Lucas Headquarters #166 - Invicta Wrestling: Mais lenha na fogueira do wrestling luso
Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Que tal vai isso!! Sejam bem-vindos a mais uma edição de “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias!!
Tenho boas e más notícias para vos dar. Quais são as que
querem saber primeiro? As más? Então bora.
As más notícias são que se acabaram as minhas férias. Não é
que eu faça muita coisa com elas para além de ver wrestling, futebol e
mais não sei o quê, mas sempre dá para planear artigos com uma maior
antecedência do que quando se está a trabalhar de segunda a sexta.
As boas notícias são que estamos a apenas seis dias do
lançamento do novo álbum dos Linkin Park (e no entanto parece que ainda falta
tanto tempo, nunca estive tão ansioso para que um álbum fosse lançado, pelo
menos desde há uns anos para cá) e que temos mais uma companhia de wrestling
(em boa verdade, está mais para escola do que para companhia, pelo menos
nestas primeiras semanas) a contribuir para que este nosso mundinho volte a
ganhar projeção.
E isto pode ser apenas um devaneio da minha cabeça, daí que
queira lançar a pergunta para que vocês também soltem a resposta que os meus
ouvidos supostamente querem ouvir. Mas é só de mim, ou o wrestling em
Portugal está a voltar a ganhar projeção, ainda que muito pequena?
Para fundamentar esta minha suspeição, posso-vos contar um
pouco da minha experiência com o wrestling e as redes sociais. Há quase
nove anos conheci virtualmente aquele que viria a ser o meu melhor amigo, tudo
isto graças a um projeto que comecei antes sequer de pensar que teria a
oportunidade de escrever estas divagações semanais: Uma página de wrestling.
E isto parece um bocado fatela porque hoje em dia, já ninguém tem páginas
de wrestling no Facebook e para além disso… ninguém usa Facebook.
Mas isto vem numa altura em que eu pensava que a chama do wrestling
aqui em Portugal tinha apagado de vez. Toda a gente recordava com saudade
os tempos em que o wrestling passava na televisão portuguesa aos
fins-de-semana de manhã, com Undertaker, Batista, Rey Mysterio, Edge, Triple H,
Jeff Hardy ou John Cena como “figuras de proa”. Toda a gente recordava – e
ainda hoje o faz – mas já ninguém via. Tal e qual como hoje ainda acontece:
Toda a gente se recorda, mas muitos já nem querem saber.
Agora, saltemos quase uma década e esqueçamos olimpicamente
aquele Verão de 2019 em que comecei a colaborar aqui (inicialmente escrevendo
apenas notícias). Estamos neste momento no último terço de 2024, onde as redes
sociais têm uma influência incrível a todos os níveis, em todos os desportos.
Se há um momento de um desporto qualquer que viraliza, será tema de conversa
durante pelo menos um mês, e é nesse contexto que se podem encontrar os fãs
mais improváveis de todos os desportos.
Infelizmente não, nenhum momento de wrestling viralizou
o suficiente para merecer um shout-out aqui. Mas já consegui encontrar
uma boa parte de fãs de wrestling portugueses (fora aqueles a quem já
tenho dado shoutout ao longo de alguns episódios) que me têm feito
pensar que talvez a arte de consumir wrestling em Portugal não seja um
caso assim tão perdido quanto tudo isso.
Vocês sabem (ou se não sabem nem acham que deviam saber,
ficam a saber agora) que o desenvolvimento do wrestling em Portugal é
algo ao qual eu dou muita importância e que, não raras vezes, tenho vindo, pelo
menos, a mencionar em grande parte dos episódios. O wrestling português
tem para mim o mesmo sentimento que o futebol distrital: Apesar de não ter a
projeção e o mediatismo que consideramos que merece, nós tomamos parte dele e
verificamos que as pessoas exercem nele toda a sua paixão, vão aos eventos, puxam
pelos wrestlers e saem lá com vontade de ver mais e de espalhar a
palavra.
O wrestling em Portugal tem tido cada vez mais
relevância, muito embora trabalhe maioritariamente nas sombras ou passe despercebido
a muitos. E só nos começámos a aperceber disto quando começámos a ver Killer Kelly
a brilhar nos palcos da WWE em 2019 (embora o seu papel tenha sido quase sempre
o de uma jobber, só o facto de estar a ter exposição na maior empresa de
wrestling a nível mundial de certeza que lhe terá aberto portas para que
ela esteja na posição que está hoje). Depois passaram mais alguns meses, vimos
Shanna aterrar na AEW (mesmo que apenas tenha lutado no já extinto AEW Dark) e
voltámos a dar palmadinhas nas costas do wrestling luso, num exercício
que serve para nos lembrarmos de que ele afinal existe.
Recentemente tivemos mais uma prova da relevância que o wrestling
português vem tendo. Nos últimos tempos, temos visto o wrestling português
a dar cartas sobretudo na zona da grande Lisboa, graças à iniciativa do Nélson
Pereira em reacender de novo a chama através do Portugal Wrestlefest.
Para quem ainda não sabe (coisa que duvido), o Portugal Wrestlefest consiste numa série de eventos ao estilo indie que têm lugar na Grande Lisboa ou na sua Área Metropolitana e que contam, entre outros, com as participações de nomes como o próprio Nélson Pereira, João Milão, Cláudia Bradstone… e ainda wrestlers de craveira internacional, como a irlandesa Amira Blair ou a italiana Laura di Matteo. Os ditos eventos têm-se revelado como um verdadeiro sucesso, enchendo por diversas vezes a Casa Amarela (Almada) ou o icónico Parque Mayer, contribuindo também para o reaproveitamento de um dos espaços mais emblemáticos da capital
Parece que o sucesso que o PT
Wrestlefest tem feito ao longo deste último ano começa, agora, a alastrar. Isto
porque a mui nobre, sempre leal e invicta cidade do Porto não quis ficar atrás
no que diz respeito ao contributo para o desenvolvimento do wrestling
nacional e decidiu abrir a mais recente escola de wrestling no nosso
país: A Invicta Wrestling.
O que é a Invicta Wrestling?
Infelizmente, dado que a Invicta Wrestling tem apenas um mês de
funcionamento, não se sabe muito sobre como é que esta nova escola funciona, como
é que se planeia movimentar no futuro ou se vai organizar eventos tal qual como
o PT Wrestlefest. Portanto, o que eu vou tentar fazer neste ponto é aquilo a
que tradicionalmente se chama de “serviço público”, ou seja, vou tentar esmiuçar
o pouco que se sabe sobre esta nova escola para que, se algum de vocês que está
a ler estiver interessado em tomar parte na aventura de ser wrestler,
possa, de um modo geral, saber aquilo que vai encontrar.
A Invicta Wrestling é, pois, uma escola que abriu no passado
dia 12 de Outubro (vai, portanto, fazer um mês nesta terça-feira) e cujo
crescimento tem sido bastante grande ao ponto de existir a possibilidade de
treinarem duas vezes por semana.
Quintas-feiras
(14h-17h);
Sábados (12h45-15h45)
A Invicta Wrestling trabalha praticamente todos os aspetos
essenciais que um pro wrestler deve ter em conta para conseguir vingar nesta
modalidade, indo desde a dinâmica dos combates propriamente ditos até à dimensão
mais psicológica/de construção de elementos e wrestlers. Sendo assim, na
Invicta Wrestling são treinados os seguintes aspetos:
Pro wrestling (Chain, Lucha Libre, trabalhar para a televisão);
Condição física;
Musculação (em parceria com o ginásio Six Pack Academy);
Psicologia de ringue;
Criação de personagens;
Promos.
O fundador da Invicta
Wrestling: Quem é Baltazar?
Claro que não podíamos falar da Invicta Wrestling sem falar daquele que é
o seu principal fundador. Mas quem é Baltazar?
Baltazar é um dos mais conceituados wrestlers do panorama nacional
da modalidade. Com um currículo que atravessa várias décadas, Baltazar é o
atual APW Champion tendo também sido o Pro Wrestler Of The Year de 2023
para o Hoje Falo Eu, espaço que se dedica sobretudo a fazer a cobertura do wrestling
nacional.
Um convidado de luxo
No dia de
ontem a Invicta Wrestling contou com um convidado de luxo, que muitos talvez
não conheçam mas que já trabalhou na WWE como parte do sistema do extinto NXT UK
(do qual foi General Manager): Sid Scala!
A presença de Sid Scala na Invicta Wrestling deu-se mais numa perspetiva
de iniciação, ensinando aos alunos algumas das moves mais básicas e
elementares do wrestling.
Um desejo…
Para terminar este “serviço público” que vos faço, deixo aqui
um apelo e um desejo.
Como vos disse, a paixão e o encanto pelo wrestling em
Portugal parecem estar a crescer. O PT Wrestlefest tem feito um esforço enorme
para que o bichinho do wrestling volte a habitar nas almas do público português,
esforço esse que vai ser agora capitalizado pela Invicta Wrestling.
Talvez não fosse má ideia descentralizar um pouco as escolas
de wrestling e ir à procura de algum público que seja fã e que habite
mais no interior do país (ou em cidades de menor dimensão, melhor dito). Talvez
não fosse má ideia trazer uma escola de wrestling para áreas onde,
apesar da distância geográfica para Lisboa ser relativamente grande, as pessoas
ainda pudessem ter uma oportunidade de experimentar aquilo que é o wrestling
realmente é. Talvez não fosse má
ideia tentar estabelecer uma escola no Algarve?
E vocês, que papel acham que a
Invicta Wrestling terá no desenvolvimento do wrestling em Portugal?
E assim termina mais uma edição de “Lucas Headquarters”!! Não
se esqueçam de passar pelo nosso site, redes sociais, deixem a vossa opinião aí
em baixo… as macacadas do costume. Para a semana cá estarei com mais um
artigo!!
Peace and love, até ao meu regresso!!