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MMA: UFC 168: Weidman vs. Silva 2 - Antevisão + Pesagens


O calendário 2013 do UFC chega ao fim neste sábado e a organização não poupou esforços para um encerramento épico. O UFC 168, que será disputado na MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, terá duas das maiores revanches da história do MMA em suas lutas principais, ambas valendo cinturão....

No combate mais importante da noite (e do ano), o campeão dos médios Chris Weidman terá uma dupla missão espinhosa. Além de ter que vencer novamente Anderson Silva, terá que provar que o nocaute de julho sobre o maior campeão da história do UFC não foi obra do acaso – ou do comportamento do antigo dono do cetro.

Outra revanche histórica terá vez no duelo coprincipal. A campeã Ronda Rousey e a desafiante Miesha Tate, que formam uma das mais viscerais rivalidades da história do MMA, medirão forças após meses de provocações que envolveram inclusive o The Ultimate Fighter 18.

Nomes e duelos importantes abrem o card principal do UFC 168. O ex-campeão dos pesados Josh Barnett tenta mais um passo rumo a reconquistar a coroa contra Travis Browne, que também visa o posto ocupado por Cain Velasquez. Pela categoria dos leves, Jim Miller encara o brasileiro Fabrício Morango. Já pelos penas, Dustin Poirier e Diego Brandão fazem confronto que deixará o vencedor perto de José Aldo.

O card completo do UFC 168 é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Chris Weidman x Anderson Silva
Ronda Rousey x Miesha Tate
Josh Barnett x Travis Browne
Jim Miller x Fabrício Morango
Dustin Poirier x Diego Brandão

CARD PRELIMINAR

Chris Leben x Uriah Hall
Gleison Tibau x Michael Johnson
Dennis Siver x Manny Gamburyan
John Howard x Siyar Bahadurzada
William Patolino x Bobby Voelker
Robbie Peralta x Estevan Payan

------------------------------------------- Countdown-------------------------------------------



O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 21:30 horas do Brasil e 23:30 horas de Portugal 

------------------------------------------- Antevisão------------------------------------------

Cinturão Peso Médio: Chris Weidman (EUA) vs Anderson Silva (BRA)

Não há como mensurar o que Weidman (cartel de 10-0, sendo 6-0 no UFC) fez em julho se não como o maior feito da história do UFC. Vindo de uma inatividade de um ano após aniquilar Mark Muñoz, ele não só acabou com o maior reinado que a organização já viu, como se tornou o primeiro a nocautear Anderson Silva (33-5, 16-1 no UFC) em 38 lutas profissionais. Por outro lado, o superastro brasileiro, que nocauteara Chael Sonnen dez dias antes de Weidman-Muñoz, vencera Stephan Bonnar num combate sem sentido para “salvar” o UFC Rio 3.

Poucas vezes uma luta gerou tanto falatório, antes ou depois de acontecer. Como de costume por aqui, os fãs brasileiros usaram (e usam até hoje) desculpas que percorrem desde Anderson ter entregado a luta até o fato de o agora ex-campeão ter perdido apenas por ter menosprezado e exagerado nas brincadeiras. Raros conseguiram aceitar o óbvio: Chris Weidman era, e continua sendo, o mais perigoso adversário que o Spider enfrentou em sua brilhante trajetória no UFC. Naquele 6 de julho, Weidman foi o melhor lutador no octógono.

Para esta revanche, Weidman tem um trunfo que reforça sua principal característica. Apesar da excelência na luta olímpica, no combate de solo e do bom nível na troca de golpes em pé, o que torna o campeão perigoso é sua força mental vencedora, capaz de lhe dar vitórias quando as expectativas não eram favoráveis – e isto acontece desde os tempos de estudante, quando venceu Phil Davis e Ryan Bader na NCAA. Mais uma vez o Spider é o favorito, ainda que pela menor margem já vista em suas lutas no UFC, mas Chris agora já passou uma vez pelas provocações, já sentiu o poder dos golpes de Anderson e sobreviveu.

Com ambos bem preparados e focados para o combate, podemos esperar uma guerra. Anderson vai querer a todo custo manter o duelo em pé, em sua zona de conforto – e fora da do oponente, que bate duro no ground and pound e é perigoso nas finalizações. Como sempre, bastará um único e pequeno erro do campeão para Silva capitalizar e fazer o cinturão voltar ao Brasil com ele. Assim como no UFC 162, esta é a maior probabilidade de fim de combate, mas ninguém deve ignorar a possibilidade de Weidman finalizar o desafiante.

Fiquem então com dois cenários: Silva pega Weidman num contragolpe e encerra a contenda no ground and pound ou Chris gruda em Anderson, derruba, acerta três pedradas violentas e parte para o pescoço num triângulo de mão ou guilhotina. Seja qual for o cenário, a expectativa é que aconteça antes do fim do terceiro round.

Cinturão Peso Galo Feminino: Ronda Rousey (EUA) vs Miesha Tate (EUA)

Mais uma vez o UFC lança um desafiante vindo de derrota – somente em 2013 aconteceu com Nick Diaz e Chael Sonnen. Teria sido melhor o UFC ter usado Sara McMann para substituir a contundida Cat Zingano e promovido uma disputa de cinturão entre duas medalhistas olímpicas, mas Dana White nunca escondeu que queria refazer a luta mais importante da história do MMA feminino. E assim ele fez, colocando Rousey (7-0 no MMA, 1-0 no UFC) e Tate (13-4 no MMA, 0-1 no UFC) para apimentar a rivalidade no TUF 18 enquanto o terreno era preparado para a aguardada revanche, ainda que Miesha tenha perdido duas das últimas três apresentações e que a vitória aconteceu numa guerra onde o revés passou perto.

Conduzida por seus enormes coração e coragem, Miesha deverá assumir o papel de agressora no começo do combate. Porém, depois de ter visto seu cotovelo quase pular na chave de braço aplicada por Ronda no Strikeforce, é seguro imaginar que a abordagem desta vez será diferente para a desafiante. Tate deverá confiar mais na troca de golpes em distância segura, mantendo a campeã longe. O grande problema é que Miesha não é uma Holly Holm na trocação. As brechas deixadas contra Julie Kedzie e Cat Zingano não podem se repetir contra Rousey.

O fato de Rowdy ter vencido todas as lutas por chave de braço no primeiro round podem dar a falsa impressão que ela é unidimensional e, portanto, fácil de ser anulada. Não caia nesta esparrela. Ainda que seu boxe não seja de elite e que pouco use os chutes, a aproximação de Ronda é tão rápida quanto letal, fruto de uma carreira de atleta olímpica que lhe deu um condicionamento atlético privilegiado. Sem ter medo de ser socada no rosto, Rousey sempre acha espaço para encurtar e grudar – e Miesha é alguém que cede estes espaços. Uma vez no clinch, a campeã tem um gigante arsenal de quedas explosivas, desenvolvidas no judô, para colocar a oponente no solo, caindo em posição dominante. Neste momento, a técnica e o instinto finalizador aguçadíssimo a conduzirão a uma posição favorável para puxar o braço e Tate e conseguir a oitava chave de sua carreira profissional. Sim, no primeiro round mais uma vez.

Peso Pesado: Joshua Barnett (EUA) vs Travis Browne (EUA)

Para recuperar o cinturão que nenhum lutador tomou no octógono (ele perdeu o título do UFC, há mais de dez anos, por causa de doping), Barnett (33-6 no MMA, 5-1 no UFC) voltou como uma máquina. A reestreia contra Frank Mir durou menos de dois minutos e mostrou que o Mestre da Guerra não é perigoso somente nas quedas e finalizações, mas também no dirty boxing e thai clinch brutais que demoliram o ex-campeão.

Browne (15-1-1 no MMA, 6-1-1 pelo UFC) também teve um ano impressionante. Ele nocauteou Gabriel Napão com polêmicas e violentas cotoveladas quando o brasileiro estava grudado em suas pernas em busca de um double-leg. Em seguida, superou um massacre inicial de Alistair Overeem antes de disparar um chute alto frontal que explodiu contra o queixo de vidro do kickboxer holandês.

Este cenário recente faz o combate prometer ser sensacional. Browne mostrou que aguenta pressão, apesar de ter sido nocauteado por Antonio Pezão (manobra facilitada pelo joelho estourado do havaiano no meio do combate). Ainda que a abordagem contra Mir tenha sido brutal, Barnett não é Overeem no que tange à capacidade de causar estragos. O que fica ao lado do ex-campeão é o fato de Josh ter muito melhor condicionamento que Alistair e ser intelectualmente mais evoluído. O perigo contra Mir era a luta no chão e Barnett resolveu em pé. Contra Browne, a abordagem será outra.

Nesta segunda luta de volta ao octógono, Josh deverá mostrar seu lado mais perigoso, o das quedas e jogo de solo sufocante e versátil. Travis vai confiar em seu jogo de pernas diferenciado na categoria e no leque de chutes bem diversificados para minar a base do oponente. Browne terá sucesso na tarefa de manter Barnett distante na maior parte do confronto, porém o Mestre da Guerra eventualmente vai conseguir levar o combate para o chão e finalizar com um katagatame no terceiro round, colocando-se em um title eliminator contra Fabricio Werdum.

Peso Leve: James Miller (EUA) vs Fabrício Camões (BRA)

Com um combate potencialmente explosivo como Uriah Hall vs Chris Leben agendado para este evento, é no mínimo estranho que Miller-Morango esteja posicionado no card principal. Ainda que Miller (22-4 no MMA, 11-3 no UFC) seja um dos mais empolgantes lutadores da divisão, não se pode ignorar o retrospecto recente de duas vitórias e duas derrotas, com um terceiro revés convertido em no contest por causa da maconha de Pat Healy.

Ainda mais estranho do que a vaga da luta no card principal é o posto de Morango (14-7-1, 1-2-1 UFC) como atleta do UFC enquanto Ronys Torres, por exemplo, segue sem chance de retorno. Fabricio é bastante limitado na troca de golpes em pé. O chão, sua maior especialidade, não chega a amedrontar os melhores da categoria mais profunda do MMA mundial, muito menos Miller, também um faixa preta de ótimo gabarito.

Imaginar que Morango vai finalizar Miller é contar muito com a boa vontade do Papai Noel. Como o americano é um sujeito que imprime ritmo forte em seus combates desde o começo, além de se confiar em um boxe bem diversificado e muita pressão no clinch, o cenário mais plausível é que Jim exerça sua superioridade em todos os ramos do jogo, inclusive quando eventualmente o duelo estiver no chão, onde Miller será capaz de minimizar os espaços do brasileiro enquanto o agride no ground and pound. Uma finalização do americano também não é um cenário muito plausível, portanto fiquemos com uma vitória por decisão unânime e dominante de Miller.

Peso Pena: Dustin Poirier (EUA) vs Diego Brandão (BRA)

O card principal vai abrir com o que podemos chamar de “pau de dar em doido”. Tanto Poirier (14-3 no MMA, 6-2 pelo UFC) quanto Diego (18-8 no MMA, 4-1 no UFC) são dois dos mais versáteis e agressivos lutadores da categoria. O americano começou o ano dominado pelo boxe de Cub Swanson, mas mostrou evolução neste aspecto mandando Erik Koch duas vezes a knockdown antes de quase finalizar o ex-desafiante. Já Ceará pegou Pablo Garza num katagatame na Suécia e venceu um duelo de altos e baixos contra Daniel Piñeda na estreia do UFC no FOX Sports 1.

O condicionamento físico irregular de Brandão, que lhe custou a derrota para Darren Elkins e fez o passeio sobre Piñeda ganhar contornos dramáticos, será crucial neste combate, visto que Poirier é uma máquina no quesito físico. Isto fará com que o primeiro round seja daqueles de deixar todo mundo de pé. Diego vai precisar de muita mobilidade e velocidade para cortar a enorme desvantagem na envergadura. Porém, Koch lhe mostrou um bom caminho a seguir. Sem ser especialista no jiu-jítsu, Koch chegou perto de finalizar Poirier. Um faixa preta com o instinto matador como Brandão possivelmente não perderá a oportunidade caso ela apareça.

Deste modo, é possível que o brasileiro use seu estilo mini-Wand para levar terror a Poirier e mandá-lo a knockdown. Se isto acontecer, dificilmente Diego não finalizará. Porém, se sobreviver à pressão inicial do brasileiro, o Diamante passa a ficar com o controle das ações até, contando com um possível cansaço do rival, chegar ao triunfo por decisão.

Antevisão original de MMA-Brasil 

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Chris Weidman bem que tentou, mas parece não ter conseguido intimidar Anderson Silva na pesagem do UFC 168, realizada nesta sexta-feira, em Las Vegas (EUA). Após ambos baterem o peso e confirmarem o duelo deste sábado, o atual campeão dos médios deu um passo à frente na hora da encarada para chegar bem perto do desafiante. O Spider, no entanto, evitou novo "beijo" e deu um passo para trás, levantando a guarda em seguida e olhando fixamente para o americano. O público presente ao MGM Grand Garden Arena, que a princípio parecia estar dividido, depois deu indícios de estar mais do lado do ex-campeão. Os brasileiros até soltaram um grito alto de "Uh! Vai morrer!" para Weidman.

- Espero um grande show para os fãs. Eles verão o cinturão voltar - garantiu Anderson.

- Essa luta significa tudo, é a maior luta da minha vida. Esse é o meu momento e a minha hora. O Anderson Silva foi muito grande, mas agora é a minha vez - disse Weidman.

Anderson entrou acompanhado de seu preparador físico, Rogério Camões, e fez mistério para subir na balança. Ele fez caretas para o público e bateu 83,9kg, exatamente o limite da categoria para uma disputa de cinturão. Já Weidman entrou com seu treinador Ray Longo e sorriu bastante ao ouvir a torcida brasileira, antes de bater 83,4kg. Os dois lutadores se cumprimentaram antes da encarada, e Weidman voltou a esticar a mão após a tentativa de intimidação, mas o Spider não retribuiu.

Outro brasileiro, Diego Brandão, foi o único de todo o card a não bater o peso. O campeão do TUF 14 nos EUA ficou 3,1kg acima do limite dos penas (66,3kg). Após ter uma hora para cortar, atingiu 68 kg e o combate foi confirmado. Por não conseguir bater o peso, ele foi multado em 25% da bolsa, sendo metade para a comissão atlética e metade para Dustin Poirier. O adversário, por sinal, botou o dedo na cara de Diego e gritou com ele na encarada.

Os pesos-leves Fabrício Morango e Gleison Tibau pesaram 70,8kg e confirmaram os combates contra Jim Miller e Michael Johnson, respectivamente. Já o meio-médio ex-TUF Brasil William Patonino, que foi um dos mais aplaudidos pela torcida, pesou 77,6kg e fez uma encarada nariz com nariz com Bobby Voelker.

 A pesagem do coevento principal teve tensão evidente, mas menos do que se esperava, tamanha a rivalidade entre Ronda Rousey e Miesha Tate. Após ambas baterem 61,2kg na balança, a campeã da divisão peso-galo feminina fez cara feia na encarada, enquanto Miesha sorriu ironicamente. As duas não chegaram a se tocar, como havia acontecido antes da primeira luta entreelas, ainda pelo Strikeforce e vencida por Ronda.

Já os pesos-pesados Josh Barnett e Travis Browne se respeitaram bastante. O primeiro marcou 114,3 kg na balança, e o segundo, 109,8 kg. Barnett até brincou com uma das ring girls ao oferecer a ela uma meia enquanto tirava a roupa para se pesar.

O UFC 168 será realizado na noite deste sábado, no MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas (EUA). O canal Combate transmite o evento ao vivo a partir das 21h30 (horário de Brasília), e o Combate.com acompanha todos os detalhes em Tempo Real. O site ainda transmite ao vivo a primeira luta do card, entre os penas (até 66kg) Robbie Peralta e Estevan Payan. A TV Globo transmite os principais duelos do evento, por força contratual, com atraso de 30 minutos.

Confira os pesos dos atletas do UFC 168:

CARD PRINCIPAL

Peso-médio (até 83,9kg) - Chris Weidman (83,4 kg) x Anderson Silva (83,9 kg)*
Peso-galo (até 61,2kg) - Ronda Rousey (61,2 kg) x Miesha Tate (61,2 kg)*
Peso-pesado (até 120,7kg) - Josh Barnett (114,3 kg) x Travis Browne (109,8 kg)**
Peso-leve (até 70,8kg) - Jim Miller (70,8 kg) x Fabrício Morango (70,8 kg)**
Peso-pena (até 66,3 kg) - Dustin Poirier (66,2 kg) x Diego Brandão (69,4 kg)***

CARD PRELIMINAR

Peso-médio (até 84,4kg) - Chris Leben (84,1 kg) x Uriah Hall (83,9 kg)**
Peso-leve (até 70,8kg) - Gleison Tibau (70,7 kg) x Michael Johnson (70,7 kg)**
Peso-pena (até 66,3 kg) - Dennis Siver (65,8 kg) x Manny Gamburyan (66,2 kg)**
Peso-meio-médio (até 77,6kg) - John Howard (77,5 kg) x Siyar Bahadurzada (77,5 kg)**
Peso-meio-médio (até 77,6kg) - William Patolino (77,5 kg) x Bobby Voelker (77,5 kg)**
Peso-pena (até 66,3 kg) - Robbie Peralta (66 kg) x Estevan Payan (65,8 kg)**

* As duas últimas lutas da noite valerão cinturão, e não terão tolerância para excesso de peso
** As demais lutas da noite terão tolerância de uma libra, ou 0,454kg, acima do limite de peso estabelecido
*** O brasileiro Diego Brandão ultrapassou o limite de peso da categoria.

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