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Slobber Knocker #88: Rescaldo do Royal Rumble


Bem-vindos ao Slobber Knocker desta semana. Tal como anunciei na semana anterior e como espero sempre nestas situações, um artigo de rescaldo a um PPV no final da semana pode já perder a sua força. Mas desta vez acho que esta Rumble deu assunto para se falar nas próximas semanas, meses a ser lembrado e daqui a muitos anos será falado entre fãs " lembras-te da Royal Rumble de 2014?" com um tom semelhante àquele que mais antigo utilizarão para se referir à Royal Rumble de 1999 ou à Wrestlemania IX ou Wrestlemania 2000...

Quer tenha sido o flop do ano já no seu início, quer estivesse tudo já calculado, deu muito que falar e não foram propriamente vénias e aclamações. Foi uma excelente plateia e se esta não consegue transmitir a mensagem de que já não há assim muita paciência para encontros entre Cena e Orton, que Daniel Bryan quer-se no topo e que o tão antecipado retorno de Batista se queria tanto como se quer sopa todos os dias... Então nenhuma o conseguirá - talvez seja isso, nenhuma plateia, não haver plateia dava-lhes a ideia, mas isso é um caso extremo e inalcançável.

Farei, ao longo dos próximos parágrafos, a minha habitual revisão ao polémico evento que tão bem começou, não muito mal decorreu e acabou como toda a gente se lembra. Não digo que acrescente alguma coisa ao que já foi dito, aliás, nem tenho espírito de contradição ou ponto de vista pseudo-intelectual para querer diferir da maioria. A minha voz estava com a daquele público e com a de todo o público em casa que se manifestou. Estava do lado de nomes, vá... conhecidos e com algum mérito como Mick Foley, Lance Storm ou Jim Ross. Logo, é verdade, não há nada de assim tão novo por aqui, o que aqui será dito estará dentro dos parâmetros do que já foi dito anteriormente e não há nenhum insight razoável sobre o que se passará no futuro. Porque já sabemos que há sempre, apenas não tem ares de ser assim tão bom e já está uma asneira grande feita. Mas vejamos então os vários combates:

Os New Age Outlaws (Road Dogg e Billy Gunn) derrotam os Rhodes Brothers (Cody Rhodes e Goldust) no Kickoff pelos WWE Tag Team Championships e ganham os títulos


Sou um indivíduo que assiste aos PPVs no dia seguinte porque não pode nem lhe apetece madrugar em frente ao computador. Chega àquela hora e fecha-se o maldito Facebook para mandar os spoilers à fava e aguarda-se pelo novo dia, com o bichinho do hype a morder de vez em quando. Acontece que desta vez atrasei-me um pouco a fechar e esbarrei com uma imagem que me mostrava os veteranos ex-membros dos D-Generation X a celebrar os seus sextos títulos. Ora, porra!

Culpa minha e até nem seria um spoiler tão grande assim, tendo em conta que se tratava do Kickoff. O que faz diferença em si é a surpresa porque confesso que não estava nada à espera. Mais uma vez, culpa minha - não se chame de culpa porque não prever as coisas é bom sinal - porque até fazia bastante sentido. Sela-se aqui a tal "teoria da conspiração" que Michael Cole tanto defende e que tanto indigna JBL: a aliança dos New Age Outlaws à Authority, não fosse o patrão Triple H, das principais caras dos D-Generation X. Para isso tiveram que fazer uma Heel Turn há umas semanas atrás, mas nem se notava, tamanha era a ovação que aquela plateia lhes dava na sua entrada - primeiro sinal do calibre e qualidade da plateia que viria a roubar o show momentos mais tarde.

Outro pormenor a ter em conta é que neste combate tínhamos em ringue 3 veteranos que viveram a Attitude Era e lá tiveram os piques das suas carreiras. Mas, distraído, um gajo nem repara, tão boa é a forma que estes "velhos" apresentam - e se quiserem um bitaite barato já a esta altura, posso arriscar a dizer que estão em melhor forma e mais bem recebidos que um certo vencedor de um certo combate com 30 lutadores, que se deu mais tarde. Voltando ao assunto, essa boa forma passou para o combate e com sucesso. Tivemos um bom aperitivo para o show e com melhores momentos que o próprio show. Goldust continua a gostar de roubar spots para explorar o seu impressionante atletismo, Cody lembra à malta que não é só o "Rhodes mais novo" e que safa-se bem por si, até mesmo entre veteranos com muita mais experiência, sem parecer um novato. E os New Age Outlaws... Basta dizer que são os novos Tag Team Champions, já o foram há uns bons anos longínquos, mas não aborrece que o venham a ser agora.

Há malta nova a quem ficava bem aquele cinto? Com certeza que há e não é pouca, mas há uma história por trás disto. E até vejo que esteja aqui a ponte para o primeiro reinado de uma tag team como os Usos que já há tanto tempo que andam a merecer. E tivemos um bom combate no Kickoff para começar a aquecer... Que não tardava nada e ia arder Tróia...

Bray Wyatt derrota Daniel Bryan


Normalmente num evento como o Royal Rumble, o espectáculo está roubado de imediato por aquele que é o combate que lhe dá o nome. Estámos a maior parte da noite à espera para que chegue ao momento em que contamos para as entradas das Superstars e esperamos pelas surpresas. Neste caso... O combate da noite estava já aqui, no início. Abrem o PPV com o encontro entre o doido e assustador Bray Wyatt e o indivíduo que todos queriam ver uma segunda vez.

Só a premissa já levanta as expectativas. Tem sido uma boa feud, a aliança à Wyatt Family foi um angle muito rápido, talvez mais rápido que o que muitos esperariam. Normal, foi mesmo acelerado porque, para variar, os oficiais não estavam a pensar muito bem nas coisas. Chega a altura do confronto e temos Daniel Bryan, muito facilmente dos lutadores de topo e mais talentosos e que nos deixa a pensar e a matutar se nos conseguimos lembrar de algum combate mau seu e tudo o que nos ocorre são não-combates como o encontro com Sheamus na Wrestlemania XVIII. Já Bray Wyatt... Agora será sempre a subir para este arrepiante Superstar e ele comprova-o a cada segmento e a cada combate.

E aqui está mais um. Todo o contar de história que se prolongou ao longo do combate, todos os pormenores psicológicos e cada spot mais bruto. Receita perfeita para um tremendo combate e estes dois estavam a saber como mexer os ingredientes. Souberam alternar bem o domínio entre os dois lutadores para que ambos ficassem bem vistos e para que reinasse o equilíbrio que ajuda a formar um bom encontro. O final limpo também foi essencial para que Wyatt saísse por cima e bem por cima - parece que o seu próximo alvo é John Cena, convém levar muito momentum para esse - mas sem deixar Daniel Bryan parecer mal. Aquele spot no final, com um Suicide Dive interrompido e a dar lugar a um Sister Abigail na barreira que até doeu ver... Fez bem o seu trabalho. Bray Wyatt sai fortíssimo e pronto para continuar a subir sem parar. Daniel Bryan esperaria mais um pouco para ouvir o seu nome a pulmão cheio - nem era preciso chegar à Rumble sequer.

Já se começam a desenhar os planos futuros. Para a Wyatt Family, há em Cena um novo alvo. Aliança a Randy Orton ou a alguém da autoridade? Era o que menos fazia sentido e o que eu menos gostaria. John Cena é o personagem-tipo que Bray Wyatt despreza e que mais vai contra a sua bizarra filosofia e que exemplifica muitos dos seus discursos anti-sociedade? Mais que perfeito. Já Daniel Bryan é a peça central da "borrada que afinal é uma storyline" e espera-se uma turbulenta estrada para a Elimination Chamber e para a Wrestlemania. O seu lugar é no topo, isso já se sabe. E independentemente do rumo que cada um tome... Que continuem a dar combates deste nível com quem quer que seja. Nem eu espero menos...

Brock Lesnar derrota Big Show


Sim, o combate teve mesmo menos de 2 minutos. E o que o antecedeu assim como todo o que aconteceu posteriormente foi o que contou toda a história. Vendo bem, isto foi mais um segmento do que um combate. E teve um objectivo muito simples: deixar Brock Lesnar bem forte porque ainda vai ser ele a enfrentar Undertaker na Wrestlemania, se não existirem outros planos diferentes até lá.

Big Show não só sofre do síndrome do "porco no espeto" - ler uma edição antiga do Slobber Knocker para melhor compreender o termo - em termos de Face ou Heel, mas também do seu estatuto na hierarquia do plantel. Ora é um gigante inofensivo, ora é um demolidor. Deparou-se com derrotas significativas após o seu falso despedimento que se deu após muito choro, agora já era digno de enfrentar Brock Lesnar como seu adversário legítimo e como alguém capaz de o deter. É uma ideia difícil de vender mas os segmentos que construiram a rivalidade foram bons. E vermos o Big Show a atirar uma besta como o Brock Lesnar como se ele fosse um menino, vende bem a ideia.

Já neste pequeno encontro, o brinquedo foi Big Show que serviu de saco de pancada para muita cadeirada que Lesnar lhe guardou. Primeiro combate desde o regresso de Lesnar, com regras normais, sem estipulações extremas? Não importa, há um momento antes do combate e há um momento depois. Que foi o que fez o encontro. O mero "KO punch" ao qual Lesnar resistiu e ripostou com um F5 foi todo o combate. A sova que veio antes e depois é que foi a parte a recordar. A cadeira ate partiu e não foi a única a ser usada. As costas de Show pareciam atacadas por um felino. E Lesnar, como ainda não tinha começado aos gritos, ainda parecia uma autêntica besta. E deixam-nos com a ideia de que não é gigante nenhum que para um monstro como aquele. Também a ideia de que quase perdíamos um combate ao pestanejar, mas isso é outro assunto.

Como segmento, até foi bom. Como combate, realmente não houve nada aqui. Agora espera-se um período de baixa para Big Show, não muito longo e a tempo da Wrestlemania. Lesnar agora andará voltado para o WWE World Heavyweight Championship e talvez integre a Elimination Chamber - porque ele já nem é nada perigoso normal, quanto mais rodeado de toneladas de aço. Talvez Undertaker também se avizinhe...

Randy Orton derrota John Cena pelo WWE World Heavyweight Championship e mantém o título


O entusiasmo da plateia era claríssimo. Cantava-se a pulmão cheio o nome dos lutadores presentes, sentia-se a excitação com o combate e não faltavam os "This is awesome!"... Ou então é o contrário. O público deixou bem claro que não tinha vontade de ver mais um Cena vs Orton há um mês atrás, muito menos outro agora. Cantava-se a pulmão cheio o nome de outros lutadores que nem ali estavam, mas em especial outro que já lá tinha estado. E assim seguia o protagonismo de Daniel Bryan. E não faltaram os "Boring!", "You both suck" e "This is awful!" Mensagem entregue? Não se sabe.

Mas não restam dúvidas que já não há mais por onde espremer para se extrair mais combates entre John Cena e Randy Orton. Nem em ringue nem em história fora dele. Os segmentos como o ataque ao pai de Cena não são maus e até é bom ver estes traços do velho Randy a voltar à nossa TV, mas... Isso já foi feito. E em ringue, o que possam fazer um ao outro... Também já foi feito. Já aconteceu demasiadas vezes e sentiu-se neste combate que não mostrou o melhor de cada um deles. Em vez disso, mostrou dois Superstars cansados, pelo menos um do outro.

Começou lentamente e os fãs não perdoaram. "Boring!" para os headlocks predilector de Randy. Quando começou a acelerar, mostrou que tinham limitações no que podiam fazer para manter a atenção do público - ou ganhá-la ainda - e não tardava nada e já estavam a trocar as suas manobras "grandes" do repertório. E tiveram que recorrer às armas de emergência, como os kickouts aos finishers, que levam alguma emoção mas não tanta. Neste panorama, já nem surpresa tinham. Chega a última arma de desespero que é o roubo dos finishers. Apesar de admitir que até tem a sua piada e o seu encanto ver o Randy Orton a aplicar um Attitude Adjustment - que até saiu melhorzinho, visto que o Cena tem vindo a desleixá-lo e a aldrabá-lo com o passar dos anos - e o Cena a sacar de um RKO "outta nowhere"... Demasiadas sombras do Cena vs Rock da passada Wrestlemania. E esse, para mim, ainda foi tão "Combate do ano" como esta Rumble será também o PPV do ano. Mas assuntos já passados sem relevância aqui.

O combate não foi mau, mas teve pouca coisa a seu favor: mau timing, o vigésimo Cena vs Orton nunca pode chegar perto do primeiro. A Stephanie realçou que este devia ser um combate sem "shenanigans" e não ter estipulações. Pois, se calhar assim é que podia ter algum interesse; mau ambiente, aquela plateia preferia ver qualquer coisa, nem que fosse uma Triple Threat entre o Zack Ryder, o Santino Marella e o JTG. Mas na verdade, queriam ver o Daniel Bryan, isso não é segredo nenhum; limitações, o que está relacionado com o primeiro ponto; falta de interesse, o que está relacionado com o segundo ponto. Só no final é que tivemos um grande momento de levantar da cadeira quando vem a Wyatt Family dar um ar da sua graça, distrair Cena e custar-lhe o combate. Fecha-se bem um combate e abre-se bem uma rivalidade.

Agora, talvez se estranhe que Cena vs Bray Wyatt chegue à Wrestlemania. Mas por mim, seria óptimo e não vejo porque é que o Cena teria que estar apenas a competir pelo título ou contra algum semi-retirado - se queriam trazer o Hogan para isso, creio que já esteja mais do que retirado. Já Randy vai andar ocupadíssimo. Já tem Batista e Brock Lesnar à perna... Já para não falar numa Elimination Chamber onde terá que superar cinco outras Superstars. Será Campeão na Wrestlemania? Continuemos a ver - mesmo que muitos nem tenham vontade.

Batista vence o Royal Rumble match e segue para o main event da Wrestlemania


É possível que já tenha corrido tinta suficiente em relação a este assunto. Um dos episódios que mais deu que falar em história recente. Entrará nos registos como a Rumble mais polémica entre todas que recordamos. E, conta-se, que nunca um vencedor foi tão vaiado, nem na infame Rumble de 1999 que viu Vince McMahon a sair vencedor de um combate que foi mais storytelling que uma habitual Rumble.

É nisso que se fala mais: Batista regressa após quatro anos, para ganhar a Royal Rumble na semana seguinte e encaminhar-se de imediato para o main event da Wrestlemania, cumprindo a tradição de fechar o grande evento com nomes do passado para atrair vendas nostálgicas. Uma jogada que mais parece de medo do que de bom negócio e que demasiado controversa para ser um main event que esteja do agrado de todos. Desta vez já temos Batista, o que poderá confundir quem não tenha acompanhado nas últimas semanas e, subitamente, fica a saber que o "Animal" está no evento principal da Wrestlemania. O que ainda piorou a situação que já não cheirou bem a muitos - Batista já era um nome bastante esperado para ganhar, logo não devia vir como surpresa - foi a ausência de Daniel Bryan. O nome dele já se cantava bem alto no combate anterior... Aqui só não rebentou o telhado porque ele devia ser resistente e era o único que mais se podia ouvir entre os fortes apupos.


Antes deste descalabro, como é considerado de forma geral, o combate decorreu da sua melhor forma e apresentou muitos bons momentos. CM Punk foi bem utilizado como primeiro participante - e sim, esta parte do texto já a escrevo depois de Quarta-Feira, logo já dói um pouco escrever o seu nome - e a sua eliminação, mesmo sendo como eu esperava, foi a ideal. As surpresas foram interessantes e gostei bastante da estreia de Alexander Rusev, lutador de quem já era fã no NXT. Veremos se foi só para esta noite ou se já temos um novo integrante no plantel. Kevin Nash não conseguiria dar uma para a caixa num combate a sério, mas a sua entrada surpresa na Rumble dá sempre para um pop nostálgico, mesmo que seja repetição de 2011 - mais ou menos, quem veio em 2011 foi o Diesel. JBL foi um momento alto e surpreendente, mesmo que tenha tido pouco propósito a não ser um bom pop, uma boa recepção ao ringue e uma piada. Foi uma participação para a galhofa mas na Rumble há espaço para isto. Sheamus foi um bom regresso e foi bem recebido - mais tarde é que estava a ouvir as más, mas isso era por tabela - e a pausa fez-lhe bem para que venha com força e interesse outra vez. Outras participações como a de Kane foi boa e importante para storyline - ou era... que semana! - e também não me importei com a de El Torito que serviu para a diversão e há sempre espaço para isto.


Momentos altos também se contaram e foram bons. A tradição do Kofi mantém-se e ele voltou  a fazer da bonita, com um tremendo salto da barreira para o ringue. Nunca ele teve um pop tão grande ao entrar como aqui, não estivesse aquela malta toda à espera de alguma maluqueira sua. Roman Reigns rompeu o recorde e acho excelente, se há tipo a quem um feito desses cai bem é Roman Reigns, monstro imparável e de quem os fãs realmente gostam, sem precisar de forçá-lo pelos olhos dentro. A história com os The Shield também foi discreta mas bem trabalhada e a eliminação de Ambrose e Rollins por parte de Reigns foi um dos momentos da noite. A entrada de Mysterio... Chega a dar pena. O eterno babyface que é Mysterio, nunca foi tão vaiado na sua carreira. E nem teve culpa. Mas ele sabe-o e até o próprio público o sabia, aquilo era uma mensagem lá para trás, a celebração da sua eliminação é que o pode ter magoado mais.


Com isto já me aproximo do final do combate que foi o mais lembrado. Faltando um importante que a plateia bem pedia e até esperava pelo número 31, para ser correcto - o Jack Swagger tinha dito no Smackdown anterior que iria derrotar os restantes 30 lutadores, portanto... - o público escolheu o seu lado de forma muito simples: Roman Reigns. O segundo/terceiro favorito a vencedor após Bryan e Punk quiçá empatado. De nada serviu apoiar o jovem promissor que já tinha tido uma tremenda Rumble, de qualquer forma e foi arremessado para o exterior para que Batista tentasse celebrar a sua vitória. Tentasse. As suas acções pós-combate não foram muito celebratórias.

Como já dei uma breve indicação sobre o quão bem recebida foi esta decisão uns parágrafos acima e tenho um assunto mais de desabafo guardado para a próxima semana, não me vou estender muito mais. Também já não há muito mais a ser dito. E com isto, não há mais Rumble, o evento fecha e o artigo também. Se ainda há algo que queiram dizer quanto ao assunto e ainda não disseram, estejam à vontade. Para a semana volto com um artigo mais pessoal. Talvez haja mais a dizer nesse. Até à próxima e, que venha uma forcinha à WWE, porque não está a atravessar os seus melhores dias, só nesta semana...

Cumprimentos,
Chris JRM

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