Brock Lesnar: Death Clutch - Parte II (Cap. 8) | Literatura Wrestling
Com o objetivo de divulgar histórias contadas pelos próprios lutadores em livros adaptados e traduzidos pelos colaboradores deste blog, a Literatura Wrestling trás, nestes próximos meses, toda a vida de uma das estrelas mais conhecidas no mundo do wrestling atualmente num só livro.
Semanalmente será publicado uma parte do livro "Brock Lesnar: Death Clutch", escrito e publicado em 2011 pelo próprio Brock e por seu amigo de longa data, Paul Heyman, começando pelo prefácio e acabando nos agradecimentos (parte final do livro). Esperemos que gostem das histórias!
Semanalmente será publicado uma parte do livro "Brock Lesnar: Death Clutch", escrito e publicado em 2011 pelo próprio Brock e por seu amigo de longa data, Paul Heyman, começando pelo prefácio e acabando nos agradecimentos (parte final do livro). Esperemos que gostem das histórias!
Parte II: The Next Big Thing
PRO WRESTLING 101
PRO WRESTLING 101
O meu advogado tratou de todos os detalhes, e apenas dizer isso parece muito engraçado para mim. Apenas algumas semanas antes, eu tinha ido ao escritório do “meu advogado” no centro de Minneapolis, pela primeira vez, e eu tive de lhe pedir dinheiro emprestado para pagar o estacionamento. Agora, eu já estava a pagar para cuidar das coisas por mim.
Antes que a tinta no meu novo contrato estivesse seca, foi-me dito que teria de ser realocado para a Ohio Valley Wrestling (OVW), o território de desenvolvimento da WWE em Louisville, Kentucky, para começar o meu treino de pro wrestling o mais depressa possível. Eu telefonei a J.R. e contei-lhe que ainda tinha alguns compromissos com a comunidade de wrestling amador em Minnesota, e isso seria algumas semanas antes de viajar para Louisville. Eu tive muita sorte nessa vez, porque a WWE estava a trabalhar no duro para desenvolver um recrutamento “compreensível” com a comunidade de wrestling amador, e eu ganhei algum tempo extra.
Pela primeira vez na minha vida, eu tinha dinheiro no meu bolso. Eu usei o meu bónus de assinatura de contrato para pagar os meus empréstimos de estudante e comprei uma motocicleta. Eu nem sequer tinha colocado o meu pé num ringue de wrestling para lutar, e já não tinha mais dívidas. Aqueles cheques da WWE chegavam todas as semanas, e eu pensava que finalmente tinha conseguido.
Eu ouvia as pessoas a dizer que tinha recebido uma esmola da WWE, porque eu consegui um grande contrato sem precisar de lutar em companhias pequenas, como a maioria. Isso simplesmente irritava-me. Eu nunca pedi esmolas em toda a minha vida, e eu nem sequer aceitaria se me oferecessem. Vince McMahon não se tornou um bilionário dando dinheiro à toa. As pessoas que pensam que eu ganhei uma esmola da WWE, ou de qualquer outro, não fazem ideia do que estão a falar.
A verdade é que eu trabalhei para caraças para me tornar no campeão dos pesos-pesados da Divisão I da NCAA. Ninguém me deu aquela honra. Eu trabalhei paraa merecer. Após ter conseguido esse objetivo, eu olhei-me como uma mercadoria à venda pelo maior preço—semelhante aos produtos diários que produzíamos na quinta em Webster. Eu sabia que tinha um valor alto no mercado porque, após tantos anos de trabalho duro, eu era uma mercadoria rara. Eu tinha 1,83 m e 129 Kg de pura aberração atlética da natureza. Eu fui construído como um homem grande que podia se mover como um homem pequeno. Para além disso tudo, eu não era apenas um campeão de wrestling de um colégio local de há meia década atrás. O título dos pesos-pesados da NCAA era o equivalente ao Troféu Heisman, e eu tinha conquistado o título há pouco tempo.
Durante os meus dias no colégio, eu provei que eu tinha um certo “quê”. Amem-me ou odeiem-me, as pessoas pagavam para ir me ver competir. Vince McMahon sabia que eu punha rabos nas cadeiras. Isso é um talento raro, pois eu oferecia algo ao mercado e o mercado recompensava-me.
Mesmo que ainda fosse permanecer em Minnessota por um tempo, eu ainda queria começar o meu treino de pro wrestling. Eu nunca faço algo pela metade. Eu queria aprender com o melhor, e não levou muito tempo para perceber que eu deveria ligar para Brad Rheingans.
Brad era um wrestler amador condecorado. Ele foi campeão da NCAA em 1975 pela Universidade Estadual de Dakota do Norte, e ficou em quarto lugar nos Olímpicos de 1976. Ele qualificou-se para a equipa olímpica de 1980, mas não competiu devido ao boicote dos Estados Unidos. Todo aquele trabalho duro, e ele não teve a oportunidade de perseguir os seus sonhos.
Brad também foi um pro wrestler ativo durante uma década. Nos Estados Unidos, ele é conhecido pelo seu trabalho na American Wrestling Association (AWA) de Verne Gagne. Ele também trabalhou do outro lado do oceano, pela New Japan Pro Wrestling, primeiro como um lutador, depois como um agente no escritório.
A maioria dos lutadores que foram cabeça de cartaz durante muitos anos, não têm mais nada, mas Brad foi esperto e poupou o seu dinheiro. Todo ele. Eu aposto que ele ainda tem o primeiro dólar que ele ganhou.E agora, porque ele trabalhou bem no duro para poupar, ele tem uma boa vida. Brad tem uma casa bonita, e pode sair para caçar e pescar quando ele bem entender. Ele aproveita o seu tempo livre, e ele deve aproveitar. Ele mereceu tudo o que tem, e o seu corpo guarda as cicatrizes dos anos no tapete e no ringue.
Logo após começar a treinar com Brad, eu percebi que ele estava a fazer-me um favor especial. Primeiro, eu descobri que Brad parou de comandar acampamentos para aspirantes a pro wrestlers um ano antes dele concordar em treinar-me. Depois, à cerca de duas ou três semanas após eu começar a treinar com ele, eu saí para almoçar com Dan Jesser. Dan era um wrestler local que queria ter êxito no desporto, e na altura, ele era um dos lutadores de topo do circuito independente em Minnesota.
Nós estávamos a falar lixo, e eu mencionei que tinha falado com Brad sobre algo na sua casa. Dan olhou-me completamente chocado e disse, “Brad nunca deixa ninguém entrar na sua casa!” Dan disse-me que ele tem trabalhado com Brad durante oito anos e ele nunca foi convidado a entrar.
Daquele dia em diante, eu sabia que Brad considerava-me algo mais do que um simples estudante. Nós estávamos a desenvolver uma longa relação e solidificamos uma verdadeira amizade. Brad treinou centenas de estudantes durante anos, e treiná-los era apenas negócio; mas comigo, era diferente. Brad tornou-se o meu irmão mais velho, e até hoje, ele é família. Brad não tem uma família muito grande — eram apenas ele, a sua mãe e o marido dela, Jim. Na época do Natal, Ação de Graças e todas as festividades familiares, Brad era sempre bem vindo à nossa mesa. Eu abri as portas da minha casa a ele da mesma foram como ele abriu as portas para mim.
Traduzido por: Kleber (nWo4Life)
Adaptado por: FaBiNhO
Adaptado por: FaBiNhO
No próximo capítulo: Brock Lesnar nos contará sobre um amigo muito especial! Se você perder o próximo capítulo, ganhará uma passagem só de ida para Suplex City!