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MMA: TUF China Finale - Antevisão + Pesagens


Num ano de forte expansão internacional, o UFC levará seu octógono pela segunda vez à China, maior mercado econômico do mundo na atualidade. A bela CotaiArena, em Cotai, na região administrativa de Macau, será palco do TUF China Finale, ou UFC Fight Night: Kim vs. Hathaway, nome oficial do evento.....

Com o adiamento da final do TUF entre os penas, o card principal ficou reduzido a quatro lutas. Na mais importante delas, o coreano Dong Hyun Kim tem mais um prospecto pela frente. Ele vai encarar o inglês John Hathaway na busca pelo top 10 dos meios-médios. O combate será precedido pela final do TUF China na categoria dos meios-médios, onde Sai Wang e Lipeng Zhang lutarão pelo contrato com o UFC.

Dois pesos pesados com boa popularidade precisam se recuperar de derrotas quando Matt Mitrione encarar o pegador Shawn Jordan. Antes deste combate, o astro japonês Hatsu Hioki abre o card principal contra o ex-peso galo salvadorenho Ivan Menjivar, que volta à divisão dos penas.

O card completo do TUF China Finale é o seguinte:

 CARD PRINCIPAL

Peso-meio-médio (até 77,6kg): Dong Hyun Kim x John Hataway
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Sai Wang x Lipeng Zhang ) (final do TUF China)
Peso-pesado (até 120,7kg): Matt Mitrione x Shawn Jordan
Peso-pena (até 66,2kg): Hatsu Hioki x Ivan Menjivar

CARD PRELIMINAR

Peso-leve (até 70,8kg): Kazuki Tokudome x Yui Chul Nam
Peso-galo (até 61,7kg): Nam Phan x Vaughan Lee
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Albert Cheng x Anying Wang
Peso-pena (até 66,2kg): Jumabieke Tuerxun x Mark Eddiva


O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 8:00 horas do Brasil e 11:00 horas de Portugal 

------------------------------------------- Antevisão------------------------------------------

Peso meio-médio: Dong Hyun Kim (COR) vs John Hathaway (ING)

O coreano Kim nunca foi visto com bons olhos pelos fãs casuais, muito por culpa de seu estilo “cobertor”. Porém, é provável que o cenário tenha tido alguma mudança desde a última luta. Em Goiânia, Kim encarou Erick Silva na troca de golpes e deixou o capixaba desacordado com uma canhota poderosa contra o queixo. Silva e Kim dispararam golpes quase que simultaneamente, mas o coreano foi mais rápido.

A faceta de nocauteador de Kim estava hibernando por um tempo. O ex-judoca ficou conhecido pelo talento em derrubar gente e cair por cima como um cobertor, sufocando a concorrência e não deixando espaço para se movimentar para escapar, muito menos para tentar uma finalização. Este roteiro se repetiu nas duas vitórias que antecederam o nocaute sobre Erick, contra Paulo Thiago e Syiar Bahadurzada. Mas o jogo de Kim não se resume apenas a quedas e controle posicional: ele desenvolveu um boxe decente, complementado com chutes baixos, bastante úteiis para preceder uma aproximação para a luta agarrada.

Quem começou a acompanhar MMA há pouco tempo talvez nem saiba quem é Hathaway, que está sem lutar há dezessete meses lutando contra contusões. Antes do longo hiato, o Hitman anotou três vitórias consecutivas após sofrer seu único revés na carreira profissional, alcançando respeitável retrospecto de 7-1 no UFC.

Sem origem em esporte de combate tradicional, o ex-jogador de rúgbi migrou diretamente do esporte inglês para o MMA aos 19 anos. Sem ter uma base específica, o lutador conseguiu desenvolver um jogo versátil onde se destacam as joelhadas e as quedas seguidas de um ground and pound avassalador, lembrando bastante o estilo de Rory MacDonald.

Kim e Hathaway deveriam ter se enfrentado em 2010, no UFC 120, mas uma contusão do coreano fez o inglês enfrentar Mike Pyle, que acabou causando sua única derrota. Naquela época, vindo de vitórias sobre Rick Story e Diego Sanchez, Hathaway seria favorito. Agora, inativo e contra um oponente confiante, o cenário muda um pouco.

O coreano é maior e mais forte, mas o inglês é mais talentoso. Hathaway terá sua defesa de quedas testada, assim como a guarda do jiu-jítsu. Pyle conseguiu este intento, o que torna provável que Kim também consiga. Se não sentir a inatividade, Hathaway é capaz de evitar a aproximação de Kim controlando a distância no kickboxing até a vitória por decisão. Porém, a aposta é que o ritmo de luta vai pesar e o coreano é quem sairá com a vitória na contagem dos juízes.

Final do TUF meio-médio: Sai Wang (CHN) vs Lipeng Zhang (CHN)

Como o MMA na China é ainda subdesenvolvido tecnicamente, muitos estranharam o país ter sido escolhido para uma edição internacional do TUF na frente de outros com lutadores mais evoluídos. Pelo lado econômico, é fácil entender a decisão do UFC. Pelo técnico, vemos um lutador na final com cartel negativo e outro que só repetiu resultado nas duas primeiras lutas da carreira (a temporada teve até um professor de tai chi chuan que nunca havia treinado um esporte de combate).

Integrante da equipe amarela Team Flying Lions, liderada por Hailin Ao, Wang Sai (foto ao lado) chegou à decisão superando Wu Qize por nocaute e Wang Anying por submissão com mata-leão. Na primeira luta, facilitado pelo baixo nível técnico do oponente, Sai, praticante de sandá, mostrou bastante agressividade e variação nas combinações, jogando socos em linha, cotoveladas, chutes e joelhadas no pocket num verdadeiro massacre. Como ponto negativo, suas tentativas de queda são quase amadoramente telegrafadas, mas ao menos ele é capaz de encaixá-las eventualmente.

Integrante do time vermelho, o Team Sky Dragons, liderado pelo peso pena do UFC Tiequan Zhang, Lipeng Zhang tem uma técnica bem limitada na troca de golpes, mas mostrou o melhor momento da temporada na luta agarrada, ao aplicar uma kimura sobre Albert Cheng na semifinal após boa movimentação de solo em busca de uma posição definitiva.

No confronto direto, é nítido que falta rodagem a Zhang, que se perde muito facilmente ao se afobar na troca de golpes. Como Sai é mais técnico em pé, a expectativa é que ele controle a distância (até mesmo porque é um meio-médio de origem, enquanto Zhang é um peso leve) e possa trabalhar suas combinações. Nos momentos em que Zhang “ligar o ventilador”, o queixo de Sai deverá absorver a punição sem muito problema.

A saída para Zhang é levar a luta para o chão, mas é fundamental que ele caia em posição dominante, já que também tem belas brechas na parte defensiva do jiu-jítsu. A previsão é que Sai anote um nocaute no segundo ou terceiro round, que provavelmente será sua única vitória no UFC.

Peso pesado: Matthew Mitrione (EUA) vs Shawn Jordan (EUA)

Ex-jogador de futebol americano, Mitrione foi literalmente revelado ao MMA no TUF 10, uma vez que ele nunca tinha feito uma luta antes do programa. Incorporado ao plantel do UFC, rapidamente chegou a 5-0 mostrando bela evolução no kickboxing, muita força física e condicionamento atlético condizente com alguém que esteve no Minnesota Vikings e New York Giants, da NFL. Até que o nível da concorrência subiu e algumas mazelas foram expostas.

Nas últimas quatro lutas, Mitrione perdeu três. Ser nocauteado por Roy Nelson nem depõe tanto contra, acontece nas melhores famílias. O problema foi ter sido dominado pelo wrestling de Cheick Kongo e ter apagado numa finalização de Brendan Schaub, nenhum dos dois exímios grapplers. Se o kickboxing do “Meathead” evoluiu, a parte de luta agarrada não acompanhou.

Também ex-jogador de futebol americano (mas sem passagem pela liga profissional), Jordan migrou para o MMA um ano antes de Mitrione, mas passou por uma longa estrada antes de chegar à maior organização do mundo. Assim como o oponente, o “Selvagem” parece esquecer que não está no K-1 ao ignorar solenemente a luta agarrada. Para sua sorte, a deficiência não deve fazer falta no sábado, a não ser que Mitrione tenha se reinventado em pouco tempo, o que é improvável.

Num combate entre dois sujeitos fortes, capazes de nocautear, a técnica deve prevalecer. Neste campo, na troca de golpes, Mitrione tem larga vantagem por ser mais ágil, mais móvel e possuir combinações mais versáteis do que simplesmente se meter numa briga de bar e esperar por um Hail Mary definitivo. Controlando a distância e mantendo o “Selvagem” distante, Mitrione deve anotar um nocaute no primeiro round.

Peso pena: Hatsu Hioki (JAP) vs Ivan Menjivar (ELS)

Quando chegou ao UFC, Hioki era considerado um dos melhores do mundo na categoria dos penas e virtual desafiante de José Aldo. O japonês chegou perto de ter seu nome garantido no posto com as duas vitórias iniciais na organização, mas travou a escalada ao enfrentar os integrantes da elite. Perdeu para Ricardo Lamas, último desafiante, foi prejudicado pelos juízes contra Clay Guida e voltou a encontrar o revés diante de Darren Elkins.

Principalmente nas apresentações contra Lamas e Elkins, Hioki falhou ao encontrar o ritmo. O talento na luta agarrada sempre existiu, até mesmo a troca de golpes melhorou, usando combinações de socos e chutes com precisão, mas faltou pisar no acelerador, ser mais agressivo, na hora certa. Quando o senso de urgência bateu contra Lamas, o estrago na pontuação já estava feito. Diante de Elkins, foi melhor no começo usando o kickboxing, mas acabou se deixando envolver pelas quedas do americano, preferindo tentar atuar na guarda ofensiva, algo pouco valorizado pelos juízes ocidentais (e fato que Hioki já deveria ter aprendido com a derrota para Guida).

Daqueles atletas com mais lutas (35) do que aniversários (31), Menjivar já atuou de meio-médio até galo. Nesta última categoria fez toda a atual passagem no UFC. Abriu 4-1, ficou bem cotado no top 10, mas tombou diante de Urijah Faber e do estreante Wilson Reis. Deste modo, o salvadorenho radicado no Canadá decidiu parar de sofrer com o corte de peso e subiu cinco quilos na balança, voltando aos penas.

Este confronto vai testar a quantas anda a evolução dos respectivos pontos fracos. Menjivar é um kickboxer versátil, com bom poder de nocaute para o peso e capacidade para controlar distância. Por outro lado, a luta agarrada no lado defensivo é um problema que encontra antagonismo no ponto forte de Hioki. O “Orgulho de El Salvador” tem um punhado de finalizações na manga, mas este é um final pouco provável contra um grappler como o japonês. Como Hioki tem vantagem na envergadura, vai forçar Menjivar a quebrar a distância e se aproximar, facilitando a tarefa para o asiático grudar. Num duelo bem disputado, Hioki deve ter o braço levantado ao final de quinze minutos.

Antevisão original de MMA-Brasil 

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O card já curto do UFC: Kim x Hathaway diminuiu ainda mais, para oito lutas, e perdeu seu único brasileiro nesta sexta-feira. Alberto Mina, que faria sua estreia pela organização, vai ficar de fora do torneio em Macau, que acontece na manhã deste sábado, porque seu adversário, o americano Zak Cummings, ficou acima do limite do peso da categoria peso-meio-médio (até 77,6kg) e nem mesmo participou da pesagem oficial do evento, nesta sexta em Macau.

As demais oito lutas estão confirmadas, inclusive o evento principal, entre o sul-coreano Dong Hyun Kim e o britânico John Hathaway, e a final do torneio peso-meio-médio do TUF China, entre Sai Wang e Lipeng Zhang. O UFC: Kim x Hathaway tem transmissão ao vivo do canal Combate a partir de 7h45m (horário de Brasília) no sábado, e o Combate.com acompanha em Tempo Real, além de exibir ao vivo a primeira luta do card, entre os pesos-penas Jumabieke Tuerxun e Mark Eddiva.

Cummings e Mina deveriam respeitar o limite de 77,6kg para seu combate. Numa checagem imediatamente antes da pesagem oficial, o americano registrou 81,2kg, cerca de 3,6kg acima do limite. O brasileiro, por sua vez, não aceitou que a luta fosse disputada em peso-casado de 80,7kg, valor que Cummings conseguiria alcançar, e o combate foi cancelado. Segundo o UFC, Mina vai receber sua bolsa de luta e de vitória.

O resto da pesagem transcorreu sem surpresas. A encarada entre os pesos-leves Kazuki Tokudome e Yui Chul Nam foi a mais tensa, com os lutadores tocando suas testas uma na outra. Tanto a encarada entre Sai Wang e Lipeng Zhang quanto a entre Dong Hyun Kim e John Hathaway foram respeitosas, com distâncias razoáveis.

Confira os resultados completos da pesagem desta sexta-feira:

CARD PRINCIPAL

Peso-meio-médio (até 77,6kg): Dong Hyun Kim (77,6kg) x John Hataway (77,6kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Sai Wang (77,1kg)  x Lipeng Zhang (77,1kg) (final do TUF China)
Peso-pesado (até 120,7kg): Matt Mitrione (117,9kg) x Shawn Jordan (118,4kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Hatsu Hioki (66,2kg) x Ivan Menjivar (66,2kg)

CARD PRELIMINAR

Peso-leve (até 70,8kg): Kazuki Tokudome (70,3kg) x Yui Chul Nam (69,8kg)
Peso-galo (até 61,7kg): Nam Phan (61,7kg) x Vaughan Lee (61,7kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Albert Cheng (77,1kg) x Anying Wang (77,6kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Jumabieke Tuerxun (65,8kg) x Mark Eddiva (65,8kg)

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