MMA: Bellator 106: Chandler vs Alvarez II - Antevisão + Pesagens

O maior evento que a organização californiana já montou será disputado na Long Beach Arena, em Long Beach, Califórnia, e terá no principal posto do card a revanche da luta mais espetacular já travada no cage circular. O campeão dos leves Michael Chandler coloca o cinturão em jogo contra Eddie Alvarez, antigo dono da coroa que foi derrubado pelo próprio Chandler....

O Bellator MMA 106 terá ainda outras disputas de título. No combate coprincipal, o campeão dos penas Pat Curran defende seu posto pela terceira vez no ano. O concorrente será Daniel Straus, vencedor do torneio da sétima temporada.

Retornando ao mote “disputa de cinturão/revanche”, o astro “King” Mo Lawal terá pela frente Emanuel Newton, o homem que o humilhou no torneio da oitava temporada, na disputa do cinturão interino da categoria dos meios-pesados. Fechando as lutas por título, Joe Riggs e Mike Bronzoulis decidem quem será o primeiro Fight Master.

O card completo do Bellator 106 é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Pelo Cinturão Peso Leve: Michael Chandler vs. Eddie Alvarez
Pelo Cinturão Peso Pena: Pat Curran vs. Daniel Straus
Pelo Cinturão Meio Pesado Interino: Muhammed Lawal vs. Emanuel Newton
Final dos Meio Médios do Fight Master: Joe Riggs vs. Mike Bronzoulis

CARD PRELIMINAR 

Mike Richman vs. Akop Stepanyan
Alejandro Garcia vs. Cristiano Souza
Joe Williams vs. Jesse Juarez
Brandon Halsey vs. Hector Ramirez
Michael Guymon vs. Aaron Miller
Joe Camacho vs. Cleber Luciano
Darren Smith vs. Josh Smith

O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 21:00 horas do Brasil e 23:00 horas de Portugal 

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Michael Chandler (EUA) vs Edward Alvarez (EUA)

Quando chegou no Bellator, em 2010, Chandler tinha apenas três lutas e parecia ser mais um bom wrestler de condicionamento físico exemplar, mas muito cru. Três anos depois, ele permanece invicto, tornou-se campeão dominante, apontado como a principal estrela da companhia e tido como um dos cinco melhores lutadores do mundo na categoria mais forte do MMA, contando com os pesos leves do UFC.

Para chegar a este ponto, a épica batalha contra Alvarez, há dois novembros, desempenhou papel fundamental, enchendo Chandler de confiança e fazendo-o liberar a cada luta novos aspectos em seu jogo. Antes, ele já tinha dado uma pequena mostra ao ir para o pau com o explosivo Patricky Pitbull, mas nada que o fizesse deixar de ser azarão contra Eddie. Porém, após finalizar o então campeão, Mike espancou Akihiro Gono, fez o resistente David Rickels cair duro e finalizou o judoca olímpico e bom de ne-waza Rick Hawn depois de aplicar outro atropelamento. No caminho, Chandler ficou fisicamente mais forte, melhorou o boxe sensivelmente, aperfeiçoou o jiu-jítsu, tanto o ofensivo quanto o defensivo, elevou o poder de nocaute e manteve em altos níveis a luta olímpica e o condicionamento. Fruto do trabalho com o ótimo treinador Eric Del Fierro, líder da Alliance MMA de Dominick Cruz e outras estrelas.

Ex-companheiro do amigo Ben Askren na University of Missouri, Chandler está com 27 anos, tem 1,73m de altura e dois centímetros a mais de envergadura. Seu cartel profissional aponta 12-0, com incríveis 9-0 no Bellator. De suas lutas, cinco acabaram em nocautes e outras cinco terminaram com o oponente rendido. Apenas Patricky e Woodard chegaram até o fim contra Chandler.

* * *

A uma altura dessa, Alvarez deveria ser lutador do UFC próximo de um title shot, não fossem as aguras dos contratos do Bellator. O lutador ficou um ano parado depois de brigar na justiça para ter liberdade de ir e vir após o término de seu contrato, mas a atual organização fez valer a cláusula de renovação automática.

Finda a briga nos tribunais, é hora de focar no talento de Eddie no cage. E não falta talento ao rapaz. Campeão inaugural dos leves do Bellator, Alvarez vinha em sequência amedrontadora de 12-1 e sete interrupções seguidas até vencer os cinco rounds na defesa contra Pat Curran. Logo depois, tombou na histórica batalha contra Chandler, mas logo voltou à velha forma ao nocautear violentamente Shinya Aoki e Patricky Pitbull.

Wrestler com ótimo nível de boxe e capacidade física acima da média, Eddie é atleta da Blackzilians, tem 29 anos e cartel de 24-3. Ele nocauteou seus concorrentes em 14 oportunidades e submeteu outros sete sujeitos, cinco deles seguidamente. Alvarez venceu as três lutas que foram decididas pelos juízes e tombou em duas finalizações (contra Chandler e Aoki) e um nocaute técnico.

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O grande problema de uma revanche de um confronto da magnitude de Chandler-Alvarez I é a expectativa gigantesca por outro momento histórico. Mesmo que o duelo de sábado não supere o de 2011, certamente os lutadores darão outro show.

Contra Alvarez, a inatividade de um ano deverá cobrar um preço na movimentação. Para encarar um lutador que se tornou uma máquina e está com a confiança nas alturas, é um péssimo sinal. Como é mais versátil na troca de golpes, o ex-campeão provavelmente tentará conduzir o combate para uma pancadaria franca, o mesmo caminho que lhe rendeu um 10-8 no primeiro encontro. Com enorme poder de finalização, será a oportunidade para Alvarez capitalizar.

Por outro lado, Chandler tem a seu favor a habilidade de mudar o rumo do combate com quedas, controle posicional por cima e muita pressão em busca de uma finalização. Muito resiliente, ele deve aos poucos frustrar as investidas do desafiante e repetir o resultado do outro confronto.

Patrick Curran (EUA) vs Daniel Straus (EUA)

Até hoje o único lutador a vencer torneios no Bellator em duas categorias distintas, Curran mantém-se como um campeão dominante entre os penas. O confronto deste sábado será a terceira defesa no ano, depois de superar uma guerra contra Patricio Pitbull e passar o carro em Shahbulat Shamhalaev.

Acima do instinto matador, talvez as principais características mostradas por Curran sejam a capacidade de reverter situações adversas e a de capitalizar momentos. Contra Marlon Sandro, na final do torneio da temporada de verão de 2011, “Paddy Mike” vinha sendo facilmente controlado quando achou uma falha na movimentação do brasileiro e o mandou às profundezas da vala com uma caneladaça na cabeça. Na conquista do cinturão, Joe Warren o dominava com quedas e controle posicional quando foi vítima de uma blitz enfurecida que rendeu um dos mais brutais nocautes da história da organização.

Praticante de wrestling durante o ensino médio, Curran passou a treinar jiu-jítsu com seu primo Jeff aos 17 anos. Demorou a entender que tinha portentoso poder de nocaute, mas quando o fez, passou a colecionar este tipo de finalização. Ele é um lutador criativo tanto em pé quanto no chão, além de ser paciente e preferir esperar o momento certo para encaixar um contragolpe, característica que rendeu as vitórias sobre Warren, Sandro e também sobre Patricio.

Aos 26 anos, Paddy Mike tem 1,75m de altura e cartel profissional de 19-4, com portentoso 9-1 no Bellator. No total, foram cinco vitórias por nocaute, seis por submissão e oito por decisão. Foi finalizado uma vez e jamais acabou nocauteado.

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Depois de perder a final do torneio da quarta temporada para Patricio Pitbull, Straus deu a volta por cima vencendo a competição na sexta temporada. Na final, ele se aproveitou de dois chutes na região genital de Marlon Sandro para cortar a energia do brasileiro e o vencer por decisão.

A derrota para Pitbull transformou Straus. O lutador que sempre mostrou ótima defesa de quedas, um boxe ágil e muitos chutes baixos passou a usar mais seu porte físico, consumindo as forças dos concorrentes em duras disputas no clinch. Se não tem um estilo que enche os olhos dos fãs, Daniel é notadamente eficiente, haja vista o retrospecto de 17-1 desde que foi nocauteado pelo próprio Curran em 2009.

Straus carregará ao cage circular neste sábado um retrospecto profissional de 21-4, com 7-1 no Bellator, com três nocautes e cinco submissões. Parceiro de Roger Bowling na Team Vision, Straus tem 29 anos e é dois centímetros mais baixo que o campeão.

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Assim como Alvarez, Straus está há um ano inativo por conta dos tribunais. Porém, o motivo é torpe. Ele passou um tempo preso em Fort Lauderdale, na Flórida, por tráfico de drogas.

O grande trunfo que Patricio tinha contra Curran, a velocidade para aproveitar a movimentação pouco fluida do campeão, não encontra eco em Straus, até mesmo porque Pat é superior na troca de golpes. Porém, o desafiante é capaz de forçar a estratégia de grudar e derrubar que parcialmente deu certo a Warren, já que é bem maior e mais forte que o ex-campeão.

Como o poder de finalização de Straus é limitado e o desafiante é um sujeito forte e resiliente, provavelmente este combate chegará ao final do quinto round e terá Curran com o braço levantado após carimbar o rosto de Daniel com jabs, diretos e ganchos curtos.

Muhammed Lawal (EUA) vs Emanuel Newton (EUA)

Depois de ser vítima de um dos nocautes e zebras mais espetaculares dos últimos tempos, King Mo deu a volta por cima ao vencer o torneio da temporada de verão de 2013, nocauteando Seth Petruzelli e Jacob Noe.

Lawal chegou ao MMA precedido por um pedigree na luta olímpica de encher os olhos, campeão da Divisão II da NCAA, all-american na Divisão I, tricampeão nacional sênior no estilo livre, campeão pan-americano, medalha de prata na Copa do Mundo e que por pouco não integrou a seleção olímpica americana em Pequim. O problema é que, por um tempo, o próprio Lawal esqueceu destes predicados. O lutador da American Kickboxing Academy passou a acreditar em seu enorme poder de nocaute, deixando de lado um dos double-legs mais impactantes do MMA mundial.

O nocaute sofrido diante de Newton foi ótimo em vários aspectos. Primeiro, tornou a revanche ainda mais importante do que uma disputa de cinturão entre Newton e o lesionado campeão Attila Végh. Segundo, e mais importante, fez Lawal retornar às origens, voltando a usar o wrestling como principal ferramenta. O resultado veio logo contra Petruzelli, nocauteado em um dos ground and pounds mais brutais da história. Depois de derrubar o oponente, King Mo o sepultou com um petardo único, como se fosse uma perfuradora de petróleo – é raro ver um nocaute assim, em soco único no ground and pound com o oponente totalmente lúcido.

Aos 32 anos, King Mo tem 1,83m de altura e longos braços (dizem que sua envergadura chega perto dos dois metros). Seu histórico profissional é de 11-2 e uma luta sem resultado, quando o brutal nocaute sobre Lorenz Larkin passou a no contest depois que Lawal falhou no antidoping. Suas duas derrotas aconteceram em momentos que deixou a marra subir à cabeça, acabando nocauteado pelo próprio Newton e por Rafael Feijão.

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Depois do seu maior resultado, o nocaute com soco rodado sobre King Mo, Newton se encheu de confiança e bateu o perigoso Mikhail Zayats na final do torneio da oitava temporada, garantindo a vaga de desafiante de Végh, que o havia derrotado em luta de resultado controverso na semifinal da temporada de verão do ano passado.

Com origem na luta olímpica estilo greco-romano, ainda que não tenha parte do sucesso alcançado por Lawal na modalidade, Newton tornou-se um striker decente e um tanto imprevisível, haja vista o golpe derradeiro no rival de sábado. Ele começou a treinar MMA com Paul Herrera, um dos precursores do esporte nos Estados Unidos, passou pela equipe de Tito Ortiz, mas evoluiu bastante quando se tornou pupilo de Arnold Chon, um dos principais nomes do taekwondo americano, há cerca de um ano.

Newton chega a esta luta com 29 anos e cartel de 21-7-1, sendo 4-1 no Bellator. Ele conquistou três vitórias por nocaute e outras oito por submissão. O lutador da Reign Training Center, de Mark Muñoz, tem 1,85m de altura e 1,91m de envergadura.

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King Mo tem habilidade e potência para encarar e vencer Newton na troca de golpes, mas o senso de emergência o deixará ligado para não repetir a zebraça do começo do ano.

O cenário mais provável é que Lawal vai trocar apenas para confundir o oponente enquanto encaixa um de seus velozes ataques de double-leg. Imaginar que Newton derrubará King Mo é um tanto ilusório. Sendo assim, com Newton finalmente com as costas no solo, King Mo vai entrar em modo destruidor no ground and pound, enterrando o oponente no tablado no primeiro ou no segundo round.

Antevisão original de MMA-Brasil 

http://www.mmabrasil.com.br/

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Michael Chandler (154.8) vs. Eddie Alvarez (154.5)
Pat Curran (144.8) vs. Daniel Straus (144.2)
Muhammed Lawal (204.1) vs. Emanuel Newton (203.4)
Joe Riggs (170.7) vs. Mike Bronzoulis (171)

Mike Richman (145.5) vs. Akop Stepanyan (145.9)
Alejandro Garcia (170.3) vs. Cristiano Souza (171)
Joe Williams (170.6) vs. Jesse Juarez (170)
Brandon Halsey (205) vs. Hector Ramirez (203.8)
Michael Guymon (155.8) vs. Aaron Miller (156)
Joe Camacho (150) vs. Cleber Luciano (149)
Darren Smith (155) vs. Josh Smith (155.5)