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American Dragon #21 - O Rei Voltou...


Saudações a todos! Já perto das festividades que o Carnaval anualmente traz (principalmente no Brasil), apresento hoje a vigésima-primeira edição deste espaço que, ao contrário da semana passada, hoje tem pontos positivos a realçar no produto atual da WWE, que nos presenteou com um excelente angle para terminar a Raw que abriu as portas à WWE Network. A imagem diz tudo... vamos lá começar.

Undertaker. Só o nome deste excelente entertainer traz inúmeras memórias a qualquer fã de wrestling digno e que goste de honrar a história desta modalidade. Undertaker é uma das mais interessantes (senão mesmo a mais interessante) que a companhia de Vince McMahon apresentou na última década. Começando numa gimmick inovadora e num carisma inigualável, o homem que interpreta a personagem de Undertaker é conhecido por todo o mundo como alguém único no extenso mundo do entretenimento.

Mark Calaway tem, na verdade, 48 anos. Porém, por detrás de uma maquilhagem ideal e do vestuário certo, continua a parecer-se com o mítico Deadman que nunca morre. É uma personagem idêntica ao Mr. Bean, apesar do protagonista envelhecer, a personagem nunca morre e o público afeiçoa-se à mesma sempre que é referenciado de tal. Todavia, todos envelhecem e com o passar dos anos, a presença de Undertaker passou de um dado adquirido para uma novidade e considero que a WWE fez uma excelente manobra aqui.

Num autêntico "2 em 1", foram poupadas as capacidades físicas de Undertaker (que não vão sendo as mesmas) e fez com que o público, cada vez mais, visse Undertaker como um elemento-chave na companhia e não simplesmente como outro elemento do roster. Nomes como John Cena, Daniel Bryan ou Randy Orton, atualmente, são levados como "nomes habituais" na programação da WWE. O público, apesar de apoiar (em alguns casos) incondicionalmente estes, sabe que os vai poder ver na semana seguinte e que, se tudo correr como normal, ainda os vai poder admirar e observar durante anos. Por mais impressionante e cativante que a personagem de algum destes seja, o fator "novidade" não pende a favor deles e isso leva-os a, muitas vezes, não terem tanto destaque como os "WrestleMania names" que, para alimentar esta mesma exclusividade, aparecem apenas na Road to WrestleMania. 

E é exatamente aqui que eu quero chegar. Existe uma noção diferente em relação a cada um destes nomes que aparece na Road to WrestleMania. Alguns são completamente adorados e idolatrados (casos de Undertaker, Chris Jericho e The Rock - este, pelo menos na maioria) e, por outro lado, temos exemplos como Batista que, apesar de terem sido uma das caras da companhia anos antes, deixaram de cativar o público. Então, o problema reside com o facto de eles serem "part-timers" ou com o facto de serem quem são?

A história repete-se a si mesma...


Mais um vez, tivemos dois "part-timers" no centro das atenções numa semana da Road to WrestleMania. Depois de o ter feito com Triple H durante dois anos, Undertaker junta-se a um grande nome dos últimos anos da companhia para que consiga atrair o maior número de pessoas possível para o produto da companhia e aguçar a sua curiosidade ao máximo para o grande evento do ano. Todos os anos acontece e, a melhor parte, é que muitas coisas simplesmente não cansam a consciência de ninguém.

Apesar de todos os anos Undertaker descer a rampa de acesso ao ringue e todos os anos vir com o mesmo objetivo, não há uma única vez que não leve uma ovação de todo o tamanho. Talvez pela questão da exclusividade, talvez pela questão de Undertaker ser Undertaker, enfim, de alguma forma, o público nunca se cansa da personagem do Vale da Morte. Impressionante, não é?

Mais impressionados ficamos olhando para o que Undertaker fez para ter este privilégio de ter o público "na mão" sempre que é iluminado pelos holofotes. Este homem, que hoje leva as crowds por esse mundo fora à loucura, um dia foi "desperdiçado" pela WCW e, depois de ser pescado pela então WWF, adotou a personagem que todos conhecemos. Mas quem é que se lembra do que ele fez na WCW? Praticamente ninguém. A isto se chama "visão de génio".

Visão de génio define-se por alguém combina as virtudes do oportunismo e "olho" para o negócio. Por outras palavras, define-se por Vince McMahon, o homem das mil táticas para puxar a brasa à sua sardinha e fazer o seu negócio render mais que o dos outros. Se for umas dez vezes mais como deve ser atualmente, melhor. Mas o fanatismo de Vince McMahon pelo sucesso contribuiu em muito para ganhar alguma má fama mas, por outro lado, para a derradeira vitória sobre a WCW nos anos 90. O que Vince e a sua equipa criativa fizeram com Mark pode ser comparado com uma equipa de futebol que aproveita mal um jogador de futebol e rescinde com este e, mais tarde, este mesmo jogador de futebol é construído e elevado na equipa rival, tornando-se num dos maiores trunfos desta.

O segmento que Undertaker e Brock Lesnar protagonizaram na passada segunda-feira foi uma peça de arte, na minha opinião. Começando em Undertaker que, com toda a astúcia e experiência, usou os ingredientes essenciais para apresentar, mais uma vez, a sua personagem ao público. Com calma, com o mesmo andar sereno de sempre e com as mesmas expressões faciais de sempre, conseguiu, em 2 minutos, reavivar a memória de todos de quem realmente aquele homem era. Pode parecer fácil, mas acredito que isto seja uma das mais difíceis tarefas nesta indústria: fazer o público acreditar na nossa personagem.

Por outro lado, elogios a Lesnar. Tal como o Wrestling Notícias noticiou, Lesnar teve uma grande perfomance no final da Raw e, de facto, ajudou e muito Mark no trabalho que ali estavam a fazer. A forma como elevou a personagem de Undertaker é incrível e é, de facto, um grande ponto a sublinhar desta semana de wrestling. Com a junção de dois profissionais da indústria a trabalharem em conjunto com os objetivos bem definidos, só poderia ter sido algo tão bom como saiu.


Depois de termos sido deliciados com tudo o que se passou nesta passada Raw, resta agora assumir o papel de fã e aproveitar tudo que estes dois nos terão para dar nas próximas semanas. Até ao momento, é o combate para a WrestleMania que mais me cativa e acredito que esta tendência se irá fortalecer com o passar das semanas, dada a qualidade dos intervenientes. De um lado, Undertaker, o mesmo de sempre, e do outro temos Brock Lesnar que, finalmente, poderá ser um "part-timer" que me agrade depois do excelente trabalho que realizou com CM Punk no verão. Sempre fui fã da gimmick de Lesnar, porém considero que esta é o melhor projeto que fizeram come ele desde que regressou. Tem tudo para ser das melhores coisas dos últimos anos, falta saber é se esta teoria se confirma ou não. 

Com este pensamento, encerro mais um "episódio" neste espaço. Como sempre, participem na caixa de comentários uma vez que estes são um complemento ao conteúdo e, sempre que achar pertinente, responderei, de forma a desenvolver um debate sobre o tema em questão. Fiquem bem e bom fim-de-semana!

Pergunta da Semana: Com o envolvimento entre Lesnar e Undertaker na passada Raw, consideras que foi a melhor forma possível para começar a construção do combate de ambos?
Com tecnologia do Blogger.