. Seu histórico profissional é de 21-2, com 4-0 no UFC e 19-0 desde 2005, depois de iniciar a carreira com 2-2 – sua última derrota foi contra Ed Herman, que hoje nem deve sonhar em repetir o resultado. Além de Rampage, apenas Matt Horwich no começo da carreira e o espanhol Daniel Tabera perderam por decisão (este último porque Glover lutou sem apertar o ritmo, sob pena de não conseguir mais adversários no Brasil). No resto, doze acabaram nocauteados e seis foram finalizados.

* * *

Quando Bader perdeu sequencialmente a disputa pelo posto simbólico de prospecto número um para Jon Jones e tirou Tito Ortiz do limbo, muitos achavam que o hype sobre o campeão do TUF 8 tinha sido alto demais. Ele se recuperou com três vitórias sobre concorrência já demitida (nocaute sobre Jason Brilz, aula de wrestling sobre Rampage e a submissão mais rápida da história da categoria sobre Vladimir Matyushenko). No meio desta sequência, sofreu um violento nocaute em contragolpe de Lyoto Machida.

O retrospecto citado acima pode ter reforçado a ideia que Bader jamais passaria de um porteiro de divisão, derrotado pelos verdadeiros postulantes ao cinturão. Provar o contrário é a missão atual do duas vezes All-American na Divisão I da NCAA pela Arizona State University. E, para isto, seria ideal que ele ampliasse seus recursos, deixando de ser o típico lutador de MMA americano, baseado na junção wrestling + boxe. Seu jiu-jítsu, quando foi testado, ficou em prejuízo, visto que Jones lhe deu um passeio no chão e Ortiz não teve nenhuma dificuldade de finalizá-lo quando o grampeou após o knockdown. Apenas o “anti-jiu-jítsu” que o wrestling proporciona é pouco para quem quer invadir e se manter no top 5 de tão talentosa divisão. Além do jogo de solo, falta a Bader maior fluência numa vertente do kickboxing.

“Darth” Bader está com 30 anos, tem 1,88m de altura e de alcance e é, fisicamente, um dos mais fortes lutadores da categoria. Seu cartel atual mostra retrospecto de 15-3, sendo 8-3 no UFC. O parceiro de CB Dollaway e Aaron Simpson na Power MMA Team conquistou praticamente metade de suas vitórias (7) por nocaute e só finalizou duas vezes antes de Matyushenko, ambas antes do TUF.

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O americano vai encarar um adversário embalado, na vibe “sem tempo a perder”, perigoso em todas as áreas e, o pior, no território mais hostil do MMA mundial. A coisa é feia.

O boxe decente de Bader não é páreo ao conjunto da obra de Glover em pé. Mesmo sua pedrada de direita pode não ser suficiente para rachar o queixo testado e aprovado por pegadores como Maldonado, Rampage e Te Huna. E ainda que as quedas de Ryan estejam num dia iluminado, vai ser complicado manter o brasileiro, que ataca muito da guarda, de costas para o chão por muito tempo.

Glover vai testar a distância, deve ter que lidar com pelo menos uma tentativa de queda do americano e então vai abrir fogo. Bader acabará não aguentando a pressão, será raspado, espancado e vitimado por um nocaute técnico na primeira metade da luta.

Ronaldo Souza (BRA) vs Yushin Okami (JAP)

Desde que foi surpreendido por Luke Rockhold e ficou sem o cinturão do Strikeforce, Jacaré se tornou uma máquina aniquiladora em busca de vingança. O Strikeforce acabou antes de lhe concederem revanche, mas o rastro de destruição passou ao UFC. Um a um, Bristol Marunde, Ed Herman e Chris Camozzi sentiram o poder do jogo de chão do capixaba e Derek Brunson foi violentamente nocauteado em menos de um minuto.

A vitória sobre Camozzi, em sua estreia no UFC, foi especialmente representantiva. Não que o adversário representasse tanto perigo, longe disso. Mas a facilidade com que Ronaldo encaixou o katagatame e o tempo gasto até o americano apagar (cerca de três segundos) é coisa de quem sabe. É coisa de quem é um dos melhores lutadores da história do jiu-jítsu.

Os tempos de lutador unidimensional ficaram no Japão. Desde que Ronaldo se mudou para o MMA americano e para a X-Gym, novas ferramentas são incorporadas ao seu arsenal. Ele venceu lutas usando o wrestling, outras vezes confiando no boxe e sempre deixou claro que encará-lo no chão é tarefa para raros. Muito forte fisicamente, ele adquiriu um belo punch em punhos rápidos, está aprendendo a chutar e ainda ostenta queixo resistente, que suportou pedradas secas de Robbie Lawler. Na luta em pé, seu principal problema é lidar com oponentes que o atacam em alto volume na longa distância, como fez Rockhold.

Jacaré subirá ao octógono mineiro com 33 anos, 1,83m de altura e 1,88m de envergadura. Seu cartel é de 18-3, com uma luta sem resultado (Jason Miller o acertou com uma pedalada ilegal que abriu um rombo no rosto do brasileiro), 1-0 no UFC e 7-1 no Strikeforce. Ronaldo finalizou 14 oponentes, além do nocaute único sobre Brunson. Das derrotas, além da decisão contra Rockhold, foi nocauteado na estreia por Jorge Patino “Macaco” e sucumbiu estranhamente a uma pedalada contra Gegard Mousasi.

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Desde que perdeu para Chael Sonnen há quatro anos e passou de oponente a parceiro de treino do americano, Okami venceu seis combates contra alguns aspirantes a desafiante (Nate Marquardt, Mark Muñoz, Hector Lombard e Alan Belcher) e só foi derrotado em condições especiais: para a genialidade de Anderson Silva e por um lapso de Tim Boetsch, que era massacrado na luta.

O retrospecto de respeito foi adquirido principalmente com uma abordagem inteligente, a tradicional paciência oriental e um jogo sufocante de clinch, quedas e controle posicional, características reforçadas desde que o nipônico juntou-se à Team Quest de Portland, onde treinou com Sonnen até o novo amigo se mudar para a equipe de Muñoz.

Quem pensa que o “Trovão” se resume à luta agarrada está bem enganado. O japonês evoluiu bastante na troca de golpes de três ou quatro anos para cá. Seu jab virou uma teia de aranha que ele lança contra o concorrente na intenção de prendê-lo em seus domínios. Porém, é justamente nesta área que reside o maior problema do japonês: o queixo pouco confiável.

Formado pela Wajyutsu Keisyukai de Tóquio, Okami tem 32 anos e é um enorme peso médio de 1,88m de altura e 1,83m de envergadura. Apresenta cartel de 29-7, com belo retrospecto de 13-4 no UFC. A violenta joelhada sobre o ex-campeão Evan Tanner foi a única vez que Okami nocauteou alguém sem que o árbitro mandasse parar, o que aconteceu em outras oito oportunidades. Ele tem também quatro vitórias por submissão, 14 por decisão e a famigerada vitória por desclassificação contra Anderson.

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Antes que o pachequismo aqueça e saiam dizendo que Okami será atropelado, cabe ressaltar que o japonês é muito bom em algumas situações que deixaram Jacaré com problemas no passado recente. Apesar de ser o melhor grappler da divisão, o brasileiro não encontrou facilidade contra Rockhold e Kennedy na luta agarrada. Okami é melhor que os americanos. O japonês pode ainda utilizar uma abordagem parecida com a que rendeu a vitória sobre Marquardt e dois rounds contra Boetsch, controlando a distância com jabs e diretos.

O duelo vai ser duro. Jacaré tem condição de mandar Okami para a vala como fez com Brunson, mas talvez esta não seja a aposta principal. O certo é que o brasileiro não poderá deixar o adversário pegar o ritmo da luta e deve pressioná-lo o quanto antes até vencer por decisão.

Joseph Benavidez (EUA) vs Jussier da Silva (BRA)

Joseph BenavidezFavorito a ser o primeiro campeão dos moscas do UFC e derrotado por Demetrious Johnson na disputa do cinturão, Benavidez reconstruiu sua reputação com uma vitória sobre um lutador da elite da divisão (Ian McCall) e outra sobre um prospecto (Darren Uyenoyama). Este, espancado.

Benavidez é mais um exemplo dos benefícios de Duane Ludwig como técnico principal da Team Alpha Male. Os pequeninos de Sacramento já eram excelentes lutadores, mas o ex-UFC inseriu uma mentalidade matadora nos pupilos, além de aumentar o leque ofensivo dos rapazes. Se Chad Mendes conquistou quatro nocautes seguidos, Joe-Jitsu mostrou um sensacional trabalho na linha de cintura de Uyenoyama, além de relembrar como suas quedas são poderosas contra McCall.

O pequenino sujeito de 28 anos diz que tem 1,63m de altura (talvez na ponta dos pés) e 1,65m de envergadura. Seu cartel profissional é de 18-3, com um forte 5-1 no UFC. Assim como acontece com Faber, todas as derrotas de Benavidez aconteceram em disputas de cinturão. Ele conquistou oito vitórias por submissão e cinco por nocaute.

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A aguardada estreia de Formiga no UFC foi decepcionante. O potiguar não deu conta da velocidade e potência de John Dodson e acabou nocauteado sem se encontrar no combate durante um minuto sequer. Passada a tensão da estreia, Jussier lembrou a época de número um do mundo dominando Chris Cariaso com quedas e transições fluidas no chão por dois rounds, mas cansou e caiu de rendimento no terceiro.

Faixa preta de judô e jiu-jítsu, Jussier é um excepcional grappler, provavelmente o melhor da categoria, com boas quedas, alto volume de jogo e técnica apurada na busca de posições e finalizações. Na trocação, possui combinações interessantes e se defende bem, mas ainda lhe faltam contundência, velocidade e ousadia para pelo menos dispersar a atenção dos rivais. Comparando o Formiga de antes da luta com McCall (sua primeira derrota, ainda no Tachi Palace Fights), percebe-se que o revés causou no potiguar algum tipo de travamento psicológico.

Pupilo de Jair Lourenço na Kimura/Nova União, Formiga tem 28 anos e cartel cadastrado no Sherdog de 15-2 (na verdade ele tem mais vitórias ainda sem registro), com os triunfos quase igualmente divididos entre submissões e decisões (sete finalizações e oito lutas resolvidas pelos juízes). O potiguar de Natal tem 1,65m de altura e ocupa ainda o top-5 da maioria dos rankings internacionais. Depois que fechou com o UFC, deixou o trabalho de motoboy para finalmente viver como lutador em tempo integral.

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Tirando uma batalha de troca de posições no chão, o americano é superior ao brasileiro em todos os aspectos do jogo. Mesmo na disputa de jiu-jítsu, Benavidez é bom o suficiente para não ser finalizado por Formiga e/ou para escapar caso caia por baixo.

Tendo em vista o Benavidez turbinado por Ludwig, é bem provável que Formiga sequer tenha chance de mostrar o quão bom é no chão. O americano deve impor uma tática agressiva na troca de golpes, como Dodson fez no ano passado. O fim deve ser o mesmo: uma vitória por nocaute técnico no segundo round, afastando Formiga do topo.

Francisco Trinaldo (BRA) vs Piotr Hallman (POL)

Depois de arrebatar corações no TUF Brasil 1 com seu carisma gigantesco, jeitão sincero e rústico, Massaranduba tornou-se ídolo dos brasileiros com três vitórias por atropelamento e uma derrota numa guerra, entendeu? Delson Pé de Chumbo sentiu a pressão do ground and pound do piauiense, enquanto C.J. Keith e Mike Rio foram jogados ao chão como bonecos de pano e finalizados em katagatames. No meio, ele levou pânico a Gleison Tibau no segundo round, mas não resistiu ao jogo físico do oponente e foi derrotado por decisão.

Massaranduba já se mostrou um adversário duro para qualquer camarada da divisão mais equilibrada do MMA mundial. O piauiense tem um bom jogo de chão, agressivo e potente, além de um poder de nocaute acima da média para um peso leve – o mesmo jeito brutamontes que apresentou na casa do TUF marca suas habilidades marciais.

Aos 35 anos, Massaranduba deixou a Constrictor Team de Brasília para se integrar à Evolução Thai, time de André Dida em Curitiba. Ele tem 1,73m de altura e 1,79m de alcance, além de retrospecto profissional de 14-2, sendo 3-1 no UFC, com cinco nocautes e quatro submissões a seu favor. Além de Tibau, Massaranduba foi derrotado por Iuri Marajó no Jungle Fight.

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Invicto há nove lutas, Hallman construiu fama de matador forjado em quebra-paus homéricos em eventos médios europeus. A vitória sobre Vaso Bakočević, que rendeu o cinturão do WFC ao polonês, foi especial. Hallman recuperou-se de um knockdown com oito segundos e aplicou uma sonora surra no “Psicopata Montenegrino”, em combate disputado nas regras do PRIDE, com direito a tiro de meta e joelhadas na cabeça no chão, no melhor estilo Arona contra Sakuraba.

Além de se alimentar de sangue, o oficial da Marinha polonesa (seu emprego em tempo integral) bate duro e adora atuar no infigthing, onde consegue desenvolver seus sangrentos thai clinch e dirty boxing. Ele começou no caratê ainda adolescente, passando em seguida para a capoeira (sim, na Polônia!), mas desenvolveu um bom jogo de solo, com especialidade em dar giro e pegar as costas, com Grzegorz Jakubowski, pioneiro do MMA em seu país e seu treinador na Mighty Bulls Team (Equipe dos Touros Poderosos).

Aos 26 anos, Hallman tem 1,75m de altura e lutou como meio-médio antes de baixar de categoria. Ele chega ao UFC ostentando cartel de 13-1, com sete nocautes e cinco submissões, todas por mata-leão. Sua única derrota aconteceu quando precisou substituir um adversário com duas semanas de antecedência para uma disputa de cinturão. Sem ter feito uma preparação minimamente adequada, Hallman não aguentou o ritmo e desistiu do combate no quarto round, completamente exausto.

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Sempre há a chance de Hallman sentir a pressão da estreia, mas o sujeito já venceu um torneio disputado numa noite, sem juízes e sem limite de tempo, além de ter batido Bakočević nos Bálcãs, em combate precedido por um clima bélico. Enfrentar oposição fisicamente mais forte também não será novidade para o europeu.

Pode-se esperar para este combate um forte candidato ao melhor da noite. Na hora que o primeiro aterrissar seu punho sobre o rosto alheio, a madeira vai estancar. Massaranduba deverá receber algum castigo, mas vai devolver na mesma moeda, sem contar que as quedas estarão ao seu lado. No fim das contas, o ídolo do povo vai “meter a porrada” e vencer por finalização, entendeu?

Rafael Natal (BRA) vs Tor Troéng (SUE)

Mineiramente comendo pelas beiradas, Sapo deixou o começo claudicante no UFC e entrou em fase de quatro vitórias nos últimos cinco combates. Decisões sobre Paul Bradley, Michael Kuiper e João Zeferino, além de uma submissão contra Sean Spencer cercam a única derrota dos últimos três anos. Contra Andrew Craig, Sapo dominava o combate, mas se descuidou e acabou vitimado por um chute alto nos segundos finais do segundo round.

Rafael é um faixa preta de Vinicius Draculino que importou com maestria a arte suave para o MMA, principalmente quando ele derruba e cai por cima, pesando sobre os oponentes e buscando evoluções de posição até achar uma brecha para encaixar uma finalização. Em pé, percebe-se uma nítida melhora às custas dos treinos com Phil Nurse, treinador de Chris Weidman, mas também nota-se um lapso entre o bom trabalho de manutenção de distância e os punhos pesados. O condicionamento físico, que já foi um problema, vem melhorando nas últimas apresentações.

Radicado em Nova York, onde treina com várias estrelas na academia de Renzo Gracie, Sapo está com 30 anos e tem 1,83m de altura e 1,96m de alcance. Seu cartel profissional hoje é de 16-4-1, com 4-2-1 pelo UFC. Rafael aplicou oito submissões e três nocautes até o momento. Nunca foi finalizado, mas sofreu três derrotas por nocaute.

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Integrante do TUF 17, Troéng foi a quarta escolha de Chael Sonnen, depois de passar pela eliminatória com sua marca registrada de botar para baixo e pegar as costas. Porém, dentro da casa, teve o azar de ser mal escalado pelo técnico contra o nocauteador Josh Samman, que o dizimou no primeiro round. Estreou oficialmente no UFC contra Adam Cella antes de acabar a exibição do TUF. Novamente o sueco mostrou força no jogo de chão e finalizou o americano.

Tor chegou a atiçar a imprensa americana em relação a ser o “terror da temporada”. Não era ele, mas a dúvida era relativamente compreensível. O sueco usa um sólido jogo de quedas e ground and pound para machucar os oponentes (a saraivada que aplicou no português Bruno Silva é um exemplo), justificando o apelido de “The Hammer” (“O Martelo”). Troéng já esteve no Brasil aprimorando seu jiu-jítsu com Roberto Gordo na academia que Rafael dos Anjos treina, depois que levou um passeio no chão de Thales Leites (o que é um ótimo indício para Sapo).

“O Martelo” é um enorme e magro peso médio de 30 anos e 1,89m de altura. Seu cartel oficial mostra 16-4-1, com 1-0 no UFC. Fora as quatro vitórias por decisão, as demais são igualmente divididas entre nocautes e finalizações. A derrota para Thales é a única nas últimas quinze lutas.

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Onde Troéng é forte, Sapo é muito mais. O sueco pode até tentar levar o combate para o solo, mas corre o risco de levar outro passeio como aconteceu com Thales. O melhor para o europeu é tentar manter o combate na troca de golpes, forçando o mineiro a se movimentar bastante e fazer força nas tentativas de queda. Se Sapo não tiver problema de condicionamento físico, anota uma vitória por finalização no terceiro round ou por decisão, empurrado pela torcida.

Antevisão original de MMA-Brasil 

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A pesagem do UFC Fight Night Combate: Glover x Bader, feita no ginásio do Mineirinho, em Belo Horizonte na tarde desta terça-feira foi uma das mais tranquilas dos últimos tempos. Apesar de muita cara feia nas encaradas, não houve uma maior tensão entre os atletas, não exigindo a intervenção do diretor de operações internacionais do UFC, Marshall Zelaznik, que esteve no palco representando Dana White. As encaradas mais fortes foram entre o brasileiro Lucas Mineiro e o americano Junior Hernandez; entre o brasileiro Marcos Vina e o russo Ali Bagautinov; e entre os protagonistas da luta principal do evento, Glover Teixeira e Ryan Bader.

- Vai ser mais uma batalha, eu quero o cinturão já tem tempo. Estou super preparado, o Bader é forte, mas eu vou passar por ele. Estou muito feliz de lutar aqui em Minas Gerais, cheguei a perder a voz na perda de peso, mas vou ficar muito feliz mais tarde - disse Glover, logo após a pesagem.

Ryan Badermostrou bastante tranquilidade após a pesagem, e disse que está tranquilo para o combate.

- As pessoas estão falando muito sobre Glover, que ele pode ganhar uma disputa de cinturão se me vencer. Mas ele não vai me vencer. Toda a pressão está sobre ele. Eu estou tranquilo, e infelizmente vou ter que acabar com a festa da torcida de Glover em sua cidade natal - disse o americano.

Uma curiosidade marcou a pesagem de dois lutadores: Ronaldo Jacaré e Ryan Bader subiram à balança com suas bermudas de luta, que geralmente pesam entre 400g e 500g, e mesmo assim bateram o peso, respectivamente, dos médios e dos meio-pesados.

Entre os atletas mais abatidos estavam Lucas Mineiro, que desceu duas categorias de peso, indo dos leves para os galos - uma diferença de nove quilos entre uma e outra - e Francisco Massaranduba, que lutou entre os médios no TUF Brasil 1, mas atualmente luta entre os leves - uma diferença de 13,5 kg.

O atleta mais festejado pela torcida local foi o mineiro Rafael "Sapo" Natal. Nascido em Belo Horizonte, local do evento, o lutador - que é torcedor do Cruzeiro - se mostrou emocionado por atuar em sua cidade, e subiu ao palco cumprimentando a todos, e acenando para a torcida. Após bater o peso, beijou a tatuagem que tem no braço e agradeceu o apoio dos fãs presentes ao ginásio, sendo muito aplaudido.

A torcida mineira esteve em bom número na pesagem, e gritou o tradicional "Uh, vai morrer!" para alguns lutadores estrangeiros, principalmente Ryan Bader, Tor Troeng e Yushin Okami.

Confira os pesos de todos os atletas:

CARD PRINCIPAL

Peso-meio-pesado (até 93,4kg): Glover Teixeira (93,4 kg) x Ryan Bader (93 kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Yushin Okami (83,9 kg) x Ronaldo Jacaré (84,4 kg)
Peso-mosca (até 57,2kg): Joseph Benavidez (57,2 kg) x Jussier Formiga (57,2 kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Francisco Massaranduba (70,3 kg) x Piotr Hallmann (70,3 kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Rafael Sapo (83,9 kg) x Tor Troeng (83,9 kg)
Peso-mosca (até 57,2kg): Marcos Vina (57,2 kg) x Ali Bagautinov (56,7 kg)

CARD PRELIMINAR

Peso-pena (até 66,2kg): Felipe Sertanejo (66,2 kg) x Kevin Souza (66,2 kg)
Peso-galo (até 61,7kg): Lucas Mineiro (61,7 kg) x Junior Hernandez (61,2 kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): João Zeferino (77,1 kg) x Elias Silvério (76,6 kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Keith Wisniewski (77,1 kg) x Ivan Batman (76,6 kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Yuri Villefort (77,1 kg) x Sean Spencer (77,6 kg)

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