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Lucas Headquarters #159 – “Hangman” Adam Page vs Swerve Strickland: Melhor feud de sempre da AEW?


Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como estão? Bem-vindos sejam a mais um “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias!!


E antes de começarmos a divagar sobre o assunto que me traz aqui neste Sábado, deixar uma palavra sobre o que aconteceu nesta última semana neste lindo país que é o nosso. E estejam descansados que eu não vou misturar política com wrestling, mas perante a gravidade do que aconteceu, é absolutamente impossível que alguém fique indiferente ao que se passou.


Foi algo que nunca pensei que voltasse a acontecer depois do que vi em 2017, tanto a 17 de Junho como a 15 de Outubro. Foi algo que nunca pensamos que pode acontecer, ainda para mais se moramos relativamente longe do “epicentro” dos incêndios. A mim, pessoalmente, pareceu-me que estava, a certo momento, a viver em dois países diferentes, ou, talvez, num universo paralelo. Tudo me parecia um tanto quanto… pós-apocalíptico. Mas aconteceu.


Aconteceu numa dimensão tal que nos deixou a pensar que vai passar – e vai. Mas por quanto tempo? Quando é que se voltará a repetir tal tragédia? O que é que é preciso fazer para que não se repita?


Isso são questões que não me cabe a mim responder, nem a isso nem a possíveis suspeitas de fogo posto, isso são questões judiciais que nunca caberiam aqui. No entanto, do alto da impotência que me confere esta condição humana, quero desejar muita força a todos quantos foram direta ou indiretamente afetados por este Inferno na Terra, endereçar as mais sentidas condolências às famílias de quem não viveu para contar a história destes dias, e desejar que possamos sair todos disto com a ideia de que a natureza é como um gigante animal selvagem: Pode ser muito mansinho e bonito de se ver, desde que não ultrapassemos os limites e entremos no seu território. 


Agora sim, o assunto que me traz aqui esta semana, e que eu já tinha prometido abordar há duas semanas. Teria, de resto, sido o tema central da edição da semana passada se a força das circunstâncias não me tivesse obrigado a tomar um caminho ligeiramente diferente.


“Hangman” Adam Page vs Swerve Strickland. Se calhar, quando Strickland chegou à AEW, muita gente estaria longe de pensar que esta feud com Hangman Adam Page seria uma das melhores, senão mesmo a melhor, do seu currículo até agora. E com alguma razão, diga-se: A forma como foi tratado (e como ainda hoje é visto) pela WWE, deixa cético até o mais otimista dos fãs.



Há aqui uma coisa que me parece importante destacar, e este tem sido sempre um ponto diferencial da AEW em relação à WWE (e que vamos abordar com mais detalhe já em seguida): A WWE sempre teve um modus operandi que se foca mais nas storylines, na construção (ou lore, se assim quisermos) das gimmicks que os seus wrestlers vão encarnar (se é que tal conceito ainda existe, já todos sabemos que não).


A AEW, por sua vez, é uma empresa que direciona o seu foco para o wrestling puro e duro. Tony Khan pode, muito bem, colocar Ricochet e Will Ospreay frente a frente para um combate – e bem sei que é um dream match para muitos, eu incluído – mas para ele basta-lhe apenas e só isso. 


Até aqui, ele quase não quer saber de uma possível história que possa estar por detrás do combate, à exceção de um ou dois detalhes que são sempre fundamentais e que justificam o porquê de o combate estar para acontecer. Mas isso é tudo quanto lhe basta, e mesmo assim é uma abordagem eficaz, porque, apesar de tudo, ainda há muita gente a preferir a forma como a AEW funciona.


No entanto, esta feud entre Hangman Adam Page e Swerve Strickland parece significar uma mudança para territórios mais “cinematográficos”. Há aqui detalhes nesta feud que deixam antever que Tony Khan e a sua equipa estão a querer enveredar por “mares nunca dantes navegados”. E é isso que vamos ver já de seguida.


“Hangman” Adam Page vs Swerve Strickland: Mais 

storytelling?


Uma conclusão que parece saltar à vista de todos é que esse mar que os responsáveis da AEW parece querer navegar é o mar do storytelling.


E agora quem estiver a ler isto com certeza que vai perguntar de que forma é que a AEW enveredou por uma abordagem onde a história que é contada em ringue ganha primazia em relação à própria ação que acontece.


Há aqui um detalhe bastante simples que parece estar a escapar a muita gente: Quando a história entre Hangman e Swerve começou, os papéis estavam invertidos, isto é, Swerve era heel e Hangman babyface. E um dos primeiros grandes momentos que serviu de catalisador para toda a feud foi precisamente o facto de Swerve ter invadido a casa de Page.





Acontece que, à semelhança do que acontece cada vez mais vezes no wrestling moderno, Swerve acabou por tornar-se babyface de uma forma bastante natural e orgânica, ele que já vinha granjeando bastante apoio dos fãs sobretudo desde o brutalíssimo Texas Death Match que teve com Hangman vai para um ano em Novembro.





Com Adam Page deu-se exatamente o contrário, ou seja, aquele que até ali era um adorado babyface acabou por se tornar heel em consequência da forma orgânica como Swerve passou a ser um “bom da fita”, e isto claro que lhe deu azo a retomar a feud que ambos protagonizavam. 


Só que, desta vez, havia um pequeno pormenor: Swerve tinha acabado de vir de uma mini-feud com Bryan Danielson (em que perdeu o AEW World Championship que ostentava desde o Dynasty) em que tinha feito um papel de tweener que se calhar ter-se-ia convertido em heel se o build para o All Out tivesse mais uma semana de duração. Logo, era preciso restabelecer Strickland como babyface e apelar à emoção do público pelo meio. 


A solução encontrada foi a de ter Adam Page a queimar a casa de infância de Strickland, numa espécie de vingança pelo que já tinha acontecido há uns tempos, e atraindo, claro está, comparações com o segmento protagonizado por Randy Orton e pelo falecido Bray Wyatt na estrada para a WrestleMania 33 em 2017, onde a Viper acabou por pegar fogo ao Wyatt Compound.





Ora, uma história bem contada desperta emoções, e não me parece que a AEW tenha querido fazer esse segmento por outra razão que não fosse a de apelar à emoção do espectador. A missão de recolocar Swerve como sendo novamente babyface foi brilhantemente conseguida, o problema é que os fãs também não deixaram de apreciar e elogiar o trabalho de Adam Page como o heel psicótico que esta fase do confronto precisava de ter…


Hangman vs Swerve = Drew vs Punk?




A forma como a história desta feud tem sido contada tem originado, naturalmente, muitas comparações com uma outra feud do mesmo género que tem sido cabeça de cartaz da WWE ao longo do ano: Drew McIntyre vs CM Punk. 



Obviamente que, apesar de semelhantes em conteúdo, as feuds que põem frente a frente estes quatro wrestlers têm contornos muito diferentes. Para já, a WWE foi obrigada a arranjar maneira de continuar a contar a história em questão recorrendo apenas à oratória, em virtude da lesão de Punk. E, nesse sentido, o trabalho feito tem de ser elogiado porque sustentar uma feud apenas com um par de microfones não é a coisa mais fácil de se fazer, mas quando colocamos frente a frente dois wrestlers com reconhecidas qualidades nesse domínio, a coisa fica mais fácil.


O ponto onde estas duas feuds se encontram é, como seria de esperar, na sua “natureza”. Ao vermos tanto uma como a outra, não conseguimos deixar de pensar que tudo o que está ali a ser dito, os insultos, as promessas… é efetivamente real. As linhas cruzam-se de tal maneira que ficamos com a impressão que existe mesmo um ódio genuíno por detrás de tudo aquilo. A realidade e a ficção misturam-se como preto e branco, para dar lugar a um apetecível cinzento que já tem pintado a imaginação de muitos fãs ao longo dos últimos meses.


Swerve e Hangman: Destinados a lutar para 

sempre



Aqui chegados, apercebemo-nos de que esta feud entre Swerve e Hangman Adam Page é de tal maneira profunda e tem uma quantidade de lore de tal ordem grande que nos faz querer acrescentar estes dois nomes a uma longa lista de “almas gémeas” do wrestling, isto é, aqueles wrestlers que, se os colocarmos um contra o outro, já sabemos que vem aí um combate memorável, tal é o nível de química entre os dois.


Enquanto essa questão dos wrestling soulmates é, talvez, tema para um outro artigo, a verdade é que Hangman e Swerve estão destinados a lutar “para sempre”.  Porquê? Porque o combate no All Out não foi sancionado, de modo a permitir que o elevado grau de violência a que assistimos tivesse lugar. Ou seja, aquele combate não contou para a estatística oficial. Portanto, parece que esta feud está muito longe de terminar.



Melhor feud da História da AEW?



Dada a forma intrigante como tem corrido esta feud, muita gente arrisca dizer que a história entre Hangman Adam Page e Swerve Strickland constitui a melhor feud da História da AEW. E se este confronto vai certamente ficar na História, catalogá-lo como o melhor de toda a História da empresa parece-me manifestamente exagerado, sobretudo quando a formos comparar com as feuds entre MJF e CM Punk e entre o próprio Hangman e Kenny Omega.


Mais ajustado e correto, sim, é dizer que esta é, sem dúvida, a melhor feud do panorama atual do wrestling, sobretudo porque, não tendo o combate do All Out contado para a História, ainda há espaço para escrever mais uns quantos capítulos. Ainda para mais, estamos num ponto desta quezília em que Swerve está claramente por cima, portanto talvez fosse sensato colocar a feud em banho-maria e daqui a uns tempos voltar em força com a vingança de Adam Page… que promete não ser pacífica!


E vocês, o que estão achar da feud entre Hangman Adam Page e Swerve Strickland? Onde é que a posicionariam no ranking de melhores feuds de sempre da All Elite Wrestling?


E assim termina mais uma edição de “Lucas Headquarters”!! Não se esqueçam de passar pelo nosso site, redes sociais, deixem a vossa opinião aí em baixo… as macacadas do costume. Para a semana cá estarei com mais um artigo!!


Peace and love, até ao meu regresso!!

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