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Mac in Touch (puroresu) # 73 - Análise combate-a-combate - Wrestle Kingdom 8


Aqui fica o prometido Mac in Touch com a continuação da análise do Wrestle Kingdom 8. Fico muito grato pelo facto de ter verificado bastantes comentários da vossa parte, atendendo ao rácio comentários/visualizações que se quedou por cerca de 1 comentário a cada 30 visualizações do post, o que é muito.

Terminarei a minha análise do evento incluindo todos os combates do card não analisados na primeira parte, com análise extensa dos main events.

Deixo, mais uma vez, o apelo às vossas críticas, aqui fica:

Wrestle Kingdom 8 - Análise combate-a-combate (parte II)


Combate pelos títulos de Tag Team
Suzuki-gun (Minoru Suzuki & Shelton Benjamin) vs. The Great Muta & Toru Yano








Total: ** 1/2 


Combate King of Destroyer
Bad Luck Fale vs Togi Makabe








Total: *** 1/4



Hirooki Goto vs Katsuyori Shibata







Total: ***1/4 


Combate pelo título de pesos-pesados da IWGP
Kazuchika Okada (c ) vs Tetsuya Naito

Ter o título mundial da IWGP costuma ter implicâncias no que a popularidade diz respeito, e Okada, para além de estar no topo da hierarquia da NJPW por inerência de ser o detentor do cinto, goza ainda de um certo fascínio junto do público em geral pela sua aparência e pelo carisma natural que possui dentro do ringue. Assim, qualquer combate com ele incluído será alvo de muita atenção por parte de qualquer audiência japonesa. 

Junte-se a isto uma história inspiradora de Naito (o adversário) que, regressado de uma lesão, venceu o prestigiante torneio G1 Climax, garantindo um lugar no combate pelo título da IWGP no Tokyo Dome concretizando um sonho de criança (nota dominante desta história), e temos uma disputa com um conjunto de fatores que, juntos, facilitam imenso a tarefa de focar o público no combate, ajudando bastante à psicologia de ringue...

... ou seja, facilitou imenso reações a spots como: o Tornado DDT aplicado por Naito fora do ringue após Okada ter falhado um Piledriver, o DDT aplicado por Okada em Naito também fora do ringue, a pose de Okada a anunciar o Rainmaker, a escapatória de Naito à execução do Rainmaker após o  Piledriver de Okada, a hurricanrana executada por Naito no topo das cordas, ou o Dropkick de Okada que atirou o seu adversário para fora do ringue. Todos estes spots tiveram a resposta adequada do público, que vibrou completamente com o final (uma autêntica sucessão de Signature Moves que podiam, perfeitamente, colocar um ponto final no combate). Houve dois Piledrivers executados em Naito, vários small packages executados por este que pareciam indiciar a mudança de campeão, e ainda um double down (ambos os lutadores no chão) que colocou o suspense em patamares incríveis.


Em termos de história, foi bastante credível o decorrer do combate, com Naito a levar a melhor, usando a ambição de querer vencer (fruto do seu sonho) como melhor arma... aliás, basta ver a reação deste quando consegue ganhar vantagem no primeiro confronto de grappling – um sorriso genuíno em consonância com aquilo que um espetador esperava ver, tendo em conta a história que estava por trás. Depois, a experiência de Okada veio ao de cima, e tomou as rédeas do combate para depois voltar a perder e dar-se o double down após Naito ter falhado o Stardust Press (Corckscrew Moonsault, um dos seus finishers). A partir daí o final foi caótico e ambos os intervenientes conseguiram  ultrapassar o desafio de o tornar, ao mesmo tempo, credível.





Total: ****




Combate pelo título Intercontinental da IWGP
Shinsuke Nakamura ( c) vs Hiroshi Tanahashi

O facto de o título Intercontinental ser colocado no main event em detrimento do título Mundial da IWGP (escolhido pelos fãs, aliás) é elucidativo da importância dada não só ao título mas também aos lutadores envolvidos da disputa pelo mesmo. Tanahashi é o lutador japonês (no activo) mais popular entre os seus compatriotas, ao ponto de, nos EUA (Meltzer é um deles), o apelidarem de John Cena japonês. Isto gera amor e ódio entre a audiência, claro, mas nunca deixa de gerar sentimentos fortes relativamente à sua pessoa. Já Nakamura é uma personagem que tem estado presente na NJPW desde há algum tempo e tem evoluído a sua gimmick, passando a ser o “King of Strong Style” que já lhe proporcionou imensa popularidade estando, atualmente, muito provavelmente, no seu auge. A entrada que teve, rodeado de varões com raparigas asiáticas semi-vestidas, contribuiu para que o público do Tokyo Dome, e não só, estivesse ainda mais atento ao que ele iria fazer no ringue.

Ou seja, a psicologia de ringue estava bastante favorecida apenas tendo em conta a popularidade de ambos, sem contar com a história da rivalidade entre ambos que é já lendária. Ambos lutam desde há 8 anos a esta parte pela supermacia, pela dominância da sua geração. Têm trocado títulos entre eles, colidindo em batalhas incríveis, memoráveis, dignas de dois “alpha males” da sua geração.

O título intercontinental confundiu-se, nos últimos anos, com o corpo de Nakamura, pelo que é inegável a estima deste lutador pelo cinto e a ambição de Tanahashi em tirar ao seu rival algo que tanto significa para ele.
O Big Fight Feel, posto tudo isto, era natural. Afinal, para aquele público, estava em prespetiva um dos melhores combates do século...

.. e ambos souberam dar azo à ajuda do background histórico, não se pondo à sombra deste. Isto é, protagonizaram um combate com spots inseridos nos timmings certos. Não abusaram de manobras mais espampanantes e souberam criar no público reações com décibeis a mais que o normal... um feito com alguma dificuldade de ser alcançado no Japão.

No que toca aos spots, o Cross Body de Tanahashi para fora do ringue é um deles, assim como as várias descargas de fúria de Nakamura no seu rival, a sequência num dos cantos do ringue que terminou com vantagem para Nakamura, a forma como o campeão intercontinental à partida para esta contenda escapou ao finisher do seu adversário (frogsplash) e ainda o Boma Ye aplicado em Tanahashi que levou o público à loucura (uma contagem feita em uníssono por um público habitualmente reservado e que fez corar muitas audiências norte-americanas).

Em termos de storytelling, o combate foi bem idealizado com um início excelente, a ilustrar na perfeição o conhecimento que ambos tinham do outro – era tão grande que o combate demorou a ter “dono” (pessoa no domínio), e quem conseguiu esse “cargo” foi quem soube controlar melhor as emoções, provocando o adversário (na circunstância, Shinsuke Nakamura). Depois disto, tivemos momentos bonitos de encadeamento lógico, como a exploração de Tanahashi da perna “frágil” do seu adversário após usado ter usado um Cross Body para fora do ringue...


... mas o combate teve falhas no que ao fio condutor diz respeito, nomeadamente no que diz respeito ao underselling (Tanahashi vendeu pouco em várias situações, algo que não é desculpável pela ambição de ganhar) e também no final, aqui talvez por culpa de Nakamura (ou não sendo dele, da falta de preparação física), que não conseguiu “sofrer”o Belly to Back Inverted Mat Slam (ou para os fãs da TNA - e agora da ROH - o Styles Clash) devidamente naquele que seria um spot crucial rumo ao final da contenda pois precedeu o Frogsplash que ditou a vitória de Tanahashi.







Total: ****


Nota final do PPV: 3.75/5
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