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Lucas Headquarters #178 – Para onde vai Malakai?

Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Bem-vindos sejam a mais uma edição de “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias!! O primeiro mês do ano já está. Porra, se este foi longo!! A nossa sorte é que, daqui para a frente, o resto do ano passa a correr…


Hoje é dia 1 de Fevereiro, o que quer dizer que, pela primeira vez em não sei quantos anos, é noite de Royal Rumble!! E digo “pela primeira vez em não sei quantos anos” porque não me lembro da última vez (se é que houve alguma) em que o Royal Rumble foi disputado em Fevereiro. Eu não sei quanto a vocês mas o facto do Royal Rumble ser em Fevereiro este ano faz com que tudo pareça estar meio fora do lugar. 


Quer dizer, Royal Rumble em Fevereiro, Elimination Chamber exatamente de hoje a um mês (1 de Março, portanto) e a WrestleMania no fim-de-semana da Páscoa, que este ano cai a 19 e 20 de Abril. Quando surgiram os primeiros rumores que a WrestleMania poderia, afinal, ser em Maio, a malta riu-se, mas agora dá para ver que afinal não estavam assim tão longe da verdade. E devo confessar uma coisa: Se a WrestleMania caísse no mês de Maio, acho que a minha mente dava o tilt. Eram demasiadas falhas na Matrix.


No que diz respeito ao que se vai passar esta noite, não me vou alongar em grandes previsões, por várias razões. Primeiro porque, ao contrário do ano passado (em que o Royal Rumble ficou marcado pelo caso que envolveu Vince McMahon, mais um), a preparação e o caminho para este Royal Rumble foram feitos até de forma bastante tranquila, bastante pacífica, e tal pacificidade impede-me de exercer imaculadamente o meu dever semanal de meter nojo por via da escrita.


Segundo, porque ou muito me engano, ou vamos ter várias surpresas. Eu, que já tenho PTSD de ter visto Royal Rumbles tão maus como, por exemplo, de 2021, já não consigo acreditar nos responsáveis da WWE, sejam eles quem forem, cada vez que me dizem que vai haver muita surpresa num Royal Rumble. Eu não sei se eles já se aperceberam mas… é do Royal Rumble que estamos a falar, senhores!! A única razão pela qual a malta quer ver os Royal Rumble Matches é precisamente para ver quem é que vai surgir quando a campainha soar depois da contagem decrescente!!


OK, talvez esteja a exagerar, talvez a malta goste de ver o Rumble para especular o que é que vai acontecer com os respetivos vencedores, que caminhos vão seguir, que decisões vão tomar, que obstáculos vão ter que encontrar, se vão conseguir terminar ou não a sua história (nos últimos anos não tem sido essa a tendência…), Mas sejamos sinceros, a primeira coisa na qual a malta pensa nem sequer é no vencedor, e é em quem é que vai aparecer de surpresa, que lendas entrarão, malta do NXT que vai lá fazer uma perninha… enfim, esses pequenos miminhos com que a WWE nos presenteia. Mas eu, no fundo, olho para estas especificidades do Rumble como olho para o meu clube do coração no futebol: Quando eles me colocam as expectativas em baixo, é quando são capazes de surpreender.


Posto isto, hoje o objeto da minha análise vai para um possível regresso. Não, não me parece que este regresso venha a acontecer no Royal Rumble (até porque o seu contrato só termina, no melhor dos cenários, no mês que hoje começa) mas é um regresso que acontece depois de uma estadia na AEW que não teve o brilho que lhe era apontado, e cujo momento mais alto envolveu a liderança de uma stable.



E antes que me perguntem, antes fosse o Jon Moxley!! Talvez a WWE não precise dele neste momento (e isso já serão outros quinhentos) mas só pelas ondas de choque que isso iria provocar, eu gostava de ver esse regresso a ser equacionado pelo menos uma vez nos próximos dois ou três anos.




O indivíduo em questão é antes alguém que marcou uma era do NXT e que, aquando da sua saída, deixou saudades entre os fãs da WWE. Diria que se tornou quase num herói de culto (e as gimmicks dele não são inspiradas em cultos nem nada) e ainda hoje muitos anseiam o seu regresso, enquanto lamentam (ou não) o seu fracasso na Elite. O indivíduo em questão é Malakai (fka Aleister) Black.


Foi quase numa outra vida…






Parece mentira, mas foi quase numa outra vida que Malakai Black chegou à AEW. Para vocês terem noção, quando Malakai Black chegou à AEW, no Verão de 2021:

-Ainda estávamos a lidar com a pandemia;

-A WWE estava, criativamente, a atravessar uma das piores fases da sua história, tendo acabado de fazer cortes no pessoal a 2 e 25 de Junho (entre outros nomes conhecidos que foram afetados na altura, estavam Braun Strowman, Fandango e Tyler Breeze, entre muitos outros);

-Cody Rhodes, Andrade e Penta ainda estavam na AEW.


Sim, foi há quatro anos que Malakai Black se estreou na AEW, e o facto de nos parecer que foi numa outra vida demonstra bem o quanto a AEW falhou com o lutador neerlandês. E esse falhanço ainda é mais evidente se olharmos, por exemplo, para aquilo que foi a sua estreia e a reação que causou. Isto porque Malakai Black escolheu não perder tempo e ir logo atrás de Cody Rhodes, que na altura era uma das grandes caras da empresa, e fez-se logo notar ao aplicar um Black Mass não só no American Nightmare como também em Arn Anderson, que na altura era o seu head coach (vulgo manager, vá).


Na altura, dada a escolha do primeiro alvo, a expectativa era grande e a imaginação ainda maior. Como disse na altura, “(…) havia um sem-fim de feuds (…) por onde Malakai Black poderia começar, e que o facto do primeiro rival ser Cody Rhodes poderia ser um bom primeiro presságio. Não foi, infelizmente.



Não foi porque Malakai Black foi vítima quer das circunstâncias, quer do próprio booking. Das circunstâncias porque o seu primeiro grande rival levantou ondas de choque ao trocar a AEW pela WWE meses depois da sua feud ter terminado, e mesmo depois desse tempo, o próprio Black contraiu sucessivas lesões atrás de sucessivas lesões, o que o levou a perder cada vez mais espaço e a ver o seu papel reduzido ao simples líder de uma stable. E do booking porque a AEW teve em mãos uma stable intrigante o suficiente para poder capitalizar, mas nunca o chegou a fazer verdadeiramente, e quando o fez, o seu período com o ouro não chegou sequer a durar meio ano.




You don’t know what you have until it’s gone




Esta é uma frase que se podia aplicar de muitas maneiras e em muitos contextos, mas um dos melhores exemplos onde ela pode ser aplicada é com os House of Black.


Há cerca de dois anos a esta parte, precisamente dias depois dos House of Black terem ganho os AEW World Trios Championships, escrevi uma edição deste espaço dedicada a eles, à qual dei o nome de “o culto que deu certo” (agora que penso nisso, nem sei como fui capaz de escrever aquela edição tendo em conta a gripe que tinha em cima de mim - podem lê-la aqui, já agora). Nessa edição expliquei que a House of Black era uma stable equilibrada, porque tínhamos todos os elementos que se pedem dentro de uma dark gimmick, dentro, mas especialmente fora do ringue.


Dentro do ringue tínhamos Malakai Black e Buddy Matthews, claramente os elementos mais ágeis e corporalmente flexíveis, capazes de ditar o ritmo de um combate a favor do grupo. Depois, havia Brody King, claramente o enforcer do grupo, o castigador, se assim quisermos, responsável por aplicar as penas e castigar mais brutalmente os adversários. Por último, mas não menos importante, não podia ser esquecida Julia Hart, o elemento feminino que simboliza a tentação, a má influência, e que alimentava a aura do próprio grupo.



A verdade é que, dentro do próprio grupo, foi Julia Hart quem acabou por ter mais sucesso – se calhar aquela de quem menos se esperava. Hart foi TBS Champion, ainda que por um único reinado, mas teve histórias bastante interessantes com nomes tão distintos e igualmente promissores como Kris Statlander ou ainda Skye Blue. Como se isso não fosse suficiente, ao tornar-se campeã, Julia Hart fez história: Tornou-se a mais jovem campeã da História da AEW, com apenas 22 anos de idade.



Com Malakai Black a ser lentamente removido do grupo devido a estas circunstâncias contratuais, sobram-nos os Hounds of Hell, que agora são um trio. Mesmo que pareça que vão carregar um pouco daquilo que foi o legado de Malakai Black na AEW (o pouco que há), é inevitável que não nos lembremos do papel que Malakai Black poderia ter tido nestes quatro anos em que esteve na Elite. As boas notícias? Talvez se tinha criado uma jovem líder.


Agora saio, agora não: O desencanto



No que diz respeito ao futuro de Malakai Black, o último terço do ano foi pródigo em rumores.

Já desde aí se dizia que Malakai Black estava de saída, mas rapidamente essas notícias foram refutadas pelo próprio, que negou categoricamente tal informação. No entanto, Jim Ross disse no seu podcast que o próprio Malakai estava desencantado com a forma como a sua carreira estava a ser conduzida na AEW, e o próprio JR também se mostrou solidário com a revolta do wrestler neerlandês.



Uma coisa me parece certa: A saída de Malakai é um dado adquirido, ou de outra forma, a AEW não o teria retirado tão suavemente da televisão. Não me parece que haja outro sítio para onde ele possa ir que não seja a WWE, uma vez que o seu percurso na empresa agora debaixo da TKO terminou de forma algo incompleta e com muito mais para dar. 


A TNA também poderia ser uma opção, mas não me parece que a TNA tenha as condições económicas para conseguir contratá-lo, embora a parceria com a WWE lhes possa dar algum desafogo, sobretudo nesta fase inicial. A chegar à WWE, o cenário mais provável será no pós-WrestleMania: Não creio que a empresa esteja a fazer planos contando com o ovo no rabo da galinha.




E vocês, o que pensam sobre o futuro de Malakai Black? Como avaliam a sua passagem pela AEW? Se regressar à WWE, acham que terá sucesso?


E assim termina mais uma edição de “Lucas Headquarters”!! Não se esqueçam de passar pelo nosso site, redes sociais, deixem a vossa opinião aí em baixo… as macacadas do costume. Para a semana cá estarei com mais um artigo!!


Peace and love, até ao meu regresso!! Let’s get ready to Rumble!!

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