Análise e Pensamentos do WWE RAW: Estilo Old-school
A WWE regressou ontem ao USA network para mais um Monday Night Raw a partir da Baltimore Arena em Baltimore, Maryland e apresentou o episódio anual do RAW Old School e foi um tempo bem passado.
Primeira hora
A nostalgia é uma daquelas coisas que marcam o ser humano. Ver o antigo stage, as antigas cores, os antigos logótipos, os casacos dos comentadores, enfim tudo alterado, foi divertido. É bom olhar o que foi o passado e de onde nós viemos mas também para termos uma ideia para onde vamos. Gostei também de o show acontecer dois dias antes de se fazer um anúncio que irá mudar a WWE.
Gostei do segmento de abertura pois teve bem patente o old-school no modo como foi feito. O campeão heel fala coisas ultrajantes que todos nós sabermos ser mentira até que o desafiante babyface aparece e diz a verdade e corta o campeão heel e as suas mentiras. Esses papeis estão quase que revertidos na WWE actual. Os heels tendem a falar a verdade e os babyfaces tendem a optar pelo heat fácil para ficarem overs.
Ele chamou aquele homem de Randall. Adorei.
Gostei muito da forma como Daniel Bryan apareceu junto da lanterna durante a entrada da Wyatt Family. Um visual muito bom. É interessante: não parece que Luke Harper, Erick Rowan e Bray Wyatt são mais importantes agora que se juntaram com Bryan? Não parece que a história tem agora mais interesse do que valia inicialmente? Era a isto que Mick Foley se referia quando falou sobre isto recentemente?
Acho que o six-man entre a Wyatt Family e os Usos e Rey Mysterio poderia ser muito melhor mas há algumas coisas que apreciei: Competitividade dentro do grupo, Bryan não sorrir nem vender, Bryan atacar logo que a contagem de três foi feita, Há muito potencial aqui.
Bom ver Baltimore a cantar por Bryan. Mantenham-se assim seja para onde a WWE for. Ok?
Porque é que não temos um segmento todas as semana com Ted DiBiase a rir? Eu veria todos.
Para além disso, queria pedir humildemente que Ryback substituísse JBL nos comentários. Eu gosto desta sua nova personagem, a sorrir depois de todas as merdas sem sentido que fala. O Big Guy é melhor que tu e é altura de ser usado. Para além disso alguém que coloque um soutien no Big E Langston.
Segunda hora
Gostei das provocações de Dean Ambrose a Roddy Piper. “Se nós estivéssemos aqui quando estavas no topo, tu nunca terias chegado aos 112 anos de idade”. Isto é simples mas ainda assim precisa de ser claro. Eu não acho que ele esteja perto de material do main-event mas isto foi divertido, embora terem dito que Piper estivesse com inveja de Ambrose ser um melhor campeão dos Estados Unidos que ele é insulto mais ridículo de sempre. Roman Reigns por um lado, esteve perfeito ao dizer.”Se em voltas a tocar novamente, eu parto-te esse rabo velho em dois”. Isto foi bom.
Das poucas pessoas que eu imaginava a correr com CM Punk certamente que os New Age Outlaws não estavam nessa lista.
Já não tivemos Alberto del Rio vs Sin Cara que chegue? Quero dizer, os 368 combates que eles já tiveram já não chegam? Bem, pelo menos entrará na Royal Rumble com alguma história.
Daniel Bryan afinal não sofreu uma lavagem cerebral. Ele está completamente ciente do que fez. Na verdade, ele revelou o motivo para se juntar à família e é para se tornar um monstro. Não gostei que isso fosse feito num mero segmento no backstage mas pelo menos temos algum background. Eu sei que ao inicio não gostei do caminho que a storyline estava a tomar com Bryan a perder a sua alma para o demónio mas agora dou o beneficio da dúvida.
Rhodes contra os Real Americans foi um bom combate de wrestling à moda antiga cheio de paixão. Com esse reports todos a circularem de que Triple H quer elevar a divisão de equipas e a fazer renascer, fica a questão de quem irá elevar a divisão. Não se sabe, mas a certeza é que temos Cody Rhodes, Goldust, Jack Swagger e Antonio Cesaro a terem combates na televisão aberta. Isto para não falar nas diversas boas equipas que todas a semanas trabalham ou pelo menos quando são chamadas para tal. É uma boa altura para o wrestling de equipas.
Estou eu sentado a pensar o quanto eu estava a sentir-me estúpido por assistir a Booker T e DDP a falarem de yoga e eis que chega o Ron Simmons para salvar o dia. DAMN!
Eu não sei quem teve a ideia de fazer um rematch entre Damien Sandow e Great Khali mas cheguem-lhe fogo e não mijem nas cinzas. Aqui está a WWE para vocês. Sgt Slaghter como árbitro – tenham vergonha por terem votado nele em vez de Bob Backlund e Arn Anderson - falha uma quebra de pin e ainda põe os fãs a cantar pelo erro e depois ainda os faz ficar mais eufóricos quando confronta Sandow e lhe aplica o cobra cluth. Inacreditável.
Terceira hora
Não acontece muitas vezes mas a gaffe da produção na entrada de Brock Lesnar foi indesculpável. Não podem falhar o riff de abertura da sua música. Não podem. É um ícone e que deve ser sempre tocada.
Não sei se estou muito de acordo com o facto de Big Show ter aparecido e dominado Brock Lesnar, não depois da forma como foi bookado no angle com a The Authority. Eu sei que a WWE quer que eu não em lembre e só pense que Big Show tem poder para derrubar um monstro depois de ter saído algum tempo da TV mas eu não consigo. Isto termina com ele a fazer um Job a Lesnar ou com outro ringue a partir com um suplerplex e pronto lá terei de aceitar. Par além disso os combates antigos entre Show e Lesnar sempre foram lutas de bestas.
Confesso que perdi grande parte do RAW aqui. Na verdade perdi tudo até ao main-event. Houve um combate de divas. Força Bella Twins. Sim, eu disse isso. Não vi também o Bad News Barrett e a reunião de Rikishi com os Too Cool para batalharem os 3MB. Provavelmente foi divertido.
Gostei muito de Punk vs Roman Reigns no main-event tal como gostei dos outros combates de Punk contra os restantes membros dos The Shield. O timing foi melhor do que no combate contra Seth Rollins e Reigns traz um ar de luta maior de cada vez que entra no ringue. Isso é uma qualidade não valorizada, talvez até a menos valorizada. Ele esteve bem no grande palco e foi bom ver Punk a fazer o Job para ele, mesmo que isso tenha vindo após uma interferência de Ambrose. Todos ficaram bem e tivemos um vencedor claro. Acreditem em Reigns.
Muito contente por ver Jake "The Snake" Roberts a regressar neste show. Na verdade, prefiro um regresso assim do que um regresso no Royal Rumble Match. Assim ele pareceu muito melhor ao trazer a sua cobra e a posar para o público. Poderá trabalhar no Royal Rumble? Provavelmente. Mas é melhor não. Isto foi simples mas efectivo.
Ambrose não conseguia parar de rir, mesmo com uma cobra no seu rosto. Que boa maneira de quebrar o kayfabe.
Pensamentos finais
Isto foi um bom e divertido show. Senti que foi um pouco apressado na parte inicial mas terminou de boa maneira e com um decisões sólidas de booking e um regresso divertido.
Classificação: A-
Original de Geno Mrosko com tradução de Wolve