Brock Lesnar: Death Clutch - Parte I (Cap. 1) | Literatura Wrestling
Com o objetivo de divulgar histórias contadas pelos próprios lutadores em livros adaptados e traduzidos pelos colaboradores deste blog, a Literatura Wrestling trás, nestes próximos meses, toda a vida de uma das estrelas mais conhecidas no mundo do wrestling atualmente num só livro.
Semanalmente será publicado uma parte do livro "Brock Lesnar: Death Clutch", escrito e publicado em 2011 pelo próprio Brock e por seu amigo de longa data, Paul Heyman, começando pelo prefácio e acabando nos agradecimentos (parte final do livro). Esperemos que gostem das histórias!
Semanalmente será publicado uma parte do livro "Brock Lesnar: Death Clutch", escrito e publicado em 2011 pelo próprio Brock e por seu amigo de longa data, Paul Heyman, começando pelo prefácio e acabando nos agradecimentos (parte final do livro). Esperemos que gostem das histórias!
Parte I: Criado Para Ser Um Campeão
Eu quero que vocês percebam uma coisa. É bem simples. Eu devo tudo à minha mãe e ao meu pai. Quem eu sou. O que eu sou. Onde eu estou.
Os pais colocam uma enorme pressão nos seus filhos para que eles tenham sucesso nos desportos, quer eles dão a entender ou não. Algumas crianças conseguem aguentar a pressão e superam as expectativas dos seus pais. Outras crianças não conseguem e falham. Não é como se fosse me dado uma escolha. Eu tinha que vencer.
Eu nasci com o talento e com o atletismo – tudo isso foram presentes de Deus. Mas muitos atletas talentosos acabam no meio do nada. O que me fez diferente? Mais do que outra coisa qualquer, a minha mãe e o meu pai, e também o resto da minha família, estiveram dispostos a fazer sacrifícios por mim.
Houve muitas pessoas que me ajudaram a moldar um campeão, mas a minha mãe e pai merecem os créditos antes de qualquer outro. Eu não nasci num berço de ouro. Eu não cresci como boa parte das pessoas pensa, como um atleta mimado, que dava sempre graxa por toda a escola e tinha realizadas todas as suas vontades. Eu nasci pobre, numa quinta de laticínios em Dakota do Sul e tive que trabalhar por ter tudo o que eu tenho. Muitos dos meus amigos não tinham permissão para praticar qualquer desporto ou participar em atividades extracurriculares. Eles eram agricultores e os deveres de agricultor vinham em primeiro lugar. Nós éramos agricultores também. Mas os meus pais deixaram-me começar a praticar wrestling quando eu tinha apenas 5 anos. Eu ordenhava vacas e carregava esterco como qualquer outro, mas eu nunca perdia um treino de wrestling.
Os meus pais levavam-me para cada torneio de wrestling que eles podiam, porque eles queriam que eu aprendesse como era competir. Até onde consigo me lembrar, os fins-de-semana significavam torneios de wrestling. Eu consigo imaginar-me na parte de trás da nossa camioneta durante horas infinitivas, passando pelos campos das quintas, imaginando aonde nós iríamos.
A minha mãe levava-me para a maioria dos treinos, lutas e torneios, porque o meu pai tinha de ficar em casa a trabalhar na quinta. Eles levavam-me sempre que podiam, mas às vezes eu precisava da boleia de outra família ou do meu treinador. Assim que eu chegava lá, o meu trabalho era vencer.
A minha mãe não aceitava qualquer desculpa. Se eu perdesse, era por minha culpa. Ponto final. Eu não podia culpar o árbitro pela minha derrota e não havia companheiros de equipa para me rebaixar. Era apenas eu e o outro garoto no tapete. Um vencedor. Um derrotado. A responsabilidade era minha e apenas minha.
Quando eu perdia uma luta – o que acontecia de vez em quando – era “admite, aceita, entra no carro e vamos pra casa.” Os comentários de minha mãe eram sempre diretos e ela dizia sempre a mesma coisa. “Há outra luta no próximo fim-de-semana. Se tu não gostas da forma como se sente quando perdes, então entra lá e vence. O que queres ser na vida? A pessoa que se sente bem porque venceu ou a pessoa que se sente como tu estás agora porque perdeu?”
A minha mãe era muito rígida, mas isso acabou por ser a melhor coisa para mim. Pode parecer um quanto insensível, mas ela amava-me o suficiente para fazer com que eu chegasse lá e vencesse. Assim como o choro não era aceitável quando eu perdia, não havia grandes comemorações quando eu vencia. Em vez disso, a minha mãe dizia, “Bom trabalho, Brock, agora entra no carro e vamos para casa. Tu venceste. Isso é o que é suposto teres de fazer”.
O meu pai não era diferente. Se eu ganhasse um troféu, ele dizia “bom trabalho”. Se eu perdesse, ele dizia para eu esforçar-me mais e vencer na próxima vez. E assim era. As expectativas eram bem claras. Perder não era uma opção.
Vendo desde aquela época até onde eu estou agora, não tinha como ser diferente. Wrestling é uma competição. Assim como a vida. Mesmo quando era criança, eu entrava em todos os torneios por uma razão – para vencer. Os meus pais não esperavam menos, e ensinaram-me a nunca contentar-me com o segundo lugar. E eu nunca fiz isso.
Eu nunca vou esquecer o quão triste ficou a minha mãe quando eu perdi os quartos-de-final do torneio do National Junior College Wrestling. Foi quando era caloiro da Faculdade Estadual de Bismarck em Dakota do Norte. Ela realmente queria que eu me destacasse. Ela não só queria que eu fizesse jus ao meu potencial, mas que fizesse ainda mais. Ela sabia que eu fui abençoado com algumas habilidades como atleta e que eu tinha a capacidade de exigir mais de mim mesmo, como nenhum outro poderia. Então, porque é que não era o número um? Na mente dela, não havia razão para eu não ser o melhor e ela nunca deixaria que eu pensasse que o segundo lugar estava “bom”.
Com certeza, a minha mãe incentivava-me a vencer. Ela via alguma paixão dentro de mim. Ela via que eu era um competidor. Ela queria que eu usasse a maioria dos meus instintos naturais. Eu era o seu último filho.
Os pais colocam uma enorme pressão nos seus filhos para que eles tenham sucesso nos desportos, quer eles dão a entender ou não. Algumas crianças conseguem aguentar a pressão e superam as expectativas dos seus pais. Outras crianças não conseguem e falham. Não é como se fosse me dado uma escolha. Eu tinha que vencer.
Eu nasci com o talento e com o atletismo – tudo isso foram presentes de Deus. Mas muitos atletas talentosos acabam no meio do nada. O que me fez diferente? Mais do que outra coisa qualquer, a minha mãe e o meu pai, e também o resto da minha família, estiveram dispostos a fazer sacrifícios por mim.
Houve muitas pessoas que me ajudaram a moldar um campeão, mas a minha mãe e pai merecem os créditos antes de qualquer outro. Eu não nasci num berço de ouro. Eu não cresci como boa parte das pessoas pensa, como um atleta mimado, que dava sempre graxa por toda a escola e tinha realizadas todas as suas vontades. Eu nasci pobre, numa quinta de laticínios em Dakota do Sul e tive que trabalhar por ter tudo o que eu tenho. Muitos dos meus amigos não tinham permissão para praticar qualquer desporto ou participar em atividades extracurriculares. Eles eram agricultores e os deveres de agricultor vinham em primeiro lugar. Nós éramos agricultores também. Mas os meus pais deixaram-me começar a praticar wrestling quando eu tinha apenas 5 anos. Eu ordenhava vacas e carregava esterco como qualquer outro, mas eu nunca perdia um treino de wrestling.
Os meus pais levavam-me para cada torneio de wrestling que eles podiam, porque eles queriam que eu aprendesse como era competir. Até onde consigo me lembrar, os fins-de-semana significavam torneios de wrestling. Eu consigo imaginar-me na parte de trás da nossa camioneta durante horas infinitivas, passando pelos campos das quintas, imaginando aonde nós iríamos.
A minha mãe levava-me para a maioria dos treinos, lutas e torneios, porque o meu pai tinha de ficar em casa a trabalhar na quinta. Eles levavam-me sempre que podiam, mas às vezes eu precisava da boleia de outra família ou do meu treinador. Assim que eu chegava lá, o meu trabalho era vencer.
A minha mãe não aceitava qualquer desculpa. Se eu perdesse, era por minha culpa. Ponto final. Eu não podia culpar o árbitro pela minha derrota e não havia companheiros de equipa para me rebaixar. Era apenas eu e o outro garoto no tapete. Um vencedor. Um derrotado. A responsabilidade era minha e apenas minha.
Quando eu perdia uma luta – o que acontecia de vez em quando – era “admite, aceita, entra no carro e vamos pra casa.” Os comentários de minha mãe eram sempre diretos e ela dizia sempre a mesma coisa. “Há outra luta no próximo fim-de-semana. Se tu não gostas da forma como se sente quando perdes, então entra lá e vence. O que queres ser na vida? A pessoa que se sente bem porque venceu ou a pessoa que se sente como tu estás agora porque perdeu?”
A minha mãe era muito rígida, mas isso acabou por ser a melhor coisa para mim. Pode parecer um quanto insensível, mas ela amava-me o suficiente para fazer com que eu chegasse lá e vencesse. Assim como o choro não era aceitável quando eu perdia, não havia grandes comemorações quando eu vencia. Em vez disso, a minha mãe dizia, “Bom trabalho, Brock, agora entra no carro e vamos para casa. Tu venceste. Isso é o que é suposto teres de fazer”.
O meu pai não era diferente. Se eu ganhasse um troféu, ele dizia “bom trabalho”. Se eu perdesse, ele dizia para eu esforçar-me mais e vencer na próxima vez. E assim era. As expectativas eram bem claras. Perder não era uma opção.
Vendo desde aquela época até onde eu estou agora, não tinha como ser diferente. Wrestling é uma competição. Assim como a vida. Mesmo quando era criança, eu entrava em todos os torneios por uma razão – para vencer. Os meus pais não esperavam menos, e ensinaram-me a nunca contentar-me com o segundo lugar. E eu nunca fiz isso.
Eu nunca vou esquecer o quão triste ficou a minha mãe quando eu perdi os quartos-de-final do torneio do National Junior College Wrestling. Foi quando era caloiro da Faculdade Estadual de Bismarck em Dakota do Norte. Ela realmente queria que eu me destacasse. Ela não só queria que eu fizesse jus ao meu potencial, mas que fizesse ainda mais. Ela sabia que eu fui abençoado com algumas habilidades como atleta e que eu tinha a capacidade de exigir mais de mim mesmo, como nenhum outro poderia. Então, porque é que não era o número um? Na mente dela, não havia razão para eu não ser o melhor e ela nunca deixaria que eu pensasse que o segundo lugar estava “bom”.
Com certeza, a minha mãe incentivava-me a vencer. Ela via alguma paixão dentro de mim. Ela via que eu era um competidor. Ela queria que eu usasse a maioria dos meus instintos naturais. Eu era o seu último filho.
Eu fui o terceiro de quatro filhos e sentia-me mal pelos meus irmãos por ser o centro das atenções na maioria do tempo. Os meus dois irmãos mais velhos, Troy e Chad, eram excelentes atletas no seu próprio direito, mas escolheram não seguir a carreira desportiva. Com o tempo, eles ficaram conhecidos como os irmãos do Brock. A minha pobre irmãzinha, Brandy, era uma boa atleta também e destacou-se no basquetebol, voleibol, atletismo e qualquer outro desporto que ela decidisse praticar. Mas não importa o que ela fizesse, pois tinha que viver na sombra do seu grande irmão Brock.
Eu não vou mentir. Ser o centro das atenções tinha os seus benefícios. Mas nem tudo era bom. Eu também sentia a pressão de ser bem sucedido. O que me separava do resto, era que eu aceitava todos os desafios.
Ainda bem jovem, eu desenvolvi uma confiança interior que até hoje ainda tenho. Eu não sei se é ego, atitude, arrogância ou outra coisa qualquer. Mas o que quer que seja, funciona comigo.
Eu acho que a minha autoconfiança existe porque, até onde posso me lembrar, eu era a espinha dorsal da minha família. Eu sinto-me confortável por ser o homem da ação. Aquele de quem as pessoas dependem. Aquele que controla. Sempre foi assim comigo. Eu ainda tento cuidar dos meus pais e eu vou tentar fazer sempre com que o resto da minha família esteja bem. É assim que eu sou. Tudo por minha conta e eu cuido das pessoas que eu amo. Ao mesmo tempo, eu conheço as minhas limitações. Eu sei que não sou perfeito. Eu sei o que sei mas, o mais importante, eu sei o que não sei.
Quando eu não sei algo, eu reúno-me com pessoas em quem eu confio para me ensinarem.
Quantas vezes vocês viram um atleta que é o seu pior inimigo? Ele não pode deixar o seu ego na porta quando ele entra na ginásio ou no campo de jogo. Ninguém lhe pode dizer nada. Eu nunca tive esse problema. Todos os treinadores que eu tive, desde o jardim de infância até a faculdade e até à minha equipa atual no MMA, concordam numa coisa: eu sou treinável.
Até hoje, eu sei o quão importante é ter os treinadores certos à nossa volta. Um grande atleta precisa dos melhores treinadores que conseguem ver erros, trabalhar cada imperfeição, apontar até mesmo o óbvio e motivar. Os atletas, quando estão muito próximos de uma competição, não conseguem perceber coisas que os treinadores possam ver claramente como se fosse de dia.
Eu tive muita sorte em ter grandes treinadores, desde o meu treinador do liceu, John Schiley, o meu treinador da faculdade júnior, Robert Finneseth e o meu treinador da Universidade de Minnesota e atual treinador, Marty Morgan. Esses dois últimos em particular merecem todo o crédito.
Da mesma forma que a minha mãe fez com que eu aprendesse com os meus erros, a natureza do desporto que é o wrestling trouxe-me de volta a casa. No wrestling, tu podes vencer um torneio num dia e no exato dia a seguir, podes ser derrubado num treino por um lutador que está numa classe ou escala abaixo da tua. É por isso que o wrestling pode ser um desporto de humildade e o porquê da minha mãe repetir essa lição todo o tempo.
Cada dia com os meus pais e na academia eram uma lembrança constante. Eu não sou perfeito. Eu posso sempre cometer erros. Um erro e é tudo o que é necessário. Um simples e estúpido lapso momentâneo (como o que tive quando estreei no UFC contra Frank Mir) e você vai de “campeão” a “derrotado”. Assim que começas a pensar que és muito bom, que não podes cometer nenhum deslize, haverá sempre alguém para mostrar os seus erros.
Mas eu tinha os meus pais e eles estavam sempre a apoiar-me. Se não fosse por eles acreditarem em mim, e os sacrifícios que eles fizeram, vocês não estariam a ler este livro. Eles são os meus maiores fãs e eu sou fã deles.
Eu não vou mentir. Ser o centro das atenções tinha os seus benefícios. Mas nem tudo era bom. Eu também sentia a pressão de ser bem sucedido. O que me separava do resto, era que eu aceitava todos os desafios.
Ainda bem jovem, eu desenvolvi uma confiança interior que até hoje ainda tenho. Eu não sei se é ego, atitude, arrogância ou outra coisa qualquer. Mas o que quer que seja, funciona comigo.
Eu acho que a minha autoconfiança existe porque, até onde posso me lembrar, eu era a espinha dorsal da minha família. Eu sinto-me confortável por ser o homem da ação. Aquele de quem as pessoas dependem. Aquele que controla. Sempre foi assim comigo. Eu ainda tento cuidar dos meus pais e eu vou tentar fazer sempre com que o resto da minha família esteja bem. É assim que eu sou. Tudo por minha conta e eu cuido das pessoas que eu amo. Ao mesmo tempo, eu conheço as minhas limitações. Eu sei que não sou perfeito. Eu sei o que sei mas, o mais importante, eu sei o que não sei.
Quando eu não sei algo, eu reúno-me com pessoas em quem eu confio para me ensinarem.
Quantas vezes vocês viram um atleta que é o seu pior inimigo? Ele não pode deixar o seu ego na porta quando ele entra na ginásio ou no campo de jogo. Ninguém lhe pode dizer nada. Eu nunca tive esse problema. Todos os treinadores que eu tive, desde o jardim de infância até a faculdade e até à minha equipa atual no MMA, concordam numa coisa: eu sou treinável.
Até hoje, eu sei o quão importante é ter os treinadores certos à nossa volta. Um grande atleta precisa dos melhores treinadores que conseguem ver erros, trabalhar cada imperfeição, apontar até mesmo o óbvio e motivar. Os atletas, quando estão muito próximos de uma competição, não conseguem perceber coisas que os treinadores possam ver claramente como se fosse de dia.
Eu tive muita sorte em ter grandes treinadores, desde o meu treinador do liceu, John Schiley, o meu treinador da faculdade júnior, Robert Finneseth e o meu treinador da Universidade de Minnesota e atual treinador, Marty Morgan. Esses dois últimos em particular merecem todo o crédito.
Da mesma forma que a minha mãe fez com que eu aprendesse com os meus erros, a natureza do desporto que é o wrestling trouxe-me de volta a casa. No wrestling, tu podes vencer um torneio num dia e no exato dia a seguir, podes ser derrubado num treino por um lutador que está numa classe ou escala abaixo da tua. É por isso que o wrestling pode ser um desporto de humildade e o porquê da minha mãe repetir essa lição todo o tempo.
Cada dia com os meus pais e na academia eram uma lembrança constante. Eu não sou perfeito. Eu posso sempre cometer erros. Um erro e é tudo o que é necessário. Um simples e estúpido lapso momentâneo (como o que tive quando estreei no UFC contra Frank Mir) e você vai de “campeão” a “derrotado”. Assim que começas a pensar que és muito bom, que não podes cometer nenhum deslize, haverá sempre alguém para mostrar os seus erros.
Mas eu tinha os meus pais e eles estavam sempre a apoiar-me. Se não fosse por eles acreditarem em mim, e os sacrifícios que eles fizeram, vocês não estariam a ler este livro. Eles são os meus maiores fãs e eu sou fã deles.
Traduzido por: Kleber (nWo4Life)
Adaptado por: FaBiNhO
Adaptado por: FaBiNhO
No próximo capítulo: Brock Lesnar nos contará mais sobre seu treinamento de wrestling e sua breve carreira no futebol americano! Se você perder o próximo capítulo, ganhará uma passagem só de ida para Suplex City!