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Queen Of The Ring #5 - A Verdadeira Revolução

Ao fim de 15 dias dos meus primeiros passos e primeiras impressões aqui descritas em relação à Lucha Underground, decidi continuar com este tema mas mais focado em algo para mim igualmente importante: o wrestling feminino.


Já aqui afirmei desde muito cedo que no ano que passou tivemos uma certa mudança em relação ao panorama do wrestling feminino, o qual nas companhias mais badaladas berrava e implorava para que fosse salvo porque o fim estava extremamente perto. E os primeiros passos foram dados nesse sentido, tivemos uma revolução anunciada. Infelizmente cada vez mais acho que esta dita revolução se ficou por isso, pelo nome e por uns minutos de fama e tudo voltou a ser como era antes. E é triste, muito triste, até porque quando saltamos o muro para ver o que mais há em redor, vemos que há muito e muito melhor.


Como afirmei no meu ultimo artigo, tornei-me recentemente uma fã da Lucha Underground e daquilo que se vai passando dentro do mítico templo que é o seu cenário. E uma das coisas que mais me surpreendeu, além de toda a qualidade e inovação do show, foram os talentos femininos. Na LU podemos dizer que sim, os talentos femininos são tratados de igual para igual com os talentos masculinos. E não me refiro apenas aos possíveis, que se tornaram reais em muitas ocasiões, combates intergénero, que a meu ver são algo bom e à muito abandonados noutras paragens, mas também ao facto de as lutadoras (ou luchadoras!) da LU poderem afirmar serem o programa em conjunto com os talentos masculinos e não apenas serem uma parte dele. E aqui reside uma grande e importante diferença. Se a ideia é dar valor aos talentos femininos, promover o wrestling feminino, o caminho é permitir a esses mesmo talentos serem o programa e não apenas uma parte dele, parte essa muito pequena, que é o que acontece maioritariamente e acaba por falhar redondamente.
 
Neste panorama a Lucha Underground é primorosa. Não só os seus talentos femininos esbanjam (no melhor dos sentidos) talento a nível pessoal como são extremamente bem utilizados, quer apenas em combates femininos quer nos combates, como já referi, intergenero, e mais, estão de igual para igual na possibilidade de luta pelos títulos da companhia, o que é algo refrescante nos programas de wrestling nos dias de hoje. Há um verdadeiro ambiente de "tudo pode acontecer". E quem não gosta disso?


Aqui aprendemos que afinal não é preciso haver um gigantesco fosso entre talentos femininos e masculinos, tem de haver apenas vontade e saber no momento de apostar neles. Tudo o que envolve os talentos femininos da LU é feito com extrema dedicação e lógica. Existe efetivamente um esforço para ao âmbito feminino ser dada a mesma atenção que ao wrestling masculino. A verdade é uma, na Lucha Underground ficou até provado que mesmo não lutando é possível ter figuras femininas no centro de todas as atenções de um programa de wrestling com cabeça, tronco e membros, ou seja, temos tremendos talentos no ringue e fora dele.


Do ponto de vista do wrestling propriamente dito dou claro destaque a Sexy Star e Ivelisse. Esta última numa personagem mais badass que dá cabo de tudo e todos e Sexy Star, a underdog que também faz frente a qualquer um. São dois talentos femininos gigantes e que não penso estar errada quando digo que em comparação directa de talento em ringue, deixariam muitos outros talentos masculinos de outras companhias um bocadinho embaraçados, senão muito! O seu talento é tremendo e não só em situações de uma contra a outra como em outros combates tivemos momentos soberbos na primeira temporada de Lucha Underground e certamente o mesmo se continuará a verificar nesta nova temporada.

Já no que diz respeito a talentos femininos fora do ringue, dou o meu destaque para a Catrina que foi alguém que encarou a sua personagem de vilã e de sede de ascensão ao poder da melhor forma possível. De certa maneira Catrina conseguiu na Lucha Underground dar uma nova vida ao significado de ser "valet/manager" algo extremamente ridicularizado nos dias de hoje na programação de wrestling, para não dizer inexistente. O que é uma pena porque com o trabalho que ela fez, com a forma como foi manager de Mil Muertes, depois Fenix e depois novamente Mil Muertes conseguiu ter um estatuto de estrela sem sequer ter de dar provas no ringue. Ela foi sempre o cérebro por detrás de todos os passos que foram dados e assim se pode quase dizer que os títulos dos seus pupilos, Mil Muertes e The Disciples of Death são tanto deles como dela. 


Para finalizar temos Melissa que igualmente, mesmo não competindo no ringue, é de uma importância extrema no conteúdo do programa. De certa maneira o seu uso como ring-announcer ajudou todo o desenvolvimento e crescimento do programa pelo que apenas pelo seu trabalho consegue invocar emoção, entusiasmo e até ódio ao anunciar o próximo talento a descer as escadas do Templo. Algo que sinceramente não se destaca noutros lados. E Black Lotus, a estrela feminina envolvida na storyline mais misteriosa da primeira temporada que rapidamente se tornou numa espécie de combatente à procura de vingança do estilo Kill Bill que levanta muita curiosidade e vontade de querer ver mais. Com isto tudo não me admiraria nada se um dia visse um destes talentos femininos, entre outros a juntar-se à companhia, ascender ao topo do templo da Lucha Underground como campeã, acima de todos.



E então qual a conclusão? Não é preciso ter muitos talentos, claramente a quantidade não é importante, é sim necessário ter os talentos certos e saber dar-lhes o uso e o tempo de antena que precisam. No templo de Lucha Underground foi encontrada a receita certa, algo tão simples como deixar os seus talentos femininos saberem que são importantes e mais do que isso, sentirem que são uma referência, e é isso que as torna no destaque que são hoje entre a comunidade de fãs de wrestling. Claro que, para amantes do wrestling, enquanto isso não acontece noutros lados digamos que Lucha Underground vai jogando as suas maiores e melhores cartas e passar à frente de muita gente e dar mostras daquilo que deveria ser o verdadeiro significado de um expressão, agora, curiosa, que tem nome de Divas Revolution.
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