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MMA: UFC 167: St-Pierre vs Hendricks - Antevisão + Pesagens


Para um evento que comemorará algo tão distinto quanto os 20 anos do UFC, a organização não economizou e escalou seu principal astro junto com dois dos mais populares lutadores da atualidade.

No confronto principal do UFC 167, que acontecerá na MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, o supercampeão Georges St-Pierre terá pela frente seu mais duro desafio, o wrestler de mão pesada Johny Hendricks, na volta do canadense aos Estados Unidos depois de quatro anos...

Seguindo o tema “luta entre amigos”, iniciado com Lyoto Machida e Mark Muñoz, o ex-campeão meio-pesado Rashad Evans vai encarar seu parceiro de bancada no programa UFC Tonight, o reinventado Chael Sonnen, na tentativa de o primeiro se manter na elite da divisão e o segundo provar que a última luta não foi obra do acaso.

Além da disputa do título, a categoria dos meios-médios será representada por dois duelos em situações opostas. O próximo desafiante pode sair quando o canadense Rory MacDonald bater de frente com o violento americano Robbie Lawler. Buscando recuperação na carreira estarão os também americanos Josh Koscheck e Tyron Woodley. Abrindo o card principal, agressividade e alta velocidade no confronto dos moscas Tim Elliott e Ali Bagautinov.

No card preliminar, o duelo mais importante desta parte do evento será entre os jovens velhos de guerra Donald Cerrone e Evan Dunham, pré-candidata a luta da noite. Os meios-médios que têm o cinturão colocado para jogo pelo seu campeão na luta principal, terão ainda mais quatro combates no evento, metade deles no card preliminar: o homem-seta Brian Ebersole volta de longa inatividade contra o sempre competente Rick Story, enquanto Jason High recebe o veterano estreante (por mais contraditório que isso possa sugerir) Anthony Lapsley.

Outro estreante, este com muito menos idade e muito mais potencial, é o peso galo Sergio Pettis, irmão de Anthony, campeão peso leve da organização. Ele estreia contra um jovem veterano que se reinventou como peso mosca, o raçudo mexicano Will Campuzano. Ainda na categoria bipolarizada por Renan Barão e Dominick Cruz, o compatriota de Campuzano Erik Perez fará um combate super agressivo contra o americano descendente de salvadorenhos Edwin Figueroa.

O Brasil terá o seu representante no octógono, quando o ex-desafiante peso médio Thales Leites confrontar o veterano Ed Herman, em batalha que promete ser uma bela exposição de luta agarrada. Um degrau acima na balança, a abertura da noite de lutas se dará em um tradicional confronto entre um descendente de irlandeses contra um de italianos: os meios-pesados Cody Donovan e Gian Villante revivem a rivalidade retratada no filme “Gangues de Nova Iorque”.

O card completo do UFC 167 é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Peso-meio-médio: Georges St-Pierre  x Johny Hendricks
Peso-meio-pesado: Rashad Evans x Chael Sonnen
Peso-meio-médio: Rory MacDonald  x Robbie Lawler
Peso-meio-médio: Josh Koscheck  x Tyron Woodley
Peso-mosca: Tim Elliott  x Ali Bagautinov

CARD PRELIMINAR

Peso-leve: Donald Cerrone x Evan Dunham
Peso-médio: Ed Herman x Thales Leites
Peso-meio-médio: Brian Ebersole x Rick Story
Peso-galo: Erik Perez x Edwin Figueroa
Peso-meio-médio: Jason High x Anthony Lapsley
Peso-galo: Will Campuzano x Sergio Pettis
Peso-meio-pesado: Cody Donovan x Gian Villante 

------------------------------------------- Countdown-------------------------------------------


O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 21:30 horas do Brasil e 23:30 horas de Portugal 

------------------------------------------- Antevisão------------------------------------------

Georges St. Pierre (CAN) vs Johny Hendricks (EUA)

Depois de ficar quase dois anos sem lutar, uma enorme dúvida pairou sobre o retorno de St. Pierre ao octógono. Com mais duas atuações dominantes, bateu Carlos Condit numa das melhores lutas do ano passado e fez Nick Diaz parecer um amador, em maio. Foi como se o canadense jamais tivesse ficado inativo.

GSP reúne ferramentas suficientes para torná-lo favorito em qualquer combate que faça na divisão – na verdade, não há um lutador no MMA mundial que junte mais eficiência em todos os aspectos do jogo somados (troca de golpes, quedas, submissões, defesa, preparo atlético, condição psicológica e inteligência tática) que Rush. O homem é o lutador que mais acertou golpes (inclusive os significativos) na história do UFC, o que mais aplicou quedas (e o que os fez com mais precisão), o quarto que mais defendeu golpes significativos e o sétimo que mais defendeu quedas e tentou finalizações. Uma verdadeira máquina de lutar MMA.

Já Hendricks precisou mostrar paciência para ter a chance de lutar pelo cinturão. Enterrar Jon Fitch e Martin Kampmann em segundos, além de vencer Josh Koscheck, já credenciariam qualquer um, mas ele precisou esperar pelo balão de Nick Diaz vencendo Carlos Condit em uma das melhores lutas de 2013.

O desafiante não tem as mesmas credenciais no MMA que o campeão, mas o superaria sem muita dificuldade se o combate fosse disputado na luta olímpica. Wrestler de altíssimo gabarito, com uma bigorna na mão esquerda, Hendricks se apresenta como o maior desafio da carreira de GSP. Numa outra avaliação, Johny nada mais é do que uma versão bastante parecida de Koscheck, também campeão da Divisão I da NCAA e dono de poder de nocaute avassalador em um golpe. A semelhança entre ambos é tão grande que Hendricks superou Koscheck em luta equilibradíssima, que inclusive muita gente boa acha que Kos venceu.

Hendricks poderá cometer um enorme erro caso resolva fazer GSP se juntar à estatística de Fitch, Kampmann, Amir Sadollah e Charlie Brenneman. Além de estar diante de um dos lutadores que melhor se defende na história do esporte, Johny não possui técnica de trocação suficiente para lidar com a movimentação lateral e a versatilidade dos ataques de St. Pierre. Avançar em linha reta com a canhota armada será um convite para levar jabs e chutes baixos até a semana que vem.

Isto posto, cabe ressaltar que Johny tem chance de chocar o mundo e encerrar o maior reinado do UFC na atualidade. Porém, ele pode fazê-lo de um modo diferente do que a maioria acredita. Por ser naturalmente melhor no wrestling, talvez o melhor caminho seja quebrar a diferença de quase 20 centímetros na envergadura, chegar ao clinch, trabalhar seu dirty boxing violento e levar o campeão ao solo, caindo em posição dominante. Para isso, Hendricks fez um trabalho de preparação com Marcelo Garcia, um dos melhores lutadores de jiu-jítsu da história.

O mais sensato, porém, é imaginar que Georges controlará a distância com maestria, expondo-se pouco aos mísseis de Hendricks, minando o desafiante com golpes na longa distância enquanto abre caminho para entrar com suas quedas de timing perfeito e o trabalho implacável no ground and pound. Cada vez mais recuperado da cirurgia no joelho, o superatleta St. Pierre deve anotar mais uma vitória por decisão dominante ou, em prognóstico mais arrojado, uma submissão por chave de braço ou kimura no quarto round.

Rashad Evans (EUA) vs Chael Sonnen (EUA)

A luta (e a derrota) para o antigo companheiro de equipe Jon Jones parece ter tirado Evans do rumo. Em atuação pífia, ele foi superado por um Rogério Minotouro pouco inspirado, dominado pelo boxe do brasileiro. Na apresentação seguinte, Rashad voltou a vencer, mas nem de longe lembrou os bons tempos contra Dan Henderson.

O alento para o ex-campeão é que a velocidade e a transição entre a troca de golpes e o clinch demonstrados contra Hendo podem ser importantes neste sábado. Rashad já mostrou contra Phil Davis, um wrestler de muito mais sucesso na universidade, que adaptou melhor a luta olímpica ao jogo de MMA. Esta característica, somada à mobilidade e técnica no boxe, serão fundamentais contra Sonnen.

O inimigo público número um dos fãs brasileiros se recuperou da acachapante derrota para Jones, em abril, com uma vitória sensacional. Ainda que alguém diga que Maurício Shogun está longe de seu apogeu, Chael mostrou presença de espírito ao aproveitar a oportunidade e encaixar uma guilhotina no paranaense ainda no primeiro round.

Sonnen tem como principal característica o avanço implacável contra o oponente, buscando o clinch e a queda. No caminho, ele lança um ou dois golpes retos desajeitados, apenas para fazer o rival ter com o que se preocupar antes que o americano voe em suas pernas ou grude em sua cintura. Contra Jones, pareceu que Sonnen se chocou numa parede, dado o tamanho e a força física do campeão. Rashad não tem os mesmos predicados e pode acabar no chão numa colisão no centro do octógono.

Para evitar ter Sonnen por cima de sua guarda, situação que só costuma mudar com o fim do round, Evans terá que contar com sua movimentação, circulando pela periferia do octógono, lançando combinações de jabs, diretos e ganchos, preferencialmente minando a base do adversário com chutes nas pernas. Eventualmente Sonnen conseguirá alcançar a luta agarrada, tornando o combate competitivo.

Em outras ocasiões, Rashad demonstrou poder de nocaute elevado (seja no cruzado que acabou com a raça de Chuck Liddell ou a canelada que mandou Sean Salmon para outra dimensão), mas o queixo de pedra e a tenacidade tornam Sonnen um oponente difícil de ser parado por golpes. Além disso, a faixa preta de Evans chega até a ser considerada fajuta no mundo do jiu-jítsu, portanto, uma finalização não deve também ser o final esperado. Rashad deve vencer por decisão.

Rory MacDonald (CAN) vs Robert Lawler (EUA)

O canadense pupilo de Georges St. Pierre está com uma mão agarrada ao posto de desafiante da categoria dominada por seu amigo. Porém, a atuação pouco inspirada na vitória sobre Jake Ellenberger deixou MacDonald um pouco mais distante de sua meta.

Na última apresentação, “Ares” mostrou mais uma vez sua inteligência acima da média, mas não fez nada além de despejar uma quantidade enorme de jabs no rosto de Ellenberger. Há de se destacar também a enorme culpa de Jake naquele combate chato, já que o americano não fez absolutamente nada que justificasse sua presença no octógono, facilitando muito a tarefa de MacDonald.

Como “castigo”, Rory agora enfrentará um dos maiores nocauteadores que o MMA já viu. Há gente com poder de nocaute em um golpe (Hendricks) e há Robbie Lawler. Onde o americano bate, não nasce mais pelo. E o pior (para os adversários): mesmo quando ele parece acuado, perto de ser derrotado, o perigo sempre está à espreita. O igualmente nocauteador Melvin Manhoef cobria Lawler de castigo impiedoso quando foi pego por um dos cruzados mais espetaculares de todos os tempos. O holandês caiu de olhos virados e Robbie saiu comemorando, com o joelho estourado, o único golpe que conseguiu encaixar no combate.

Sempre pesou contra Lawler sua previsibilidade. O poder de nocaute avassalador acabou o transformando num lutador que praticamente passa todo o combate em busca desta oportunidade. Porém, este cenário mudou no tempo recente. Em sua última apresentação, Robbie mostrou talento na trocação de modo geral, inclusive na combinação de socos e chutes, além de uma característica que o torna ainda mais perigoso, a paciência. Ainda que Bobby Voelker não limpe as botas de MacDonald, Lawler mostrou que qualquer ser humano tem que ficar sempre alerta quando centenas de megatons acumulam-se na ponta de suas luvas.

A capacidade de Lawler mandar qualquer ser vivo para o tombo faz com que MacDonald tenha que triplicar os cuidados no combate. Por outro lado, se voltar a ter uma apresentação insossa como na última luta, é capaz de o canadense ser enviado para o fim da fila. Sendo assim, pode-se esperar que Rory não permita que a luta se transforme em pancadaria alucinada e volte colocar seu versátil arsenal ofensivo para jogo, aproveitando as oportunidades para derrubar Lawler e fazê-lo voltar a parecer uma barata com o casco para baixo. Nesta situação, MacDonald despejará seu violento ground and pound e caminhará em direção à vitória na papeleta dos julgadores oficiais.

Antevisão original de MMA-Brasil 

-------------------------------------------Pesagens -----------------------------------------


 Georges St-Pierre e Johny Hendricks bateram o peso tranquilamente para a categoria dos pesos-meio-médios (77,1kg), confirmando, assim, a luta principal da noite do UFC 167 deste sábado, no MGM Grand Garden Arena em Las Vegas (EUA). O canadense, que defenderá pela nona vez o título da divisão, entrou na pesagem "pilhado" como nunca havia feito antes e, sem parar de se movimentar, esboçou um sorriso ao encarar o desafiante. Após cumprimentar Hendricks respeitosamente, GSP deixou um recado para os fãs de MMA:

- Não pisquem. Essa será uma grande luta. Estarei com vocês amanhã - declarou.

Já Hendricks se mostrou mais tranquilo do que St-Pierre e também sorriu na hora de encarar o campeão. Após várias vitórias consecutivas, o americano afirmou ter cumprido a promessa de chegar à tão sonhada disputa do título:

- Eu disse que chegaria aqui, faço o que gosto. Estou pronto para a luta - disse Hendricks.

No coevento principal, Rashad Evans e Chael Sonnen deixaram a amizade um pouco de lado e se mostraram bastante focados no duelo que terão pela frente. Eles encostaram os rostos na encarada e deixaram o palco sem se cumprimentarem ou ao menos olharem um para o outro.

Todos os demais atletas também bateram seus respectivos pesos. Ninguém precisou ficar nu. O destaque ficou por conta de duas encaradas: entre Rory MacDonald e Robbie Lawler, que demoraram a tirar o olhar um do outro, e de Jason High e Anthony Lapsley, que precisaram ser separados pelo presidente Dana White.

Confira os pesos registrados pelos lutadores na pesagem desta sexta-feira:

CARD PRINCIPAL


Peso-meio-médio (até 77,1kg): Georges St-Pierre (77,1kg) x Johny Hendricks (77,1kg)
Peso-meio-pesado (até 93,4kg*): Rashad Evans (92,5kg) x Chael Sonnen (93,4kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Rory MacDonald (77,6kg) x Robbie Lawler (77,1kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Josh Koscheck (77,1kg) x Tyron Woodley (77,6kg)
Peso-mosca (até 57,2kg*): Tim Elliott (56,7kg) x Ali Bagautinov (57,2kg)

CARD PRELIMINAR

Peso-leve (até 70,8kg*): Donald Cerrone (70,3kg) x Evan Dunham (70,8kg)
Peso-médio (até 84,4kg*): Ed Herman (84,4kg) x Thales Leites (84,4kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Brian Ebersole (77,6kg) x Rick Story (77,1kg)
Peso-galo (até 61,7kg*): Erik Perez (61,2kg) x Edwin Figueroa (61,2kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Jason High (77,1kg) x Anthony Lapsley (77,1kg)
Peso-galo (até 61,7kg*): Will Campuzano (61,2kg) x Sergio Pettis (61,2kg)
Peso-meio-pesado (até 93,4kg*): Cody Donovan (93kg) x Gian Villante (93kg)

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