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Brock Lesnar: Death Clutch - Parte I (Cap. 2) | Literatura Wrestling


Com o objetivo de divulgar histórias contadas pelos próprios lutadores em livros adaptados e traduzidos pelos colaboradores deste blog, a Literatura Wrestling trás, nestes próximos meses, toda a vida de uma das estrelas mais conhecidas no mundo do wrestling atualmente num só livro.

Semanalmente será publicado uma parte do livro "Brock Lesnar: Death Clutch", escrito e publicado em 2011 pelo próprio Brock e por seu amigo de longa data, Paul Heyman, começando pelo prefácio e acabando nos agradecimentos (parte final do livro). Esperemos que gostem das histórias!


Parte I: Criado para ser um campeão
Lutar Com o Meu Futuro

A agricultura é o tipo de vida que eu gosto, e para o qual eu anseio muito quando a minha luta acaba. Eu continuo a ser um agricultor porque eu escolhi isso – e não porque é só o que eu sei fazer. Eu não estou preso à minha quinta.Eu estou lá porque quero. Mas nem sempre foi assim.

Quando eu era um júnior no liceu, queria um futuro que incluísse algo mais do que ordenhar vacas e sentar em tratores. Então, quando estava a pensar sobre como sair da quinta, um recrutador da Guarda Nacional apareceu na minha escola. O meu pai esteve na Guarda, então eu pensei que ele não se iria importar se eu assinasse para tal. Na verdade, eu nem sequer lhe pedi permissão; tive a minha mãe que assinou por mim.

Ali estava eu, 17 anos de idade e rumo a Fort Leonardwood, Missouri. Deixem-me esclarecer isso bem, para que todos os que estão a ler isto possam entender bem. As 9 semanas que eu passei na Guarda Nacional naquele verão mudaram a minha vida. Eu regressei de lá uma pessoa completamente diferente e tudo para melhor.

O único problema foi que eu fui para a Guarda Nacional para me juntar à unidade de fornecimento de artilharia. Nós trabalhávamos com cargas de explosivos que eram codificadas com vermelho e verde. Isso era o que eu queria fazer. Mas, após um teste oftalmológico, que mostrou que eu era incapaz de diferençar as cores verde e vermelho, eu fui colocado para o setor administrativo. Conseguem imaginar o meu grande traseiro sentado em frente a um ecrã de computador o dia todo? Isso não era exatamente o que eu tinha em mente quando assinei. Sorte a minha, eu não consegui passar no teste de digitação e esse foi o fim da minha carreira na Guarda.

Durante o meu treino com a guarda, nós tínhamos que correr todas as manhãs, o que me ajudou a percorrer mais de 3 Km em 10 minutos e 56 segundos. Quando eu voltei para o liceu, no meu último ano, estava em grande forma e tinha mais um ano no equipa de futebol americano com os meus amigos. Eu cheguei a escrever uma carta com a intenção de jogar pela Universidade Northern State em Aberdeen, porque eu não tive nenhuma oferta no wrestling.

Eu queria correr atrás da bola. Eu tinha a velocidade e estava a ganhar algum tamanho. Mas, assim que eu estava a começar a fazer números impressionantes, uma jogada defensiva acabou com o meu joelho e eu precisei de cirurgia. Esse foi o fim da minha carreira no futebol americano no liceu.

O wrestling do liceu começa quando a temporada de futebol americano termina. Isso significava que o meu joelho não estaria completamente recuperado antes do primeiro dia de treinos. De fato, quando o wrestling começou, eu ainda estava de muletas.

Isso era muito mau. Mas para piorar as coisas, todos os anos, desde que eu estava no 6º ano, o nosso treinador, John Schiley, fazia-nos correr cerca de 10 Km no primeiro dia de treino. Isso era chamado de “teste de coragem” e todos os que completassem poderiam fazer parte da equipa de Schiley. Isto era o meu último ano e eu era o líder. Então comecei a corrida, de muletas, e continuei até que o treinador ficou satisfeito e deixou-me colocar na parte de trás da sua camioneta. Eu estava desiludido porque eu terminei sempre essa corrida todos os anos desde o meu 6º ano.

Acreditem ou não, eu desenvolvi-me muito tarde. Quando era criança eu certamente não tinha muito peso. Eu era um palito.

No 7º ano, eu lutei pesando 46 Kg. Quando era caloiro no liceu, pesava 70 Kg; no 2º ano do liceu, 72 Kg; por volta do meu ano de júnior, tinha 85 Kg. Finalmente, no meu último ano, eu cheguei a divisão dos pesos-pesados, mas só por alguns quilos.

Se olharem para mim agora, é difícil acreditar que nem sequer tinha pêlos debaixo dos meus braços quando formei-me no liceu. Eu garanto-vos que era a última pessoa na minha turma, a atingir a puberdade. Eu levantei muitos pesos, e apesar de ser um estudante com 1 metro e 80 e a pesar 95 Kg, eu não era mais do que um simples garoto musculado. Até mesmo nos meus tempos de caloiro, quando estive mais pesado, eu tinha somente 102 Kg.

Olhando para o ranking no liceu, eu nunca fui um monstro de qualquer forma. Eu só estava a tentar crescer sob a minha própria pele. Mas todo esse esforço tornou-se muito positivo para mim: quando tinha que lutar como um homem que pesava 43 ou 68 Kg, eu desenvolvi os golpes e a agilidade de um lutador mais leve. Quando cheguei a peso-pesado, ainda tinha esses golpes e era mais rápido. Se eu tivesse sido sempre grande, provavelmente eu teria apenas tamanho e peso, e nunca teria aprendido os golpes que consigo fazer agora.

Tanto no meu ano de júnior como no de sénior no liceu, eu fiquei em 3º lugar no torneio estadual. Mas para mim, não era nada especial. Eu deveria ter vencido. Foi para isso que eu participei.

Mesmo que eu apenas tenha jogado futebol americano porque toda gente fazia isso, eu ainda era muito bom nisso. No entanto, no meu coração, eu era um wrestler. O futebol americano era apenas algo para eu fazer com os meus amigos enquanto a temporada de wrestling não começava.


(Mesmo quando garoto, eu sentia-me em casa sendo um wrestler.)

Eu nunca imaginei-me como um jogador de futebol americano, nem quando eu estava explodindo através das linhas de defesa. Nem por um minuto sequer eu pensei que iria jogar futebol americano na faculdade, ou a nível profissional. Quando eu me olhava no espelho, tudo o que eu via era um wrestler.

É por isso que, provavelmente, quando as coisas não deram certo para mim com os Minnesota Vikings, eu não fiquei tão chateado. Em vez disso, de certa maneira, ser o último homem a ser cortado do grupo apenas confirmou algo que eu sempre soube. Eu não posso esconder os fatos, e eu realmente não queria esconder. Eu tenho orgulho em dizer isto: Eu não sou um jogador de futebol americano, eu sou um lutador. É o que eu faço. É a minha paixão. É a minha vida.

Traduzido por: Kleber (nWo4Life)
Adaptado por: FaBiNhO

No próximo capítulo: Brock Lesnar nos contará sobre sua carreira no wrestling amador! Se você perder o próximo capítulo, ganhará uma passagem só de ida para Suplex City!
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