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Mac in Touch #66 - "Abrupto"


Antes de mais nada, tenho de pedir desculpas ao Wolve e aos leitores do WN pelas minhas falhas na postagem do Mac in Touch nas últimas semanas. O produto que a WWE tem oferecido não tem sido o melhor (com exceção do que aconteceu no RAW passado), a TNA também não tem andado famosa e as indies e o Japão... bem, a World Tag League foi engraçada mas falta público que adira. ...

Para além disto, esta altura do ano é particularmente agressiva para um estudante universitário, que passa a ter a necessidade de focar os períodos de lazer em coisas que não o deixem ainda mais stressado. Tocar na ferida no que ao wrestling diz respeito não foi, por isso, uma prioridade para mim e talvez vocês, leitores, tenham sido os maiores prejudicados. Eu lamento, obviamente, mas em recompensa recebem a minha brutal honestidade e, quiçá, um ou outro MiT extra quando as coisas acalmarem.

O tema desta semana visa o Main Event do TLC, um combate que se promove como histórico pela unificação dos dois grandes títulos dentro da WWE. 

Abrupto

No próximo Domingo a WWE irá apresentar o último grande evento do ano, o TLC, que terá como combate maior uma luta com implicações históricas no topo da hierarquia da companhia, passando a existir um único campeão “de topo” após a contenda que irá opôr John Cena a Randy Orton, atuais campeão mundial e campeão da WWE (respetivamente).

Esta unificação dos dois títulos tem vindo a ser falada e sugerida desde há muito tempo a esta parte pela comunidade cibernética de wrestling (CCW), um segmento de audiência cada vez mais representativa conforme se tem notado nos cânticos dos shows semanais da WWE (cada vez mais virados para os meninos queridos da IWC mesmo quando o foco da companhia vai para outras individualidades, conforme foi exemplo o apoio do público de Seattle a Daniel Bryan na edição passada do Monday Night RAW).

Talvez ciente da importância da CCW e na sequência de PPV’s bastante desapontadores e merecedores de críticas por parte desta comunidade, a WWE decidiu dar um rebuçado de consolo ao seu público e fazer-lhe a vontade ao conceder um dos pedidos dos seus fãs mais “inteligentes”.

Assim, o combate de unificação surge numa prespetiva de compensação pelos erros anteriores e na esperança de os remediar a tempo de não afetar a “época alta” do wrestling (Royal Rumble - Wrestlemania). É, portanto, um combate que tem mais de medo do que de planeamento, e tivemos várias pistas disso mesmo:

Não terá sido por acaso que o regresso de John Cena foi apressado pelos responsáveis da WWE, nem terá sido por acaso que este teve um comportamento a roçar o de um heel ao interromper a celebração de Randy Orton após derrotar Big Show no Survivor Series. Essa interrupção abrupta é, aliás, o rastilho para a renovação da rivalidade entre a “Cara da Companhia” em storyline e a “Cara da Companhia” a nível financeiro.  

Poder-se-á renovar a credibilidade entre os fãs com duas figuras legitimamente consideradas de topo no combate principal de um PPV, mas não há qualquer dúvida de que todo este enredo está a ser bastante forçado. Nunca John Cena deveria regressar mais cedo, e jamais, como “super-face”, deveria interromper a celebração do campeão da WWE sem um motivo devidamente fundamentado.

Posto isto, concluo, de forma triste, que um combate que acarreta uma elevada carga histórica parte de uma premissa errada.

Os títulos Mundial e da WWE têm-se confundido na importância desde as emissões regulares do Monday Night RAW. Ambos têm pesos históricos gigantescos, sendo que o primeiro atravessou companhias (WCW – WWE) sem alterar o seu formato e o segundo tem um peso histórico considerável.

Desde 2002 que estes dois títulos coexistem na WWE e até finais da década passada “competiam” pelo lugar de topo. Qualquer lutador que tivesse um dos dois cintos, era considerado “Main Event Material”... mas isso foi mudando desde há uns anos para cá  e a situação do título Mundial de pesos-pesados era de um título de transição para o topo, como o antigo título Intercontinental.

Ou seja, a WWE decidiu disfarçar a importância do título Mundial para tornar o combate do TLC mais apelativo e devolveu-lhe o peso que tinha há uns 5/6 anos atrás.

Para mim será sempre um combate histórico, estou feliz por se ter tomado a decisão de haver apenas um título que, de forma declarada, mostra quem é o macho-alfa dentro da companhia. Mas eu sou fã de wrestling há algum tempo. Imagino a confusão que causou, a audiências mais recentes (até 2/3 anos de wrestling nos olhos), unir-se o título da WWE com um... menos importante.

Há ainda a lamentar o facto de este combate se realizar num palco “secundário”, isto é, fora dos 4 grandes eventos da WWE. Convenhamos, se é o combate mais importante da história, não deveria estar no maior evento da companhia?!

O combate de unificação de hoje no TLC, tem motivos de sobra para ser seguido mas é profundamente lamentável (pelo peso que, de facto tem) que não tenha surgido num contexto apropriado. 
Com tecnologia do Blogger.