MMA: WSOF 8: Gaethje x Patishnock - Antevisão + Pesagens

O WSOF 8, que será disputado neste sábado no Seminole Hard Rock Hotel and Casino, em Hollywood, Flórida, traz outra sólida programação para incendiar ainda mais a disputa da segunda melhor organização do MMA mundial. Duas disputas de cinturão, uma eliminatória para título, um duelo de prospectos explosivos e outra de veteranos conhecidos formam o card principal do evento....

A luta mais importante da noite teve que ser alterada duas vezes por conta de lesões. O invicto Justin Gaethje disputaria o cinturão inaugural dos leves contra Gesias Cavalcante, depois contra Lewis Gonzalez, mas vai acabar enfrentando o perigoso Rich Patishnock.

A segunda disputa de título da noite vai coroar a primeira campeã da organização. Pela categoria peso palha, Jessica Aguilar quer provar que integra o top 10 peso por peso contra a violenta nocauteadora Alida Gray. Entre os dois combates por cinturões, o meio-pesado Anthony Johnson tenta colocar seu nome na vaga de desafiante contra o também ex-UFC Mike Kyle.

Abrindo a programação principal, o quarentão Jorge Patino “Macaco” tem nova chance de mostrar que está em plena forma. O oponente será o também experiente peruano Luis Palomino. Em seguida, um duelo entre dois talentosos pesos galos que precisam limpar suas barras: Tyson Nam contra Cody Bollinger.

O card completo do WSOF 8 é o seguinte:

 CARD PRINCIPAL

 Justin Gaethje x Richard Patishnock - pelo cinturão inaugural peso-leve
Anthony Johnson x Mike Kyle
Jessica Aguilar x Alida Gray - pelo cinturão inaugural peso-palha feminino
Cody Bollinger x Tyson Nam
Luis Palomino x Jorge Patino Macaco

CARD PRELIMINAR

Valdir Araújo x Tyler Stinson
Scott Barrett x Derrick Mehmen
Sidemar Honório x Alexis Vila
Freddy Assunção x Brenson Hansen
Jose Caceres x Anderson Melo

O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 21:30 horas do Brasil e 23:30 horas de Portugal 

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Cinturão Peso Leve: Justin Gaethje (EUA) vs Richard Patishnock (EUA)

Até o WSOF iniciar suas atividades, Gaethje (cartel de 10-0, sendo 3-0 no WSOF) era um ilustre desconhecido no mundo do MMA. Em três apresentações na nova organização, enfileirou três nocautes mostrando versatilidade e evolução nítida a cada combate. Começou causando um profundo corte em Gesias, depois dizimou as pernas de Brian Cobb com chutes e conseguiu a vaga na disputa de cinturão ao mandar o irmão mais novo de Joe Lauzon, Dan, para a vala após uma tremenda surra – e não sem também enchê-lo de bicas nas pernas.

Potentes socos, principalmente cruzados e uppercuts, chutes baixos, golpes no corpo, cotoveladas rodadas. A cada luta Gaethje se distancia do cara que iniciou no MMA sem jamais ter treinado uma única luta que não o wrestling, modalidade em que começou a competir aos 4 (isso, quatro) anos. O primeiro all-american da University of Northern Colorado na Divisão I da NCAA não precisa mais cravar pessoas no chão para conseguir nocautes, como acontecia nas primeiras lutas de sua carreira no MMA.

O oponente de Gaethje na disputa do título ainda não tem o reconhecimento ou o talento do oponente, tanto que ele foi apenas a terceira opção, mas isso não significa que se trata de um zé-ninguém. O enorme coração e o condicionamento atlético tornam Patishnock (6-1, 2-0 no WSOF) um lutador difícil de ser batido. No WSOF ele se tornou uma espécie de Gracie Killer dos tempos modernos (mas longe de compará-lo a Kazushi Sakuraba): em duas lutas, passou pelos primos Igor e Gregor Gracie no decágono da organização.

É difícil apostar contra Gaethje neste confronto. A única questão é saber como ele se comportará como grande favorito na maior luta de sua carreira até o momento. Patishnock já está acostumado ao papel de azarão que desempenhou nas duas vitórias sobre os Gracie e a maioria espera que ele saia derrotado do cage. Ainda que a defesa de quedas de Rich possam ajudá-lo, a diferença técnica na troca de golpes dá a vantagem a Justin. E, verdade seja dita, inclusive nas quedas. A expectativa é de um nocaute de Gaethje até o fim do segundo round.

Peso Meio-Pesado: Anthony Johnson (EUA) vs Michael Kyle (EUA)

Desde que se livrou de cortar mais de 20 quilos para lutar como meio-médio, Johnson (15-4, 2-0 no WSOF) tornou-se finalmente o matador que todos esperavam. Depois da demissão do UFC ao ser finalizado por Vitor Belfort no UFC Rio 2 (e ter quase tido um treco antes da pesagem), “Rumble” colecionou alguns nocautes violentos e ostenta invencibilidade de cinco lutas. Na primeira edição do WSOF, imprimiu um dos nocautes mais impressionantes de 2012 contra DJ Linderman. No WSOF 2, subiu de categoria, quebrou o maxilar de Andrei Arlovski e venceu o ex-campeão dos pesados do UFC por decisão.

Com 1,88m de altura, Johnson se encontrou na categoria dos meios-pesados (ele lutou muito rechonchudo contra Arlovski). Sem o desgaste do corte de peso, seu kickboxing destruidor dura mais tempo. Ele ainda tem a luta olímpica como arma, útil tanto para manter as lutas em pé quanto para deixar seus oponentes de costas para o chão, debaixo de artilharia pesada no ground and pound. A grande dificuldade quando se encontra em posição defensiva no solo não deverá ser explorada neste sábado.

Assim como Johnson, Kyle (20-10-1-2, 0-1 no WSOF) também enfrentou Arlovski como pesado no WSOF, mas acabou do lado negativo da leitura das papeletas, dominado pelo maior talento do bielorrusso. O veterano de UFC, WEC e Strikeforce é mais conhecido pelo poder grosseiro dos punhos e pelo ground and pound de amassar carne humana, mas não resiste muito quando é atingido com violência e costuma ter ainda mais dificuldade que Johnson quando é dominado no chão.

Este combate já deveria ter acontecido, mas precisou ser adiado por conta de contusões, a última de Johnson, que acabou substituído por Arlovski no WSOF 5. Por ter também enorme poder de nocaute, mas muito menos habilidade que o rival na troca de golpes, provavelmente Kyle tentará fazer com que o duelo descambe para a pancadaria. Johnson já mostrou ser capaz de absorver golpes pesados, como os que Arlovski o acertou. Deste modo, sua maior velocidade e versatilidade deverão ser cruciais na manutenção de uma distância confortável, de onde possa abrir caminho para um chute alto ou um uppercut. Seja como for, Rumble deverá chegar ao nocaute na primeira parcial de sua última luta do atual contrato. Com um nocaute devastador, Anthony terá mais ferramentas para negociar um aumento no WSOF ou até mesmo retornar ao UFC.

Cinturão Peso Palha Feminino: Jessica Aguilar (MEX) vs Alida Yvette Gray (EUA)

Quando o UFC anunciou que abriria a categoria palha feminina e fechou a parceria com o Invicta FC, importou onze talentos para a disputa do TUF 20, mas deixou de fora justamente a melhor da divisão. Sorte do WSOF, que agora pode contar com os préstimos de Aguilar (16-4), top 3 peso por peso ao lado de Ronda Rousey e Cristiane Cyborg.

A mexicana radicada nos Estados Unidos já chega disputando o cinturão inaugural. Desde que foi assaltada no duelo contra Zoila Gurgel, no torneio da terceira temporada do Bellator, Jag emendou sete vitórias seguidas, inclusive sobre Carla Esparza, campeã do Invicta e principal nome anunciado pelo UFC, e duas vezes sobre Megumi Fujii, considerada por muitos a melhor lutadora da história do MMA e que deveria ter decidido o título do Bellator com Aguilar. Se não tivesse sido prejudicada pelos juízes, Jag estaria agora invicta há 12 combates.

A adversária de Aguilar não é tão conhecida, mas, acredite, não foi convocada à toa. A moça é violenta. Gray (4-0) profissionalizou-se apenas em junho do ano passado, mas pôs-se a estirar corpos no chão às custas de pedradas que deixariam Cyborg orgulhosa. Ainda que as oponentes não fossem sequer perto do nível de Aguilar, não dá para ignorar o ground and pound nervoso que parecia ter a intenção de enterrar Jessica Kennett no tatame, muito menos o canhão que quase arrancou a cabeça de Soannia Tiem.

Mesmo sendo raçuda e capaz de absorver castigo, não é muito recomendado que Aguilar pare no centro para trocar com Gray. Campeã do Mundial de Grappling da FILA em 2010, a mexicana faixa roxa de Marcos Parrumpinha na American Top Team terá seu trabalho muito facilitado se derrubar e cair por cima. Como é muito mais experiente e tem talento para se movimentar em pé e pontuar em busca de um momento para encurtar a distância, Jessica deve se manter fora de perigo e conseguir a oitava finalização da carreira.

Peso Galo: Tyson Nam (EUA) vs Cody Bollinger (EUA)

O havaiano Nam (12-5, 0-1 no WSOF) colocou seu nome na rota quando foi convocado para manter Eduardo Dantas em atividade no Shooto Brasil 33 e acabou nocauteando violentamente o campeão do Bellator no primeiro round. Cheio de moral, foi contratado pelo WSOF e teve na estreia outro brasileiro explosivo. Desta vez a coisa ficou preta para Tyson, brutalizado por Marlon Moraes também no assalto inicial.

Bollinger (14-2-0-1) era um dos principais candidatos ao título no TUF 18, depois de vencer Rafael Barata nas eliminatórias, mas acabou expulso do programa nas quartas-de-final ao não conseguir bater o peso e deixar Dana White furioso. A chance de integrar o elenco do UFC era uma ótima oportunidade para o prospecto apagar a má impressão deixada quando foi nocauteado por Shahbulat Shamhalaev no torneio da oitava temporada do Bellator.

Exatamente pelos percalços recentes, nenhum dos dois pode pensar em perder neste sábado. Como tratamos aqui de dois lutadores empolgantes e ofensivos, os fãs provavelmente terão oportunidade de acompanhar um interessante duelo tanto na troca de golpes quanto no clinch e na batalha de solo.

Contra Barata, Bollinger ficou muito vulnerável aos chutes baixos. Isto pode auxiliar Nam a abalar a base do oponente, que provavelmente vai buscar as quedas para trabalhar o ground and pound. Porém, o ex-TUF também é perigoso em pé, tem boa potência nos golpes e os varia entre cabeça e corpo, além de agir agressivamente no thai clinch. Os fãs podem esperar um duelo equilibrado, com Nam apoiado na movimentação e o oponente tentando estabelecer a variação da distância com sua maior envergadura. No fim das contas, Bollinger deve sagrar-se vencedor numa apertada decisão.

Peso Leve: Jorge Luis Patino (BRA) vs Luis Palomino (PER)

A poucos meses de completar 41 anos, Macaco (35-14-2) vem se mantendo em atividade como se fosse 15 anos mais novo. Nas últimas três temporadas, o veterano líder da Macaco Gold Team venceu oito lutas, empatou outra e perdeu apenas uma, conquistando três cinturões, dois no Legacy FC, onde chegou a ser simultaneamente campeão dos leves e meios-médios, e um no tradicional Predador FC, em São Paulo, como peso leve.

O faixa preta 4º dan de jiu-jítsu e 2º dan de judô é proveniente do vale tudo sem luvas, época em que protagonizou uma rivalidade brutal com José Pelé, que terá sua trilogia na primeira edição do WSOF em solo nacional. Apesar de ser especialista no jogo de solo, Macaco bate duro, tendo desenvolvido seu muay thai em anos de Chute Boxe. Uma curiosidade: nenhum lutador do plantel do WSOF tem mais vitórias, mais derrotas ou mais empates que Macaco.

O também veterano faixa preta de jiu-jítsu Palomino (21-9) é outro velho conhecido dos fãs hardcore de MMA. O peruano já passou por mais de uma dezena de organizações, principalmente o Bellator, onde disputou o torneio dos penas na primeira e na quinta temporadas. Nos últimos anos, Palomino capturou vitórias sobre Daron Cruickshank e Jorge Masvidal, ambos no UFC, além do ex-PRIDE Krazy Horse e de Gesias Cavalcante.

A princípio, os sete anos de juventude dariam vantagem a Palomino, mas Macaco está em boa forma suficiente para encarar o confronto e sair vencedor. O melhor caminho para o peruano é usar o velho sprawl-and-brawl, impedindo as quedas de Macaco e fazendo o brasileiro trocar pancadas em pé. Ainda que Patino saiba o que fazer, Luis é mais ágil e bate muito pesado para um sujeito de seu tamanho. Porém, uma hora Macaco conseguirá levar a luta para o chão e ali o peso da sua faixa preta vai ser maior do que a do oponente.

Antevisão original de MMA-Brasil 

http://www.mmabrasil.com.br/

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A pesagem ficou marcada pelo lutador do main-event Richard Patishnock que marcou um peso superior aos 155 pounds para lutar pelo titulo de lightweight e agora terá de fazer hora extra para cortar. Eis os resultados das pesagens

Card Principal

Justin Gaethje (154.6) vs. Richard Patishnock (155.0)
Anthony Johnson (204.8) vs. Mike Kyle (205.6)
Jessica Aguilar (114.8) vs. Alida Gray (114.4)
Cody Bollinger (135.6) vs. Tyson Nam (136)
Luis Palomino (155.6) vs. Jorge Patino (155)

Card Preliminar

Valdir Araujo (170.8) vs. Tyler Stinson (170.4)
Scott Barrett (261.6) vs. Derrick Mehmen (246.2)
Sidemar Honorio (126) vs. Alexis Vila (125.4)
Freddy Assuncao (145.4) vs. Brenson Hansen (144.4)
Jose Caceres (170.4) vs. Anderson Melo (171)