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MMA: UFC Fight Night 30: Machida vs. Muñoz - Antevisão + Pesagens


O UFC volta a atravessar o Oceano Atlântico para montar o octógono no país europeu que mais recebeu edições do maior evento do mundo. A Phones 4U Arena, na cidade inglesa de Manchester, será palco do UFC Fight Night 30, edição que marca a aguardada estreia do ex-campeão dos meios-pesados Lyoto Machida como peso médio. Seu adversário será o ex-parceiro de treino Mark Muñoz, em luta que deve deixar o vencedor próximo de uma eliminatória para o título. Machida substitui o ídolo local Michael Bisping, que teve uma lesão no olho e foi obrigado a desistir do combate.....

O card principal será composto por mais cinco combates, sempre com um representante europeu em ação. O inglês Ross Pearson tenta seguir com a boa fase desde que voltou aos pesos leves contra o americano Melvin Guillard, em duelo no melhor estilo tiroteio no Velho Oeste. Eles sucederão no octógono o encontro não menos explosivo entre os pegadores Jimi Manuwa e Ryan Jimmo, pela divisão dos meios-pesados.

Campeão do TUF Smashes pela categoria dos leves, o norte-irlandês Norman Parke bate de frente com o ex-TUF 15 Jon Tuck. Já o peso médio italiano Alessio Sakara recebe o estreante sueco Nicholas Musoke. Abrindo a porção principal do evento, o local Phil Harris terá o nocauteador brasileiro John Lineker como oponente, em confronto válido pela categoria mais leve da organização.

O combate mais atraente da porção inicial do card é o único que não envolve nenhum atleta britânico, a batalha entre os leves Al Iaquinta e Piotr Hallmann. Descendo um degrau na escala de divisões de peso, dois duelos entre estadunidenses e britânicos. O inglês Andy Ogle e o escocês Robert Whiteford recebem respectivamente Cole Miller e Jimy Hettes.

A representante brasileira no card preliminar é a jovem umuaramense Jéssica Andrade, que busca sua primeira vitória contra a local Rosi Sexton. Voltando aos homens, dois combates entre médios fecham a conta das preliminares: o duelo europeu entre o inglês Brad Scott e o holandês Michael Kuiper abre os trabalhos na arena, enquanto o ascendente Andrew Craig visita o inglês Luke Barnatt, cria do TUF 17.

O card completo do UFC Fight Night 30 é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Peso-médio - Lyoto Machida x Mark Muñoz
Peso-leve  - Ross Pearson x Melvin Guillard
Peso-Meio-pesado - Jimi Manuwa x Ryan Jimmo
Peso-leve - Norman Parke x Jon Tuck
Peso-médio - Alessio Sakara x Nicholas Musoke
Peso-mosca - Phil Harris x John Lineker

CARD PRELIMINAR

Peso-leve - Al Iaquinta x Piotr Hallman
Peso-médio - Luke Barnatt x Andrew Craig
Peso-galo - Rosi Sexton x Jessica Andrade
Peso-pena - Andy Ogle x Cole Miller
Peso-pena - Jimy Hettes x Robert Whiteford
Peso-médio - Brad Scott x Michael Kuiper


O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 17:00 horas do Brasil e 14:00 horas de Portugal 

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Lyoto Machida (BRA) vs Mark Muñoz (EUA)

Em algum momento no retrospecto recente, algo mudou na cabeça de Machida, ainda que inconscientemente. A agressividade e o instinto finalizador deram as caras nos geniais nocautes sobre Randy Couture e Ryan Bader. Mas, nas derrotas para Quinton Jackson e Phil Davis, e até mesmo na vitória sobre Dan Henderson, muita controvérsia e menos ações ofensivas deixaram o Dragão na berlinda.

Um dos motivos que podem ter causado mudança no jogo de Machida – e aqui entra apenas uma suposição – é a formação de seu córner. Yoshizo Machida, pai do lutador, é um sujeito enérgico. Já Chinzo Machida, um dos irmãos de Lyoto, segue uma linha mais calma, tranquila. A soma dos estilos parecia funcionar bem, ora soltando Lyoto para ofensivas ferozes, ora “segurando a onda”. Porém, o velho mestre não tem mais composto os córneres do filho mais famoso.

Apesar das derrotas, é possível afirmar que o estilo de Lyoto, que consagrou definitivamente o caratê no MMA, ainda é difícil de ser decifrado pelos oponentes. O problema é que também tem sido difícil para os juízes e fãs, por isso a quantidade de lutas controversas e de críticas. Se os contragolpes seguem precisos e a defesa de quedas permanece sólida, a movimentação lateral ou para trás, com menos ofensividade, tem dado a impressão que Lyoto mais evita a luta do que a procura.

O baiano radicado no Pará e que hoje treina na Black House, nos Estados Unidos tem 35 anos, 1,85m de altura e três centímetros a mais de alcance. Profissional no MMA desde 2003, seu retrospecto no esporte hoje alcança 19–4, com 11-4 no UFC. Seus triunfos basicamente se dividem entre sete nocautes e dez decisões. Ele foi nocauteado por Maurício Shogun, finalizado por Jon Jones e assaltado contra Rampage e Davis.

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Pelo demonstrado na última luta, pode-se dizer que Muñoz está totalmente recuperado do processo depressivo que o fez ganhar quase 30 quilos após o vareio constrangedor sofrido diante de Chris Weidman. Com o físico em dia, o descendente de filipinos mais uma vez usou seu jogo de quedas e ground and pound para massacrar Tim Boetsch e tirá-lo da briga pelo posto de desafiante.

Campeão da Divisão I da NCAA, tetracampeão norte-americano sênior e medalha de prata no Mundial Junior da FILA, Muñoz chegou no MMA com um dos melhores retrospectos na luta olímpica, independentemente de categoria de peso. Apesar do histórico e do estilo fundamentado no ground and pound, esperava-se mais do lutador em relação às quedas. Quando Mark acerta o tempo do double-leg, é quase impossível detê-lo. Mas o principal problema que ele passa envolve o processo de aproximação e finta para entrar com as quedas, o que acaba tornando o índice de aproveitamento de Muñoz baixíssimo para um wrestler de seu gabarito.

O líder da Reign MMA tem a mesma idade do oponente, três centímetros a menos de altura e oito a menos no alcance. Seu cartel profissional é de 13-3, sendo 8-3 no UFC. Metade de suas vitórias aconteceram por nocaute e ele fez ainda Ryan Jensen pedir para parar sob bombardeio. Além da derrota para Weidman, Muñoz caiu em luta apertada contra Yushin Okami e estreou no UFC levando uma canelada no pé do ouvido de Matt Hamill.

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Este combate traz um acontecimento interessante em relação à evolução do MMA. Rorion Gracie ajudou a criar o UFC há praticamente vinte anos. Neste sábado, seus filhos Rener e Ryron estarão nos córneres de Lyoto e Muñoz, respectivamente.

Um camarada que tem dificuldade no approach e que tem como maior trunfo o ground and pound quer enfrentar qualquer oponente, menos Machida. Wrestlers com aproximação aguçada tiveram enorme dificuldade para lidar com a movimentação de Lyoto, imagine Muñoz.

Mark tem ainda uma possibilidade de mandar o Dragão para a vala com uma pedrada, mas convenhamos que esta tarefa é muito mais complexa da que Cigano teve na semana passada. Muñoz até tem evoluído neste aspecto nos treinos com Rafael Cordeiro, mas ainda precisa de sorte para atingir alguém elusivo como Machida.

A tarefa do americano é inglória. Ele vai passar uns bons três rounds na caça de Lyoto, recebendo toda sorte de contragolpes. Num destes, o brasileiro conectará com a potência necessária para fazer o oponente se juntar a Bader, Couture e Rashad, wrestlers nocauteados por Machida.

Ross Pearson (ING) vs Melvin Guillard (EUA)

Os tempos difíceis como peso pena parecem ter ficado para trás. Pearson voltou aos leves e massacrou Ryan Couture e George Sotiropoulos, recuperando um pouco da moral obtida com o título do TUF 9.

Faixa-preta de taekwondo com boxe acima da média no MMA, o inglês é um talentoso striker com dificuldade na luta agarrada. Porém, para o combate deste sábado, Pearson não vai precisar se preocupar com a parte defensiva do jogo de chão, visto que esta não é a praia de Guillard.

O “Real Deal” (algo como “O Autêntico”) tem 28 anos e é um peso leve pequeno, com 1,73m de altura e dois centímetros a mais na envergadura, problema que é compensado com agressividade e movimentação que lhe faltaram quando lutou com quatro quilos a menos. Pearson tem cartel profissional de 15-6, sendo 7-3 no UFC. Doze de suas vitórias estão igualmente divididas entre nocautes e submissões, assim como as derrotas, divididas pelos três meios comuns.

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O sujeito de mãos pesadas que chegou a ter cinco vitórias seguidas na difícil categoria dos leves logo trocou a série para 1-4, com vitória apenas sobre Fabricio Morango. Porém, em seu último combate, Guillard reencontrou a velha forma e foi moendo Mac Danzig até nocauteá-lo na metade da luta.

Melvin é um kickboxer agressivo, que ataca o corpo e a cabeça dos adversários com combinações violentas e até certo ponto suicidas, deixando enormes buracos para serem explorados por contragolpes, o que explica sua trajetória trôpega. Como nem Greg Jackson deu jeito no seu jogo defensivo esburacado, principalmente no chão, Guillard passou a vagar por equipes, indo para a Blackzilians, tentando voltar para a Jackson’s MMA e hoje tentando a sorte na American Top Team. Quando está em seus bons dias e consegue controlar os combates com o kickboxing, ele faz lutas empolgantes, onde o nocaute sempre está à espreita. Porém, quando o oponente consegue neutralizá-lo, cai em lutas sonolentas e fatalmente acaba com o pescoço apertado.

O Jovem Assassino tem 1,75m de altura, cinco centímetros a mais de envergadura e, com 30 anos de idade, já acumula 46 lutas na carreira, com 31 vitórias (incríveis 20 nocautes e duas submissões), doze derrotas (nove por submissão, todas menos uma no pescoço, com mata-leões, triângulos ou guilhotinas), dois empates e uma luta sem resultado.

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Plantar em frente a Guillard e trocar pancadas no centro do octógono é um convite a cair duro mesmo para um striker como Pearson. O inglês deve aproveitar seu jogo de pernas e se movimentar bastante, atacando o americano de ângulos variados.

O problema é que disputar quinze minutos na troca de golpes com Guillard é viver no limite. Com punhos rápidos, é muito provável que o americano acerte algumas combinações que podem tirar Pearson de equilíbrio. Se Melvin controlar o ritmo, a vala estará cavada. E como Pearson costuma sofrer contra concorrência fisicamente mais forte, Guillard deve anotar mais um nocaute para seu caderninho.

Jimi Manuwa (NIG) vs Ryan Jimmo (CAN)

O nigeriano radicado na Inglaterra confirmou no UFC sua fama de durão que nocauteou todos menos um indivíduos que ficaram à sua frente. Manuwa estreou na maior organização do mundo dando surras em Kyle Kingsbury e em Cyrille Diabaté.

Apesar de não ter base em nenhuma modalidade de luta, o muay thai é a principal arma de Manuwa. Muito forte fisicamente, é capaz de nocautear com um só golpe e sabe mesclar chutes e joelhadas aos punhos brutais, apesar de ser mais grosso do que técnico. O wrestling sempre foi sua maior deficiência, mas contra o limitado francês, as quedas foram úteis para mesclar com os violentos socos. Com isso, o calo que precisa de tratamento é o reservatório de gás curto, que pode acabar o deixando vulnerável contra competição mais árdua, como a que Jimmo é capaz de impor.

O “Poster Boy” tem 33 anos e está invicto no MMA. Venceu todas as treze lutas, doze delas por nocaute, três no segundo round e o resto na primeira parcial. Na única vitória por submissão, deu-se ao luxo de encaixar uma guilhotina, mas o adversário já estava soterrado no mais baixo nível da vala depois de apanhar como boi ladrão. O pupilo de Alan Keddle no muay thai e Ricardo Silva no jiu-jítsu tem 1,87m de altura e 1,92m de envergadura.

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Depois de estrear com um sensacional nocaute em sete segundos sobre Anthony Perosh, Jimmo quase repetiu a dose contra James Te Huna, mas o neozelandês fez milagre e virou a luta. Em seguida, o canadense deu uma boa mostra de como pode superar Manuwa contra Igor Pokrajac, dominado na troca de golpes na longa distância mesclado com clinch.

Faixa preta segundo dan de caratê shitō-ryū, modalidade em que se sagrou tetracampeão canadense e vice pan-americano, Jimmo é um trocador que aprendeu a mesclar ataques furiosos com aproximações visando quebrar o ritmo da concorrência. Os treinos na Blackzilians estão desenvolvendo o jiu-jítsu do canadense, mas talvez este aspecto ainda não esteja alinhado para dar-lhe a vitória no sábado.

O “Big Deal” (Grande Aposta) tem dezessete vitórias entre as derrotas na primeira e na penúltima lutas profissionais. Do cartel de 18-2, 2-1 foi obtido no UFC. Jimmo aplicou sete nocautes na carreira e finalizou dois adversários. Ele tem 31 anos e 1,85m de altura.

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O caminho para Jimmo é muito claro: movimentar-se bastante, variando socos e chutes na longa distância, sempre sem parar diante do oponente. Quando encontrar uma brecha, o canadense deve imediatamente grudar e levar Manuwa para o clinch na grade a fim de minar a resistência do oponente. Para isso, terá que superar o furacão do começo do combate, livrando-se do ataque-metralhadora ao máximo que puder. Apesar de as casas de apostas indicarem favoritismo ao nigeriano, a aposta é numa vitória de Jimmo por decisão.

Norman Parke (NIR) vs Jonathan Tuck (GUAM)

Quando foi anunciado como integrante do TUF Smashes, Parke era apenas o primeiro norte-irlandês que tentava a sorte no programa, mas sem nenhum respeito pela concorrência fraca que enfrentou na ilha britânica. Porém, metodicamente foi superando os oponentes, bateu o esquisito Colin Fletcher na final e superou Kazuki Tokudome no UFC 162.

Parke vem trilhando sucesso no TUF-UFC confiando bastante no clinch e no ground and pound, principalmente no trabalho de cotoveladas, especializando-se em neutralizar a troca de golpes dos oponentes. Em pé, ele não chega a encher os olhos dos aficionados pela distribuição de safanões, pontapés e coisas que o valham, mas não é cego e sabe encurtar a distância expondo-se a poucos riscos.

O norte-irlandês está com 26 anos, tem 1,78m de altura e de envergadura. Seu cartel profissional no MMA é de 18-2, com 2-0 no UFC e três nocautes e doze submissões. Ele treina com o competente e experiente Robert Drysdale, que agora também é lutador do UFC e já treinou Frank Mir e Forrest Griffin, dentre outros.

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O representante da simpática ilha de Guam chegou invicto ao TUF 15, querendo ser a surpresa da temporada. Não passou sequer da eliminatória, tombando diante do futuro vice-campeão Al Iaquinta. Mas como deu trabalho ao ótimo rival, foi aproveitado pelo UFC, vencendo sua única luta oficial na estreia da organização na China, contra o local Tiequan Zhang.

Tuck é um talentoso lutador de jiu-jítsu que ganhou uma medalha de ouro e uma de prata no Mundial Profissional de 2010 na faixa azul – agora está graduado com a faixa marrom. Sua técnica de solo foi bem exibida contra Zhang, em combate que o guamês chegou perto de finalizar o oponente, antes conhecido ele próprio como uma máquina de finalização. Tuck também poder de nocaute decente, algo que será útil contra Parke, mas precisa evoluir no quesito manutenção de distância para impedir a aproximação do oponente deste sábado.

Aos 29 anos, com 1,77m de altura, Tuck ainda está invicto, agora com sete lutas oficiais (1-0 no UFC), tendo capturado três nocautes e outras três finalizações, todas no round inicial. Ele treina na equipe MMA Lab junto com Ben Henderson, Alex “Bruce Leroy” Caceres e o finalista do Fight Master Joe Riggs.

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Este confronto deve acabar numa animada disputa por posições no solo. Ainda que caia por baixo, o europeu deve conseguir vantagem ao se defender bem das investidas do oponente, abrindo espaço para raspagens. Porém, Parke deve ter sucesso na aproximação em busca do clinch, ficando com a luta agarrada à sua mercê.

Depois de sufocar Tuck no clinch e no ground and pound, Parke deve anotar mais uma finalização, desta vez no terceiro round.

Alessio Sakara (ITA) vs Nicholas Musoke (SUE)

Vir de três derrotas consecutivas pode representar problema até para um lutador que empolga as massas como Sakara. Em favor do italiano, ele vencia sem problemas seu último compromisso, contra Patrick Côté, quando foi desclassificado depois de conectar socos na parte de trás da cabeça do canadense.

Sakara iniciou no boxe e recebeu a faixa preta de jiu-jítsu de Conan Silveira, na American Top Team, após ficar um bom tempo treinando no Brasil (Sakara é casado com uma brasileira e é fluente no idioma de Camões). Curte sair na mão alucinadamente e confia em seus ótimos preparo físico e queixo de pedra para avançar contra a concorrência, ainda que se encontre banhado de sangue. Alessio é um dos únicos dois que não foram finalizados pelo atual campeão Chris Weidman.

Aos 31 anos, o Legionário tem 1,83m de altura e envergadura. Ele ostenta cartel de 15-10, com 6-7 no UFC, nove nocautes e duas submissões.

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O adversário de Sakara deveria ser o sueco Magnus Cedenblad, mas uma contusão abriu caminho para o companheiro de equipe Musoke, que vem em sequência de cinco vitórias e um combate sem decisão em organizações de pequeno porte.

Nico já fez parte da equipe de treinos de Alexander Gustafsson, mas fez carreira lutando como meio-médio, o que deve representar problemas contra um sujeito forte como Sakara. Musoke tem um jogo bem equilibrado, mas tem preferência em atuar no clinch, onde costuma minar os adversários e jogá-los ao chão para descer a lenha no ground and pound.

Aos 27 anos, o sueco tem 1,82m, embora às vezes pareça menos. O cartel oficial de Musoke apresenta 10-2-1, com uma luta sem resultado. Suas vitórias são igualmente divididas em oito interrupções (quatro nocautes e quatro submissões).

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O boxe mais técnico de Sakara deve lhe dar vantagem na troca de golpes, evitando que o sueco chegue ao combate corpo a corpo. Usando a velocidade de seus punhos, o italiano deve variar os ataques entre a cabeça e o corpo do oponente e vencer por decisão.

Phil Harris (ING) vs John Lineker (BRA)

Mais um inglês revelado pelo BAMMA, Harris passou a lutar de peso mosca no também importante evento britânico Cage Warriors. Ele foi o primeiro adversário internacional de José Aldo, tornando-se mais um a ser surrado pelo atual campeão dos penas, muito maior e mais talentoso. No UFC, estreou com derrota por mata-leão para Darren Uyenoyama, após batalha interessante na luta agarrada, e se recuperou causando a demissão de Ulysses Gomez, que chegara ao UFC tido como top 10 do mundo.

Oriundo do jiu-jítsu, faixa preta de judô, Harris baseia seu estilo na luta agarrada com muita força física, conseguindo frustrar seus oponentes no clinch e abrindo caminho para finalizações no chão. Esta tática inclusive é a que deve ser feita no sábado.

Phil tem 29 anos, 1,63m de altura e de envergadura e cartel de 21-10, com um no contest, sendo 13 vitórias por submissão e quatro por nocaute. Foi nocauteado quatro vezes e submetido outras cinco.

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Depois das dificuldades da estreia, quando foi largado à própria sorte pelo empresário em sua primeira viagem internacional, Lineker mudou de equipe e emplacou três vitórias seguidas. No último combate, chegou a ver o fim de perto, mas virou o combate sobre José Maria Sem Chance e o nocauteou no segundo round. Apesar do ótimo retrospecto, o brasileiro falhou na obrigação de bater o peso em metade de seus combates no UFC.

Peso mosca é sempre a alegria da garotada e Lineker é a alegria dentro dos pesos moscas. O garoto junta a velocidade que é peculiar na categoria ao poder destruidor das mãos de pedra. Com ele não tem tempo ruim – o paranaense tem predileção em conduzir seus combates em trocas alucinadas de socos na cara e no corpo (algo raro entre moscas), quando seu boxe floresce. Para aumentar ainda o nível de empolgação, Lineker não raro deixa brechas que podem ser capitalizadas pelos oponentes.

O Mão de Pedra de Paranaguá tem apenas 23 anos, mas já ostenta cartel de veterano: 21-6, ajudado pelas nove lutas feitas em 2009, sete em 2011 e seis em 2010. Com 3-1 no UFC, Lineker já nocauteou dez adversários, pegou outros três em mata-leões e jamais foi nocauteado na carreira. Ele tem 1,60m de altura e dez centímetros a mais no alcance.

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Em duelo de estilos opostos, quem primeiro impuser seu plano sairá na frente. Enquanto Lineker estiver lançando golpes a milhão, o inglês precisará ter calma para entrar no meio do ciclone e forçá-lo a parar. Numa das tentativas, Harris vai pro tombo.

Antevisão original de MMA-Brasil 

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Conforme já havia anunciado na véspera, o brasileiro Lyoto Machida não teve problemas para bater o peso da categoria dos médios e garantir presença na luta principal do UFC Fight Night 30, que acontece neste sábado, em Manchester, na Inglaterra, contra o americano Mark Muñoz. Visivelmente mais magro, Machida vibrou muito após ter o peso confirmado em 83,9kg, e fez uma encarada séria com Muñoz, de quem é amigo e ex-companheiro de treinos. Normalmente muito sorridente, Muñoz manteve o comportamento e, depois de bater o peso e cumprimentar o rival, encarou seriamente Machida. A curiosidade foi que Muñoz subiu acompanhado de Ryron Gracie, enquanto Machida foi escoltado por Rener Gracie, ambos irmãos e filhos de Rorion Gracie, e que usavam os tradicionais quimonos de jiu-jítsu.

Os outros dois brasileiros que disputam o torneio, o peso-mosca John Lineker e a peso-galo Jéssica "Bate Estaca" Andrade, também subiram na balança. Enquanto Jéssica não teve problemas para atingir o limite da categoria, John Lineker não conseguiu bater o peso - foi a terceira vez nas últimas cinco lutas - mesmo sem roupa no palco, ficando cerca de um quilo acima do limite dos moscas. O lutador decidiu não tentar perder o peso excedente e aceitou a multa de 25% da bolsa em favor de Phil Harris. O valor acima dos tradicionais 20% se deve pela reincidência do lutador em não conseguir bater o peso.

O torneio, disputado na Inglaterra, tem 13 lutadores europeus no card, sendo sete ingleses (Brad Scott, Ross Pearson, Rosi Sexton, Andy Ogle, Luke Barnatt, Phil Harris e Jimi Manuwa), um irlandês (Norman Parke), um italiano (Alessio Sakara), um polonês (Piotr Hallmann), um holandês (Michael Kuiper), um sueco (Nicholas Musoke) e um escocês (Robert Whiteford).

Protagonistas do co-evento principal, o inglês Ross Pearson e o americano Melvin Guillard não decepcionaram os fãs e fizeram uma encarada dura. Muito vaiado pelos fãs locais, Guillard não mostrou a tradicional "marra" e comemorou ter batido o peso. Na encarada, abraçou Pearson, sendo retribuído pelo inglês.

Na luta entre Norman Parke e Jon Tuck, o segundo subiu ao palco com uma camisa com os dizeres "Porrada Guam Team", e na encarada não cumprimentou Parke, que o encarou quase tocando os narizes. Dana White teve de se colocar entre eles para que se afastassem. Já na luta entre os pesos-médios Luke Barnatt e Andrew Craig, o primeiro encarou o segundo olhando de cima (tem 1,98m), e Craig ficou na ponta dos pés para atingir a altura do rival, arrancando risos de Barnatt e até de Dana White.

Confira os pesos registrados pelos lutadores na pesagem desta sexta-feira:

CARD PRINCIPAL

Peso-médio (até 84,4 kg) - Lyoto Machida (83,9 kg) x Mark Muñoz (84,4 kg)
Peso-leve (até 70,7kg) - Ross Pearson (70,7 kg) x Melvin Guillard (70,7 kg)
Peso-Meio-pesado (até 93,3 kg) - Jimi Manuwa (93 kg) x Ryan Jimmo (92,5 kg)
Peso-leve (até 70,7kg) - Norman Parke (70,3 kg) x Jon Tuck (70,3 kg)
Peso-médio (até 84,4 kg) - Alessio Sakara (83,9 kg) x Nicholas Musoke (84,4 kg)
Peso-mosca (até 57,1kg) - Phil Harris (56,7 kg) x John Lineker (58,06 kg) **

CARD PRELIMINAR

Peso-leve (até 70,7kg) - Al Iaquinta (70,3 kg) x Piotr Hallman (70,3 kg)
Peso-médio (até 84,4 kg) - Luke Barnatt (83,9 kg) x Andrew Craig (83,9 kg)
Peso-galo (até 61,6kg) - Rosi Sexton (61,2 kg) x Jessica Andrade (60,8 kg)
Peso-pena (até 66,2kg) - Andy Ogle (65,8 kg) x Cole Miller (66,2 kg)
Peso-pena (até 66,2kg) - Jimy Hettes (65,8 kg) x Robert Whiteford (65,8 kg)
Peso-médio (até 84,4 kg) - Brad Scott (84,4 kg) x Michael Kuiper (83,9 kg)

* Limites das categorias já contando com uma libra (454g) a mais, que é a tolerância para lutas que não valem título.

** Lineker decidiu não perder o peso excedente - cerca de um quilo - e foi multado em 25% da bolsa.

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