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Trono do Fã - Capitulo XIII - Reinados e Campeões

Duas semanas consecutivas a lançar o Trono do Fã sem atrasos. Por quanto tempo conseguirei manter esta streak impressionante?! Esperemos que não seja já para a semana! Ora, acabei de ver o Monday Night Raw e devido a um determinado acontecimento achei que deveria falar de reinados no wrestling. Poderia também falar da forma lamentável de Sting e da hipocrisia de alguns fãs que rejubilam com as suas aparições e da sua possivel conquista do WWE World Heavyweight Championship apesar de o homem ser claramente uma sombra daquilo que foi no passado e estar constantemente a arrastar-se num ringue e a tapar o spot de pessoal mais novo.



Nikki Bella conseguiu finalmente tornar-se na Divas Champion com o reinado mais longo da história da WWE. A verdade, é que esta foi uma boa decisão da parte da WWE. Primeiro,existem várias raparigas que tem potencial para no futuro segurar aquele titulo durante muito mais tempo que AJ Lee e Nikki Bella, ou seja não acredito que este recorde seja bastante duradoro. Segundo porque é algo que muitos dos fãs não gostam, o que por si só faz com que Nikki Bella seja uma lutadora mais odiada e consequentemente melhor heel.


O facto de aprovar esta decisão da WWE, não faz de mim um adepto do seu reinado. Embora seja um reinado extremamente longo é simultaneamente um reinado cujos momentos memoráveis são quase inexistentes. Não há nada que no futuro nos faça olhar para trás e recordamo-nos que Nikki Bella foi campeã neste últimos dois anos. Tirando claro, o número de dias como campeã. Olhemos agora para o reinado de AJ Lee ( que nem é nada de especial), é fácil recordar a sua pipebomb, o Raw após a WrestleMania em que perde o titulo para Paige, o combate em que vence Kaithyn no Payback de 2013.

O que quero dizer, é que nem sempre a duração ou um número de defesas impressionantes significam que estivemos perante um reinado impressionante. Claro que existem reinados muito longos, históricos e recheados de bons momentos como o de Bryan Danielson e  Nigel McGuiness como RoH World Champions, mas aquilo realmente importa é aquilo que se faz com o titulo. Sejam atráves de combates, feuds, promos o que realmente interessa enquanto campeão é trazer importância e atenção para a companhia ou a divisão em especifico. 

Portanto, ao contrário do que alguns poderão pensar, um wrestler que seja "apenas" um campeão de transição pode ser um campeão histórico.


Neste momento o maior exemplo de que me recordo é de CM Punk enquanto RoH World Champion. Punk foi apenas campeão por cinquenta e cinco dias, mas todo o fã de ROH sabe perfeitamente que ele foi um dos principais campeões na história da companhia. Porque desde o momento em que venceu Austin Aries até ao momento em que o perdeu para James Gibson ( aka Jamie Noble), todos os combates, todas as promos foram importantes e tinham o completo interesse do público que queria saber o destino do principal titulo da companhia. O booking foi absolutamente genial, mas Punk também correspondeu e tirou máximo partido da sua última run na Ring of Honor, tornando-se assim num dos maiores ícones da história do circuito independente.



Por vezes, basta ter um nome "maior" que o titulo e um carisma extraordinário para ser-se um excelente campeão. Vimos isso com Shinsuke Nakamura enquanto IWGP Intercontinental Champion e John Cena como WWE United States Champion. Outras é preciso ter um grande booking e uma excelente storyline por trás como aconteceu com Jimmy Havoc como PROGRESS Wrestling Champion. Nigel e Tomohiro Ishii que vão ganhando cada vez mais o respeito dos fãs ao estarem constantemente envolvidos em combates extremamente exigentes apesar da sua condição física. E existem mais mil e um caminhos para um wrestler tornar-se num grande campeão, mas nenhum deles passa por ter um reinado extremamente longo sem qualquer conteúdo.



Existem várias personalidades ligadas ao wrestling que acreditam que não é o titulo que faz o campeão, mas sim o campeão que faz o titulo. Claro que eles têm toda uma credibilidade que eu não possuo para falar do assunto, mas não acredito que esteja totalmente correcta. Concordo perfeitamente quando dizem que o campeão faz o titulo. Quer para o bem quer para o mal. Um mau campeão vai ser alguém incapaz de atrair atenção dos fãs e com isso o prestigio do titulo vai desaparecendo. Já um bom campeão vai ficando cada vez mais relevante e com isso vai dando cada vez mais importância ao titulo. É por isso que não concordo totalmente com aquele tipo de pensamento, pois alguém que conquiste um titulo ao derrubar um "verdadeiro" campeão torna-se quase automaticamente num nome maior. 



E depois o ciclo repete-se, embora hajam sempre resultados diferentes. Umas vezes encontramos situações, em que o campeão e a equipa criativa são extremamente bem sucedidos e assistimos a momentos mágicos como a conquista de Sami Zayn, outras estamos perante uma troca de títulos em que ninguém quer saber do desfecho e dos envolvidos no combate.

Acredito que os títulos no wrestling devem ser vistos como uma ferramenta que ajuda a contar histórias. Seja o heel que vence sempre com recurso a ajuda externa, ser o babyface underdog que embora tenha imenso coração toda a gente teme que ele possa perder a próxima batalha, ou o lutador que se quer mostrar melhor que todos. Cabe ao campeão tirar o máximo partido dela, caso contrário acabará por ficar "enferrujada".

Esta é a minha opinião sobre reinados no wrestling, mas gostaria também que partilhassem a vossa nos comentários. Antes de dar por terminado este Trono do Fã, quero desejar-vos um bom Night of Champions e relembrar-vos que dia 18 de Setembro há All Star Extravanganza.






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