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Slobber Knocker #95: Por onde andam eles? (Parte 5)


Tempo para mais um Slobber Knocker. E numa altura em que a Wrestlemania está cada vez mais perto e estes espaços dedicados à arte do wrestling começam a atafulhar-se cada vez mais de artigos referentes ao assunto, para esta semana dou-lhe um descanso. Só por hoje, para desanuviar, vou afastar-me um pouco da Wrestlemania para depois entrar a fundo e juntar-me à festa.....

Para isso, não queria tirar um assunto tão aleatório da cartola e começar a falar de algo que ninguém sabe de onde diabos veio. É mais seguro resgatar uma secção já conhecida, já tratada aqui anteriormente e que já constou em antigas edições do Slobber Knocker, normalmente para boa recepção. Já conhecem o título, portanto lá vou eu desenterrar alguns Superstars do passado que não tenham sido dos mais importantes, relevantes e recordados... E ver o que é feito deles agora.

Alguns mais reconhecidos mas já não recordados, outros nem lembrados eram quando lá estavam. Vejam lá de quantas caras se lembram e se sabiam dos recentes paradeiros deles.

The Basham Brothers


Se contactar o JBL e perguntar-lhe como vai a equipa que ele apadrinhou for muito difícil, que ao menos isto dê uma pequena ideia. Talvez não sejam dos mais citados actualmente quando se enumeram tag teams, mas ainda desfrutaram de algum sucesso durante o seu tempo de relevância. Foram um passo em frente nas tag teams de irmãos falsos e foram mais longe ao ponto de serem retratados como gémeos. Estrearam em 2003 e fizeram questão de serem bastante bizarros.

Acompanhados de uma manager dominante de seu nome Shaniqua, tinham uma gimmick relacionada com S&M, algo que não passaria pelos radares de uma classificação PG nos dias de hoje. Nesse mesmo ano ainda conquistaram ouro e foi logo aos Guerreros, logo havia confiança nos dois gémeos que nem irmãos eram – e que recorriam a “twin magic” antes que as Bellas. Assim que se viram sem Shaniqua, viram-se sem rumo e não andaram por TV até JBL os resgatar e os recrutar para a sua stable e utilizá-los como guarda-costas e até mártires. Mas tal ainda lhes rendeu, pois voltaram a conquistar os títulos já em Janeiro de 2005. Assim que os perderam foram caíndo até virar jobbers e separar-se de JBL, separarem-se em brands e não conseguirem carreiras a solo.

Mas não foi como Doug  “The Bash Man” no Smackdown e Danny “The Damaja” Basham no Raw que acabaram as suas carreiras na WWE. Ainda foram aproveitados na nova ECW, talvez sem muita malta saber. Vestidos de seguranças e com capacetes a cobrir-lhes a identidade, lutaram como os anónimos “Paul Heyman’s Personal Enforcers”, se alguns de vocês ainda se lembram. Foi já em 2007 que os dois lutadores abandonaram a companhia e integraram a TNA três meses mais tarde, por pouco tempo, como Basham e Damaja, numa storyline envolvendo a ainda activa e Heel Christy Hemme.

Daí para a frente, os dois lutadores mantiveram-se no wrestling de forma mais discreta e esporádica, comparecendo na OVW ao longo de 2008 e 2009, com algumas aparições soltas nessa mesma companhia e outras diferentes. Umas vezes juntos, outras vezes separados. E para não ser também renegada no meio disto tudo, Shaniqua ou Linda Miles, o seu verdadeiro nome é agora professora em Cincinnati. Porque não passar de uma “dominatrix” de S&M em TV para uma professora de escola pública? Até gosto da ideia!

Manu


Ninguém lhe tira o facto de ser um Anoa’i. É uma família importante, mas são mais que as mães, não dá para terem todos o mesmo grau de relevância. E o filho mais novo de Afa não teve a mesma sorte que outros da sua família – como vai acontecendo agora com o seu primo Roman Reigns. Portanto teve um percurso algo despercebido pela WWE.

Mas começou mal, logo com uma suspensão ainda se tinha estreado como jobber no Sunday Night Heat não há muito tempo e nem tinha ainda uma personagem definida. Mas em 2008, no Unforgiven, estreou com o nome Manu para se juntar ao grupo “Legacy”, ajudando os Campeões Tag Team Cody Rhodes e Ted DiBiase e mais tarde atacando o Campeão Mundial CM Punk, para favorecer o líder Randy Orton. O grupo entraria num estado de “on” e “off”, com saídas e entradas. Assim que saiu, planeou com Sim Snuka, outro ex-membro mais discreto e que tinha acabado de sair, uma vingança com ajuda de Ted DiBiase, que já tinha saído anteriormente. Em vez disso, DiBiase traiu-os, voltou a juntar-se a Rhodes e Orton enquanto Manu e Snuka ficaram a chuchar.

E foi a sua última chucha, pois em Fevereiro de 2009 já estava a abandonar a companhia, tendo apenas aquela história no seu currículo – uma história com muitas voltas e umas trocas e mais algumas baldrocas. Revelou o seu colega Randy Orton que foi a sua atitude no backstage que pôs fim ao seu percurso na WWE. Até acredito, um membro mais jovem da família pode ter uma atitude diferente dos seus parentes. O que é estranho aqui é quem veio falar de más atitudes no backstage...

Mas não parou no wrestling e não faltou onde competir depois. Voltou ao circuito independente e voltou ao território onde competia antes de a WWE o ir pescar: na World Xtreme Wrestling, onde reformou a tag team com o seu irmão Samu, os Sons of Samoa. Passou ainda por vários territórios, incluindo alguns Europeus como a Belgian Catch Wrestling Federation e andou pela WWC onde ganhou os títulos de equipa com o seu outro irmão, L.A. Smooth. Por lá se vai mantendo e ainda é jovem, logo deve haver ainda muito ringue para percorrer...

Ashley Massaro


Um exemplo de uma ex-Diva cujas actuais actividades não são tão bem conhecidas e tem passado mais discreta ultimamente. O que é curioso, porque durante o seu tempo de actividade não foi lá muito discreta e duvido que quisesse sê-lo. Vencedora do “Divas Search” de 2005 – sucessora de Christy Hemme e antecessora da Layla – foi suficientemente bem recebida para ser colocada numa feud importante, ao lado de Trish Stratus, contra as “Vince’s Devils” – Victoria, Torrie Wilson e Candice Michelle. Não tardava nada e estava a ser descoberta a sua especialidade: os combates favoritos dos tarados. Qualquer coisa que envolvesse lingerie, ou algum “Bra & Panties” ou o velho “Fullfill Your Fantasy”... Ela ganhava-os todos. Para acabar por tirar a roupa de qualquer forma, para gosto dos fãs babados.

Tirando isso, não tinha tanta facilidade em manter-se over noutras situações. Apenas se conta uma história sua à volta do Women’s Championship, quando rivalizou com Melina e tentou capturar o título na Wrestlemania XXIII sem sucesso. Nunca teve ouro na WWE. Mas foi tendo outros tipos de ouro, como a sua participação na Playboy, onde foi capa e onde teve uma sessão fotográfica que já todos vocês devem ter visto mais que uma vez. Isso levou-a à tal rivalidade com Melina e ainda a uma história onde convencia Maria Kanellis a fazer o mesmo, após esta receber a proposta – como já todos vocês também devem ter visto essa sessão ainda mais vezes, já não é preciso dizer como acaba esta história.

Teve alguns momentos tremidos ao longo da sua carreira que a afastavam do ringue e do ecrã. Batalhas com lesões que voltariam para a assombrar e até uma integração no programa “Survivor” onde nem uma semana durou e foi expulsa no segundo episódio do reality show – os desafios não envolviam combates “Bra & Panties”, senão ganhava aquilo tudo. Ao fim, complicações com a saúde da sua filha e a vida de mãe solteira puseram fim à sua carreira na WWE e no wrestling.

E, em geral, do olho do público. Ainda representou a Playboy algumas vezes e foi aparecendo aqui e ali mas não se manteve como uma figura pública. Até os seus breves trabalhos em TV e modelagem deram-se mais durante a sua carreira na WWE. Desde aí que não integrou nenhuma carreira no entretenimento... Mas já mostrou interesse em regressar à WWE. Será que a podemos tornar a ver? Faz falta sequer? Com um produto PG, sobra algum combate que ela possa ganhar?

The Quebecers


Todas as suas passagens por grandes companhias de wrestling foram breves. Mas algumas delas foram frutuosas, logo alguns ainda se podem lembrar deles e recordá-los como uma boa tag team do início da década de 90, apesar da gimmick. Jacques e Pierre, acompanhados pelo grande Johnny Polo, constituíam os Quebecers com uma gimmick de... Canadianos irritantes. Mais uns para a lista de estrangeiros Heels por serem estrangeiros porque se calhar ainda não havia suficientes na altura.

Estrearam com uns fatos de pobre estereótipo de Canadiano e com um hino do Canadá desafinado a levá-los ao ringue, enquanto o carismático Johnny Polo roubava a atenção algumas vezes. Tiveram sucesso imediato e pouco depois de estrearem em 1993, venceram os títulos de Tag Team aos Steiner Brothers num combate com “regras de Quebec”, ou seja, os títulos podiam mudar de mãos por desqualificação. Então pronto, adivinhem lá como é que eles ganharam os cintos. Apesar de várias perdas, tiveram rápidas recuperações de títulos – com Marty Jannetty e 1-2-3 Kid assim como com os Men on a Mission – e tudo junto daria um grande e sólido reinado, que lhes ocupou quase toda a carreira na WWE. Assim que perderam os títulos para os Headshrinkers, separaram-se e tiveram uma pequena feud, como fazem com milhentas tag teams desde sempre.

Apesar da reforma de Jacques no ecrã, não durou e em 1996, ambos os lutadores saltaram para a WCW onde competiram com uma gimmick bastante semelhante, mudando as fatiotas, o nome de Pierre – agora Carl Ouellet – e mudando o nome para The Amazing French Canadians – muito bem pensado, malta! Retiraram-se em Janeiro de 1997, após perderem para uns já velhos conhecidos... os Steiners. Podiam acabar a carreira aí mas a WWF ainda quis aproveitá-los mais um pouco, tinham saudades deles. Com a mesma gimmick, mas outfits mais parecidas às que utilizavam na WCW, foram utilizados esporádicamente como jobbers ao longo do ano de 1998. Aí voltaram a abandonar, regressariam à WCW para a “Team Canada” de Lance Storm por um momentinho e retiraram-se, sem tornar a aparecer outra vez por bandas grandes.

Juntos ou separados, Jacques e Pierre foram sempre mantendo-se ocupados. Jacques mantém-se naquele estado de “semi-reforma”, aquele em que se considera reformado mas pode competir de vez em quando. Mas manteve-se sempre no wrestling, abrindo uma escola e uma companhia independente onde ele e Pierre por vezes aparecem. Pierre vai dando uma mãozinha nos trabalhos do parceiro e vai lutando em indys Canadianas como a IWS ou a CPW International, para citar alguns exemplos. Quanto ao manager Johnny Polo... Esse teve que mudar de mentalidade, encontrar a sua escuridão interna, encontrar o grunge e ir para a ECW para se tornar... o Raven. Quanto a este já não são tão necessários detalhes... Mas é sempre curioso e engraçado recordá-lo como o cómico Johnny Polo...

Max Moon


A gimmick mais brutal de sempre, admitam. Mas como em muitos casos de gimmicks onde se esconde a identidade do lutador... Já existiram dois Max Moons. O primeiro e original não é em que me focarei. Trata-se do popular e já conhecido lutador Mexicano Konnan que já tem bastante sucesso no seu país e ainda fez melhor carreira na WCW e mais recentemente na TNA. Até por rapper ele vai passando, logo não é este o Max Moon que procuro. É mesmo Paul Diamond, homem que o sucedeu e que reformou a gimmick.

Já com uma carreira sólida em várias companhias Americanas na década de 80, integrou a WWF em 1990 onde era utilizado como jobber,até ser colocado ao lado de Pat Tanaka, reformando os Badd Company e com o nome Kato, sob uma máscara para esconder o facto de não ser Asiático. Assim que Tanaka deixaria a companhia em 1992, não havia o que fazer com Diamond. Isto é, se não houvesse um bizarro e extravagante fato de “ciborgue” vago, desde que Konnan abandonara por heat no backstage. Tínhamos um novo Max Moon que, gimmick surreal e cómica à parte, ainda conseguiu uma oportunidade pelo título Intercontinental contra Shawn Michaels no primeiro episódio do Monday Night Raw de sempre e esteve presente no Royal Rumble de 1993 – mesmo que mal aguentasse dois minutos no combate.

Abandonou a WWF e partiu para uma crescente companhia que resgatava muitos “alumns”, de seu nome Eastern Championship Wrestling, onde se viria a reunir com Tanaka para resgatar os Badd Company e lutar na divisão Tag Team da então embrionária ECW. Abandonou em 1994 e partiu para a WCW logo após a sau saída, de novo para se reunir com Tanaka, de novo com a mesma tag team – mudando o nome por questões de direitos – mas sem conseguir ficar over e ver término na sua carreira nessa outra grande companhia ainda no mesmo ano. Teve que se virar para as independentes.

E por aí se foi ficando e é aí que ainda faz vida. Lutou em várias independentes como as de Jerry Lawler em Memphis, a USWA onde foi  Campeão de Tag Team ou a TWA de Shawn Michaels onde foi Campeão por duas vezes. Foi nessa academia de Shawn Michaels onde prolongou a sua amizade com o agora Hall of Famer e ajudou-o a treinar jovens e o convenceu a voltar à actividade após uma grave lesão que afastou HBK dos ringues. A TWA acabou por fechar mas Diamond abriu a sua própria escola à qual chamou “Paul Diamond Hard Knocks Pro Wrestling Academy”. Retirou-se dos ringues em 2001 e focou-se no ensino até aceitar alguns bookings ocasionais na Rocket City Wrestling onde, por vezes,utilizava a gimmick de Max Moon – mais um para a lista dos semi-retirados. E assim faz a sua vida, com a sua família,como professor/treinador de wrestling, lutador e booker ocasional... E um passado de orgulhar como o grande e único Max Moon!

Maxine


Já que estamos numa de “Max”, concluo com uma mais bonita que o anterior e que se devem lembrar bem ainda, pois é o caso mais recente que aqui incluí. E mesmo que tivesse por lá andado há mais tempo ainda se lembravam bem dela. Karlee Perez, conhecida na WWE como Maxine foi uma Diva “rookie” que se mostrou ao mundo na infame terceira temporada do NXT, onde teve aquele fantástico combate com Kaitlyn, ainda lembrado com um dos piores de que haja memória recente.

Ambas melhoraram após aquela maravilha felizmente e Maxine ainda teve a chance de regressar já no NXT Redemption onde, ao lado de Johnny Curtis tornou-se uma das razões para assistir àquele perdido programa sem rumo. Sem NXT Redemption, ia tendo algum lugar como uma Diva do roster principal mas no Verão de 2012 deixou a companhia para pena de muitos que esperavam que ela fosse mais longe – se não for mais nada, por muita pena minha pelo menos. Quando questionada, nada teve a ver com a companhia e ela adorou lá estar – mesmo tendo o prestigioso título de “Pior Combate do Ano” como o único que lá ganhou. Retirou-se porque simplesmente não se quis dedicar mais ao wrestling por enquanto.

Disse que não ia integrar outra companhia e assim tem sendo até agora. Dedicou-se a um trabalho para o qual já sabemos que ela tem muito jeito: modelo. E andam já aí umas sessões fotográficas muito boas. Também quis experimentar o mundo da representação e parece estar a dar lá os seus primeiros passos como na série online “The Cell” que já conta com 3 episódios e onde interpreta a agente Garcia – a personagem latina ser chamada Garcia tem que ser a coisa mais original que já vi ultimamente. Também já consta num filme independente chamado “Interview with The Prince” ainda com data a anunciar. Coisas que ela já tinha prometido que ia fazer. Será uma boa vocação? Se estivermos curiosos, teremos que ver para saber se valeu a pena ficarmos sem Maxine para a vermos noutro lado. E, se parece que foi ontem que ela saiu, já se passaram dois anos...

Mais meia dúzia de casos que aqui apresento para recordar e para vasculhar os seus desconhecidos presentes. Talvez em alguns casos não tenha dado para especificar muito e acrescentar grande coisa ao que já se sabia. Mas lá fiz o que deu. Espero que tenham gostado e que não se tenham importado do resgate novo a este tema que sempre foi bem recebido – daí eu tornar a trazê-lo. Agora preparem-se porque começo já a entrar em modo Wrestlemania em força, daí eu meter isto não relacionado para não encher já.

Na próxima semana volto já com tema decidido e já vou começar a entrar no assunto “Wrestlemania”, assim que a febre começa a aumentar. Espero que também estejam cá para ler e para receber bem. Até lá fiquem bem e boas entradas na Primavera!

Cumprimentos,
Chris JRM
Com tecnologia do Blogger.