Lucas Headquarters #182 – Câmara sem segredos
Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como estão!!
Bem-vindos sejam a mais uma edição de “Lucas Headquarters” aqui no
WrestlingNotícias!! Então, já estão mascarados? Quais é que vão ser os
disfarces? E a música?
Ora bem, hoje é noite de Elimination Chamber, e é precisamente disso que vos queria falar hoje. Este ano, tal como no ano passado, estava a pensar fazer uma análise àquilo que a Road to WrestleMania nos trouxe este ano, guardando esse artigo, como é natural, para o fim-de-semana do Maior Evento do Ano da WWE.
No entanto, vendo que esta representa a última paragem
antes do grande PLE e que, daqui a poucas semanas, vamos estar praticamente a
meio desta caminhada, não consigo resistir à ideia de antecipar, ainda que em
linhas muito gerais, esse tópico, sobretudo porque vejo enormes diferenças
relativamente àquilo que foi a Road to WrestleMania do ano passado e a Road to
WrestleMania deste ano, e quem me dera estar a dizer isto pela positiva.
A sustentar este ponto há aqui vários aspetos. Mas comecemos
pelo principal: Falta uma storyline que se transforme no chamado marquee
match da WrestleMania deste ano.
Quer dizer, ela existir, existe,
mas não tem nem de perto o mesmo impacto emocional – ou, se quisermos, o mesmo
nível de consensualidade – da storyline do ano
passado. Nós no ano passado tínhamos Cody Rhodes contra Roman Reigns pelo
segundo ano consecutivo, com um leve, mas fundamental, acrescento: Se na WrestleMania
39 nós tínhamos somente Cody Rhodes contra Roman Reigns, na WrestleMania 40
havia Cody Rhodes contra Roman Reigns e contra o homem que verdadeiramente,
representa toda a Bloodline, por ter sido o primeiro membro da família Anoa’i a
alcançar a verdadeira fama e glória no wrestling, alcançando
o cobiçado estatuto de G.O.A.T. (Greatest of All Time): The Rock.
Pela forma como The Rock e Roman
Reigns se vinham comportando, mas sobretudo pela polémica que antecedeu essa storyline – The Rock a aparecer para supostamente tirar o
lugar a Cody, que havia vencido o Royal Rumble pelo segundo ano consecutivo –
Cody Rhodes tinha o público todo do seu lado. Goste-se ou odeie-se, toda a
gente queria ver Cody Rhodes vencer Roman, porque muitos dos acontecimentos que
levaram ao combate na WrestleMania não foram, à falta de melhor termo, justos.
Este ano, isso não acontece,
porque Jey Uso não é, de todo, um nome consensual. Há quem o considere limitado
em ringue, há quem o considere limitado no microfone, há quem o considere
limitado em ambos os aspetos, mas que Jey Uso não é um nome consensual entre os
fãs da WWE, isso parece-me evidente. Claro que isso também tem a ver com o
facto dos fãs terem outras preferências para a vitória no Royal Rumble
(maioritariamente CM Punk e John Cena, este último de forma sobretudo
simbólica) mas Jey Uso já não era consensual antes do Royal Rumble, e muito
menos o será depois.
John Cena:
Favorito a vencer?
Por falar em John Cena, seria
surpreendente falar em Elimination Chamber e não falar naquele que é o favorito
a vencer (e com naturalidade, dado que este é o seu último ano, será também a
sua última WrestleMania).
John Cena é claramente o favorito
a vencer, e muito provavelmente ganhará a Chamber porque, cá está, a WWE quer
ter um combate que seja suficientemente grande para dar impacto ao evento e
neste momento ainda não o tem. Só que este favoritismo de John Cena não existe
sem que, primeiro, já estejam associadas a esta possibilidade uma série de
críticas.
Desde logo, porque Cena prometeu
uma “farewell tour” onde iria estar no RAW a tempo
inteiro, construindo storylines, elevando
talentos e deixando momentos que, não tenho dúvidas, ainda serão recordados
daqui a vinte e cinco, cinquenta anos. O que acontece é que, desde o início de
2025, John Cena só apareceu… uma vez, e foi no RAW de estreia na Netflix. E mesmo
aí, as suas declarações foram bastante vagas.
E depois há o velho argumento que
nos diz “ah, então mas os outros qualificados tiveram que fazer
combates no RAW, e este John Cena só teve de chegar lá e declarar-se”.
Certíssimo. Mas aqui é preciso
analisarmos, fazermos uma análise e termos um certo discernimento. John Cena
tem dezasseis títulos mundiais no seu currículo, dois Royal Rumbles, duas
vitórias no Money in the Bank, entre outras honrarias. Por muito que nós lhe
queiramos impor algum tipo de condições, por muito que nós queiramos que dê satisfações…
ele não tem que dar satisfações a ninguém. Quanto muito – e foi aí que ele
verdadeiramente errou – se era para passar dois meses ausente, ele não tinha
anunciado que iria estar a tempo inteiro na WWE para um último ano que se
apontava como sendo memorável.
Parece-me, no entanto, que o favoritismo
dele faz todo o sentido neste contexto. Jey Uso desafiará Gunther pelo World
Heavyweight Championship na WrestleMania, o que deixa Cody Rhodes sem um
adversário à sua altura. Tudo indica que Seth Rollins, CM Punk e Roman Reigns
vão pegar-se de razões num Triple Threat Match – e já analisaremos melhor essa
situação – o que deixa John Cena como a única opção válida para se opor a Cody
Rhodes.
E antes que perguntem, isto não precisa de ser uma feud clássica de face vs heel, embora eu admita que a ideia de um Cody Rhodes heel, auxiliado por The Rock, é algo que me tenta cada vez mais. Mas se fosse apenas uma feud entre alguém que quer manter o título porque sabe bem o que lhe custou conquistá-lo, e alguém que está no seu último ano na WWE e, por isso, quer sair pela porta grande (não que isso seja preciso quando é de John Cena que falamos).
Para além disso, a WWE teria o marquee match que tanto lhe falta e aquela storyline com impacto emocional que não está a conseguir ter
em Jey Uso vs Gunther. Outra das razões pelas quais Cody vs Cena faria todo o
sentido é porque no caso deste combate ir adiante, o dilema emocional seria muito
grande e muitos fãs não conseguiriam tomar partido por nenhum dos wrestlers, o que tornaria a dimensão psicológica da coisa
muito mais interessante.
CM Punk, Seth Rollins e Roman Reigns: Onde é
que estes ficam?
Sabendo que na WrestleMania vamos,
muito provavelmente, ter CM Punk vs Seth Rollins vs Roman Reigns em Triple
Threat, claro que temos de falar sobre aquilo que serão os seus possíveis cenários
à entrada para esta Elimination Chamber.
Destes três, eu diria que o único
que seria um vencedor mais ou menos lógico da Chamber seria CM Punk,
simplesmente porque foi o único a quem o Main Event da WrestleMania foi negado –
e agora entendam isto como quiserem. Ter Roman Reigns de volta num possível
combate pelo título no Maior Evento do Ano seria redundante e talvez até um
desperdício, sobretudo tendo em conta que no último suspiro do seu reinado, o
interesse na sua gimmick de Tribal
Chief já vinha a diminuir.
E depois, existe a questão sobre
se uma Triple Threat entre três dos maiores “tubarões” (passo o termo) da WWE é
algo que os fãs realmente querem ver. E isso, meus amigos, é sempre subjetivo:
Há fãs que vão comprar a ideia simplesmente pelo peso que estes nomes carregam
consigo, há outros que a vão odiar porque, por qualquer razão, consideram que o
combate devia ter algum título em jogo, ou um qualquer outro prémio que fosse
minimamente interessante e cativante.
Esse ponto é compreensível, e isto
é tal qual como numa qualquer promoção de marketing: Não se promete algo minimamente
interessante sem acrescentar ali mais qualquer coisa que cative definitivamente
o comprador. Isto é como estar a fazer publicidade ao Spotify Premium, por
exemplo: Música sem anúncios, o Spotify deixa de estar em modo shuffle (pelo
menos no telemóvel), e para termos acesso a isso, o que é que temos que fazer?
Pagar mais. A proposta Punk vs Rollins vs Reigns já nos parece suficientemente
interessante, mas para ficar memorável o que é que se faz? Acrescenta-se um
título e é deixar a magia acontecer.
Só que depois vai dar tudo ao mesmo: Destes três, o único que ainda tem algo a provar é precisamente CM Punk, por toda a polémica que o afastou da WWE durante uma década, por todas as reclamações que fez naquela pipebomb histórica de 2011, por tudo aquilo que jurou nunca mais fazer depois que saiu de forma polémica da empresa em 2014.
Roman Reigns e Seth Rollins não têm
nada a perder e muito menos ganhar: O Tribal Chief vai-se envolver cada vez
menos com a WWE daqui para a frente, até por uma questão de saúde; e Seth
Rollins está num ponto da carreira em que pode muito bem deixar over novos
talentos sem que isso afete muito o seu legado.
Para além disso, a WrestleMania foi quase sempre construída tendo
por base singles matches que ficaram na História (Hogan vs Andre, Kane
vs Undertaker, Rock vs Austin, Reigns vs Rhodes e por aí fora) e que tiveram
muito mais impacto porque iam aumentando de ritmo à medida que o tempo ia passando.
Claro, há a exceção de Reigns vs Lesnar vs Rollins (que se tornou Triple Threat
com o histórico cash-in deste último) mas é importante ter em conta que
esse combate não foi uma Triple Threat o tempo todo, apenas se tornou numa
quando o combate ia a mais de meio.
Uma Triple Threat entre Punk, Rollins e Reigns obrigaria os três
a manter um ritmo constantemente elevado ao longo de todo o combate, algo que,
não sendo impossível, é muito difícil do ponto de vista físico. Roman Reigns
estará sempre mais frágil em virtude dos problemas de saúde que atravessa,
Rollins já estará há muito a pagar a fatura de lesões antigas e Punk teria de
lidar com as normais vicissitudes de quem tem 46 anos de idade.
E vocês, como acham que vai ser este Elimination Chamber? O
que acham que poderá acontecer a John Cena, CM Punk, Roman Reigns e Seth
Rollins?
E assim termina mais uma edição de
“Lucas Headquarters”!! Não se esqueçam de passar pelo nosso site e pelas nossas
redes sociais, deixem a vossa opinião aí em baixo… O costume. Para a semana cá
estarei com mais um artigo!!
Peace and love, até ao meu regresso!! Que seja um grande Elimination Chamber!!